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Índice
Ana Carolina Pereira – No teu deserto ..............................................................................2
Ana Raquel Santos – Nas tuas mãos .................................................................................4
Carlota Boavista – No teu deserto ......................................................................................6
Francisco Martinho – Para Sempre ....................................................................................8
Frederico Riachos – Bica Escaldada .................................................................................12
Joana Lourenço – O diário de um mago ...........................................................................14
Joana Priscila – Para Sempre ..........................................................................................16
João Afonso Martinho – No teu deserto ............................................................................18
Lourenço Cardoso – A mão e a luva .................................................................................21
Maria Beatriz – O horizonte ..............................................................................................24
Maria do Rosário Nunes – Vento Suão .............................................................................27
Maria José Santos – Estórias Abensonhadas ..................................................................30
Mariana Afonso Nunes – Minha Querida Inês ..................................................................34
Mariana Mota Nunes – Vento Suão ..................................................................................39
Mariana Guia – No teu deserto..........................................................................................41
Rita Lopes – Quantas madrugadas tem a noite.................................................................43
Rodrigo Cordeiro – O diário de um mago .........................................................................47
Sofia Nunes – Estórias Abensonhadas..............................................................................49
2
Ficha de Leitura - Ana Carolina Pereira (n.º1)
Ficha técnica do livro
Autor: Miguel de Sousa Tavares
Título: No teu deserto
Editora: Oficina do livro
Local de edição: Alfragide (Lisboa)
Ano Edição: 2009
Relatório de leitura
Período de leitura
20 de Outubro a 20 de Novembro
Apresentação geral do livro
A obra "No teu Deserto" fala-nos de uma homenagem a uma pessoa conhecida e ao
deserto. É um livro que de certa forma transmite uma certa nostalgia em relação a essa
pessoa que acabará por falecer, e ao deserto, com quem o autor nunca perdera o
contacto. Neste “quase romance”, acompanha-se a descrição de uma viagem feita em
Novembro de 1987, por Miguel de Sousa Tavares ao deserto do Sahara num jipe,
juntamente com uma jovem (Cláudia) que tivera conhecido alguns dias antes da partida.
Assiste-se a evolução da relação de dois desconhecidos, unidos pelo desejo de conhecer
o deserto, e de como se adaptam um ou outro quando envolvidos num mundo quase
desconhecido para ambos. Esta obra é quase como um telegrama enviado à tal “Cláudia”,
uma carta de despedida, uma homenagem, um agradecimento, pois também é escrita
vinte anos depois da viagem em que o autor recupera as lembranças e os detalhes
daqueles dias passados no Norte de África, com uma jovem mulher.
3
Este "romance" relata passo a passo como o autor se sente em relação as vivências e
às situações que lhe vão surgindo enquanto dura a sua viagem no deserto…
No fim do livro Miguel Sousa Tavares refere que “Cláudia” tinha falecido e que
infelizmente este a deixara escapar.
Relação título-livro: A relação entre o título e o livro é que o deserto de que Miguel
Sousa Tavares se refere, é o deserto onde Miguel e Cláudia passaram bons momentos,
momentos românticos que nunca antes tinham vivido, daí o título do livro No teu deserto.
Transcrição de ideias/frases relevantes: Éramos donos do que víamos: até onde o
olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar.»
Ele ensinou-lhe que o mais bonito e o mais difícil entre duas pessoas é o silêncio,
pois acreditava que as palavras por vezes não são necessárias para se estar em sintonia:
«Escrever é usar as palavras que se guardam: se tu falares de mais, já não escreves,
porque não te resta nada para dizer”.
“É por isso que não gosto de olhar para fotografias antigas: se alguma coisa elas
refletem, não é a felicidade, mas sim a traição - quando mais não seja, a traição do
tempo, a traição daquele mesmo instante em que ali ficamos aprisionados no tempo.
Suspensos e felizes, como se a felicidade se pudesse suspender carregando no botão
“pausa” no filme da vida»;
Reação pessoal ao livro: Gostei imenso desta obra, pois adoro romances e este livro é
um romance. É uma história muito agradável e com um tema bastante profundo, que de
certo modo retrata o nosso dia-a-dia. Aconselho a leitura deste livro, pois é um livro fácil
de se ler, e com uma história muito agradável.
4
Ficha de Leitura - Ana Raquel Santos (n.º2)
Ficha técnica do livro
Autor: Inês Pedrosa
Título: Nas Tuas Mãos
Editor: BIS
Local de edição: [s.l.]
Ano de edição: [s.d.]
Ano de publicação: 1997
Relatório de leitura
Resumo do livro
Este livro divide-se em três partes e em cada parte é relatada a história de três
mulheres, Jenny, Camila e Natália, de diferentes gerações mas da mesma família (avó,
mãe e filha, correspondentemente) sobre o amor, a esperança, as desilusões e a solidão.
- O Diário de Jenny: apresenta a avó, que escreve sobre todas as dificuldades do
amor e a complicada relação com o seu marido, António, que ama mais que tudo no
entanto este amor por ele não é correspondido. A revelação cruel de António, após o
casamento, deixa Jenny de rastos, no entanto esta aceita o “trio amoroso”.
- O Álbum de Camila: revela a filha de Jenny, e mãe de Natália, que relembra por
meio de um álbum de fotografias a história de amor conjugada com algumas dores,
“tendo com panorama a militância política de um país que passou pela ditadura, guerras
coloniais, perseguição, tortura, morte e liberação”.
- As Cartas de Natália: surge a filha de Camila que por sua vez é neta de Jenny.
Natália escreve cartas para a sua avó, onde expõe o difícil e conflituoso relacionamento
com a mãe e as tentativas de conseguir ser feliz apesar de todos os dramas. Estas
5
cartas nunca chegaram a ser entregues. O passado com a avó, o despertar de seus
amores, o casamento desfeito, e o distanciamento vivido com sua mãe são revelados
nestas.
6
Ficha de Leitura - Carlota Boavista (n.º3)
Referências Bibliográficas
Sousa Tavares, Miguel ;
No teu deserto; Oficina do livro, 2009, Alfragide;
Síntese do livro
O livro que eu li é intitulado pelo autor como um “quase romance”.
No início parece uma narrativa mas a medida da leitura vamo-nos apercebendo
que são cartas dirigidas a alguém onde são narrados acontecimentos de há vinte anos
atrás… Esse alguém chama-se Cláudia e são escritas com o propósito de ser dito pelo
autor aquilo que ele já não lhe pode dizer pois descobriu que Cláudia tinha falecido, por
outro lado a obra também inclui partes onde o autor escreve como se fosse Cláudia a
narrar os acontecimentos.
Tudo começa em Lisboa quando Cláudia e o autor partem na aventura de fazer
uma viagem de jipe pelo deserto Sahara, eles conheceram-se dias antes e eram bastante
diferentes um do outro. O autor tinha na altura 36 anos era racional, impetuoso ao
contrario de Cláudia uma jovem de 21 anos, bonita, despreocupada, impulsiva. O autor ia
ao deserto com o objetivo de fazer uma reportagem para a televisão e para umas revistas,
Cláudia ia à procura de aventura.
No início da viagem verifica-se uma certa distancia entre o autor e Cláudia mas a
medida do passar do tempo, das situações na Argélia, na confusão das cidade africanas,
no dia-a-dia de acampamentos improvisados e tempestades imprevistas a relação entre
os dois vai crescendo. Na relação entre eles verifica-se que uma das coisas importantes é
o silêncio onde acabava por ser dito muita coisa. No final da viagem voltar para Lisboa e
acabam por perder o contato.
7
Citações
“É por isso que não gosto de olhar para fotografias antigas: se alguma coisa elas
refletem, não é a felicidade, mas sim a traição - quando mais não seja, a traição do
tempo, a traição daquele mesmo instante em que ali ficamos aprisionados no tempo.
Suspensos e felizes, como se a felicidade se pudesse suspender carregando no botão
“pausa” no filme da vida.”
“Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não
escreves, porque não te resta nada para dizer.”
“A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio.”
Crítica em relação ao livro
Eu gostei do livro desde o momento em que comecei a lê-lo. É de fácil leitura e
com uma linguagem simples o que permite uma fácil compreensão apesar de no início ser
um pouco confuso pois ainda não estava habituada a como este estava estruturado. É um
bom livro para quem gosta de se aventurar, para quem é sonhador e para quem gosta de
se perder nas entrelinhas das páginas os livros.
8
Ficha de Leitura - Francisco Martinho (n.º 4)
Referencia Bibliográfica da obra
TAMARO, Susanna- Para Sempre;
Estrada das Palmeiras,59 Queluz de Baixo;
Editorial Presença, Lisboa 2011.
Resumo
É Matteo que nos conta a sua história, através de cartas, que escreve à mulher que
outrora amou e provavelmente amará a vida inteira.
Ao longo da narrativa, Matteo fala-nos da sua infância e da sua mente inquiridora.
Fala-nos do pai e da cegueira que o atingiu aos 14 anos deixando-lhe na retina, para
sempre, as imagens dos familiares mortos pelas bombas. Fala-nos da escola, da
catequese, das idas à missa com a mãe e dos jogos de sons com o pai.
Fala-nos, principalmente, de Nora da esposa que ele nunca soube compreender,
que o fazia ficar nas nuvens e ao mesmo tempo irritado com as suas palavras sobre
Deus.
Matteo é um médico cardiologista, que tem uma bela esposa (Nora), um filho de 2
anos e outro a caminho.
Nesta moldura de felicidade uma tragédia vem abalar a vida do médico e alterá-la
“para sempre”, a esposa tem um acidente de automóvel aparentemente inexplicável,
passível de se confundir com suicídio, neste acidente para além da esposa que estava
grávida morre também Davide o filho de 2 anos.
Matteo perde a vontade, a dignidade, a modéstia, respeito por si mesmo e torna-se
indiferente para com os outros.
9
A falta de respeito para com os outros chega a extremo de induzir Larissa, uma
mulher que o amava e de quem ele gostava, mas com quem não conseguia assumir uma
relação, quando esta engravidou que o bebé era deficiente e que devia abortar.
Esta força-motriz de angústia e revolta leva-o a ir viver na montanha, tornando-se
num eremita que procura o sentido da vida através do contacto com a natureza e os
animais.
Entretanto morre Guido, pai de Matteo e escreve-lhe uma carta, pelas mãos do
padre (Guido era cego desde os 14 anos),esta carta toca profundamente Matteo, entre
muitas coisas Guido pede-lhe “…volta a ser como eras, não deixes sobre as minhas
costas já velhas o peso desse fracasso…dá-me a alegria de um dia não muito distante te
saber feliz, novamente aberto para a vida e para a sua continua criação…”.
As palavras do pai são o estalido que faltava para abrir a primeira fenda da catedral
de granito que havia construído em seu redor.
Compreendeu finalmente que Nora não se suicidara, que o acidente fora
provocado por perda de consciência devido a um aneurisma (a mãe de Nora também
tinha morrido de aneurisma).
Compreender finalmente a razão da morte de Nora fez descer sobre ele um
sentimento de paz, com este sentimento novo, começou a ocupar-se das coisas do dia-a-
dia. A trabalhar com as mãos conseguiu libertar a mente das ideias supérfluas e inúteis.
Passa a dar conforto aos caminhantes, a dar luz, ou simplesmente um copo de
água fresca pelo caminho.
Num certo Outono, numa quarta-feira, dia em que habitualmente não passava
ninguém, apareceu um rapaz de nome Nathan, que pediu para ficar uns dias para
observar os pica-paus, naquela noite Matteo não conseguiu dormir, havia em Nathan algo
que perturbava, no dia seguinte perguntou-lhe se sabia o significado do seu nome Nathan
(Dom de Deus, expressão muito usada por Larissa).
Nathan era seu filho, o filho que ele um dia tinha desejado que não nascesse, mas
que o tinha perdoado, porque a mãe o tinha ensinado a não julgar ninguém.
A Parábola do filho Prodigo tinha-se invertido, agora era o filho que ia em busca do
pai que tinha fugido, para o perdoar.
Mais tarde Nathan parte, mas promete voltar.
Quando fica sozinho Matteo corre para o bosque em busca de proteção e chora
abraçado a uma faia que acolhe toda a sua dor, deixa-se dormir e quando acorda sente-
se leve muito muito leve.
10
Opinião sobre a obra e respetiva justificação
Gostei, foi o primeiro livro que li desta autora, mas fui facilmente cativado.
Trata-se de uma história muito bonita repleta de sentimentos, que nos tocam
profundamente. Ensina-nos que na vida nada está garantido.
Mostra-nos que a vida pode ser muito cruel, quando perdemos quem mais amamos
podemos ficar sem rumo, sem vontade de viver, mas também nos ensina que às vezes
precisamos estar sós para descobrirmos no fundo quem somos e o que queremos da
vida, ou seja para nos podermos reencontrar. Este é sem dúvida um livro que enaltece o
amor nas suas variadas vertentes, o amor de mãe, de pai, de marido, de amigo e a dor de
quem perde esse amor e se refugia num vazio que se cria no coração e na alma.
Não posso deixar de evocar um aspeto que achei muito subtil, propositadamente
ou não pela autora, que é o paradoxo de um médico cardiologista que abandona a sua
profissão para tentar curar o seu próprio coração.
Se procuram um livro para refletir, este é o livro certo e sem dúvida uma boa prenda
de Natal.
Análise da obra
Para Sempre, é uma narrativa extraordinária que aborda de uma forma simples e
fascinante um dos temas mais relevantes da nossa existência, o amor e a dor da perda de
alguém que amamos e o reencontro de nós mesmos depois da perda.
 Protagonista
Matteo, um médico cardiologista, que perdeu a mulher e o filho num acidente e que
vive há vários anos no cimo de uma montanha isolado do mundo e imerso na natureza
e se confronta diariamente com a sua própria consciência através de um fluxo de
recordações que nos vão revelando as personagens e os acontecimentos que
determinaram o seu passado e o conduziram até ali.
 Outras personagens
Nora; esposa de Matteo morreu de acidente de automóvel estava grávida de uma
menina;
11
Davide, filho de Nora e de Matteo, morreu de acidente de automóvel aos 2 anos (a
mãe ia a conduzir);
Guido o pai de Matteo, ficou cego aos 14 anos;
Larissa, uma mulher que amou Matteo e de quem Matteo gostou, mas não conseguiu
assumir a relação, por não conseguir esquecer Nora;
Nathan (que significa Dom de Deus), o Filho Pródigo e vai para a montanha em busca
do pai para o perdoar.
Algumas frases relevantes:
“O amor não se entrega aos preguiçosos, para existir na sua plenitude exige por vezes
gestos preciosos e fortes.”
“Só a dor faz crescer. Mas a dor deve ser enfrentada cara a cara, quem foge ou se
compadece de si próprio está destinado a perder.”
“Uma vida desperdiçada é aquela em que o caminho do amor não se conseguiu
cumprir.”
“A principal qualidade do amor é a força. Mas, para sermos fortes, é preciso gostarmos
de nós; para gostarmos de nós, é preciso conhecermo-nos profundamente, saber tudo de
nós, mesmo as coisas mais ocultas, as mais difíceis de aceitar.”
“Ao impormos uma excessiva rigidez à mente, suprimi-mos dentro de nós a voz do
coração.”
“Saber com o pensamento é uma coisa, saber com o coração é outra”
“Sempre que à medida que fores crescendo tiveres vontade de converter as coisas
erradas em coisas certas, lembra-te que a primeira revolução a fazer é dentro de nós
próprios, a primeira e a mais importante. Lutar por uma ideia sem se ter uma ideia de si
próprio é uma das coisas mais perigosas que se pode fazer.”
12
Ficha de Leitura - Frederico Riachos (n.º5)
Ficha técnica do livro
Autora: Alice Vieira
Título: Bica Escaldada
Editora: casa das letras
Local de edição: s.l.
Data de edição: junho de 2009
Relatório de leitura
Período de leitura
24 de novembro de 2015 a 27 de novembro de 2015
Apresentação geral do livro
“ “Bica Escaldada” foi o título de uma coluna semanal de crónicas que o Diário de
Notícias publicou nos anos 1980.
Decidi aqui recuperá-lo, uma vez que muitas destas crónicas aí foram publicadas
pela primeira vez.
Mas não apenas aí: também nas colunas do Jornal de Notícias e das revistas
Activa e Tempo Livre, por onde tenho andado nestes últimos anos.” A.V.
Relação título - livro: Há efetivamente uma relação título-livro, pois a coluna semanal,
onde muitas das crónicas aqui presentes se encontravam, tinha o nome de “Bica
Escaldada” assim como este livro.
Transcrição de ideias/frases relevantes: “A minha infância foi uma velha máquina de
escrever, onde tentei juntar letras, fazer palavras, e que bonito era aquele som”
13
Reação pessoal ao livro: Um livro de crónicas de costumes, tais costumes e tais
tradições da sociedade portuguesa que se têm vindo a perder ao longo dos tempos. Mas
o que Alice faz é acostumar-nos a uma linguagem simples, precisa e objetiva, tal como
uma cronista deve escrever. As suas ideias são facilmente entendidas. Recomendo a sua
leitura.
14
Ficha de Leitura – Joana Lourenço (n.º6)
Título: O Diário de um Mago
Autor: Paulo Coelho
Resumo
O livro conta a história da peregrinação feita pelo autor em 1986.
Paulo pertence a uma ordem de magos chamada Ordem de RAM. Durante um ritual
de passagem, onde o autor procura alcançar o posto máximo dentro da Ordem, é-lhe
oferecida uma espada para o auxiliar na sua vida, a fazer o bem, a combater um inimigo
ou a abrir um caminho. No entanto, como Paulo é ganancioso e tenta empunhar a espada
sem saber na realidade para que ela serve ou o que pretende fazer com ela, o seu Mestre
retira-lhe a espada e diz-lhe que só a conseguirá de volta de fizer o Estranho Caminho de
Santiago e aprender para que quer a espada e qual é o objetivo da mesma.
Paulo começa então o seu caminho com a ajuda de um guia, Petrus. Este caminho
começa em França, San Juan Pied-de-Port, e acaba em Santiago de Compostela. Paulo
conta com a ajuda de várias pessoas, sendo a mais importante delas Petrus. Durante o
caminho Petrus ensina-lhe exercícios/rituais que contribuem para ele conseguir a sua
espada e melhorar a sua vida, no quotidiano e espiritualmente. Esses exercícios têm o
objetivo de poderem ser praticados por qualquer pessoa e são:
Exercício da Semente
Exercício da Velocidade
15
Exercício da Crueldade
Ritual do Mensageiro
Exercício da Água
Ritual do Globo Azul
Exercício do Enterrado Vivo
Sopro de RAM
Exercício das Sombras
Exercício da Audição
Exercício da Dança
Após todos estes exercícios e experiências vividas durante o caminho Paulo
finalmente consegue mudar a sua maneira de ver o mundo e percebe o que fazia de
errado conseguindo assim recuperar a sua espada.
Opinião
Eu gostei mito de ler este livro porque aborda com tema e conta uma história que
eu penso que é interessante. Sem aprofundar muita a religião, o livro fala-nos de um
alteração da maneira de ver a vida através de exercícios simples e que podem der
realizados por todos. Mostra-nos uma maneira de aprendermos a ver a vida de outra
forma, olhando ao redor sem pressa, não pensarmos só mal de nós mesmos, entre
outras. Aconselharia a leitura deste livro a colegas, mesmo que estes não sejam
religiosos, pois como já referi o livro fala de Deus, mas pode ser aplicado a todas as
pessoas independentemente da sua religião.
16
Ficha de Leitura – Joana Priscila (n.º7)
Referência bibliográfica da obra
TAMARO, Susanna- Para Sempre;
Estrada das Palmeiras,59 Queluz de Baixo;
Editorial Presença, Lisboa 2011.
Resumo
O livro apresenta-nos Matteo que conta a sua história. Conta a sua história como uma
carta á sua mulher. Fala da sua infância e do seu pai que ficou cego apenas com catorze
anos, devido aos estilhaços de uma bomba, deixando –lhe marcas dos seus familiares
pois, este viu a sua irmã morrer e o seu pai tinha sido morto anteriormente. Fala-nos
também, principalmente, de Nora. A mulher que ele nunca conseguiu compreender, mas
que o fazia ficar nas nuvens.
Este homem era, ou tinha sido outrora, um médico cardiologista, que perdeu a sua
mulher e filho num acidente de automóvel. Vive num luto há quinze anos.
Utilizou a montanha como um refúgio e é incrível a sua ligação com a mesma e
inclusive com o meio que a rodeava, ou seja, com os animais, as suas plantações, as
formas de sobrevivência que tinha utilizando estes vários meios. Mostra como é viver na
montanha, como é encarado pelas pessoas que por ali passam e o cumprimentam, como
é viver sozinho longe do mundo dito “normal”.
Apesar de viver longe de outras pessoas este acaba por receber e acolher quem por
ali passa, sejam curiosos, caminheiros ou até mesmo quem gosta de estar pela montanha
apenas para descansar.
17
Desabafa a sua vida, as suas escolhas, questiona as mesmas e inclusive os caminhos
que seguiu. Chega até mesmo a dar-nos uma lição.
Opinião e análise sobre a obra
Fiquei cativada ao ler o tema e o resumo do livro. Embora não goste muito de ler, este
livro foi interessante e conseguiu cativar-me pelo seu conteúdo. Gostei do tipo de escrita
utilizada pela autora, é uma escrita simples. Apesar de haver momentos tristes na vida da
personagem apresentada, a sua forma de encarar a vida, o facto de o mesmo se
confrontar diariamente com a sua consciência e questionar-se foi algo interessante. Não é
um livro que se torne maçador e desinteressante à medida que o lemos e isso foi muito
satisfatório.
Citações
“Por isso, talvez, também aqui em cima nunca estou realmente sozinho, os
pensamentos fazem-me companhia (…) “
“Há já quinze anos que vivo aqui em cima. Dei com isto por acaso, durante um
passeio, e fiquei apaixonado pelo lugar. Ao vê-lo não pude deixar de pensar que também
te teria agradado a ti.”
“À medida que eu ia crescendo, ia tentando perceber o que se poderia ter passado na
sua cabeça, no seu coração: perder a casa, os afetos mais queridos, o mundo que
conhecera aos catorze anos e mergulhado na escuridão, sabendo que essa escuridão
seria uma prisão da qual não poderia escapar.”
“O meu pai era um homem forte e digno. Se não tivesse tido a limitação da cegueira,
teria literalmente virado o mundo do avesso.”
“Uma tesoura surgiu e cortou os fios que nos mantinha unidos.”
“Compreendi, com o tempo, que os inimigos nunca são verdadeiros inimigos, é o
nosso pensamento que os faz tais, transformando-os em algo de invencível.”
18
Ficha de Leitura – João Afonso Martinho (n.º8)
Ficha técnica do livro
Autor: Miguel Sousa Tavares
Título: No teu deserto
Editora: OFICINA DO LIVRO
Local de edição: Lisboa
Ano de edição: 1ª edição: Julho de 2009
Ano de publicação: [s.d.]
Relatório de leitura
Período de leitura
21 de Novembro de 2015 a 26 de Novembro de 2015
Crítica ao livro/Opinião pessoal/Resumo
Quando escolhi este livro não tinha lido nenhum comentário negativo ou positivo
sobre o mesmo, e eu não sou muito de ler romances, por assim melhor dizendo não sou
muito de ler, se bem que o livro não chega a ser um romance mas sim um “Quase
Romance” como aparece na capa do livro.
O conteúdo da história é muito simples e de fácil compreensão a nível de escrita e
a nível de estrutura de pensamento por parte do autor, pois não nos obriga a utilizar
analepses. O desenrolar do enlace é bem definido e contínuo, este passa à volta de duas
personagens e conta assim a história destes dois adultos que se conheceram ao acaso
pois um deles é jornalista e ia fazer uma viagem ao deserto do Sahara e queria alguém
para lhe fazer companhia. Esse alguém veio a revelar-se ser Cláudia uma mulher loira e
alta de olhos azuis, que tinha uma vida completamente diferente da personagem
19
masculina que conta a história na primeira pessoa, Cláudia frequentava bares, discotecas
e concertos de rock e vestia-se na desportista, não tinha filhos nem marido ou namorado
e aproveitava-se desse facto para se vangloriar, enquanto por outro lado o jornalista era
um homem casado e com filhos que se vestia de fato e gravata e que apreciava
ambientes mais calmos, fotografando assim tudo o que tinha oportunidade, e quando não
havia oportunidade ele lá a arranjava.
Ao iniciarem a sua viagem pelo deserto, decidiram dividir tarefas, mas discutindo
sempre muito entre ambos pois eram bastante teimosos e cada um puxava ao seu ponto
de vista mas isto até que os fez aproximar muito um do outro durante os quarenta dias em
que estiveram no deserto, pois caso não se tivessem dado bem a viagem teria sido um
inferno. A maior parte do livro não retrata a estadia no deserto, mas sim as aventuras pela
qual ambos passaram antes de conseguirem lá chegar.
Tornaram-se muito íntimos, mas sempre com muito respeito mútuo à mistura. A
história é contada na primeira pessoa pelo jornalista citando as diferentes fases da sua
vida e do passar dos anos e de como o envelhecer o deixou de afetar, conforme foi
ficando mais adulto mas também tem partes onde a narração é feita por Cláudia. O mais
triste é que no fim do desenlace, ou seja, a quando do regresso a casa mais propriamente
a Lisboa, os dois deixam de se ver e decidem separar-se pois as suas vidas são bastante
diferentes, apenas mantinham contacto escassas vezes.
O jornalista continuou a fazer viagens ao deserto pois era lá que ele se sentia bem
(em casa, perto de Cláudia), mas, enquanto isso a pobre rapariga estava em Lisboa muito
doente, acabando mesmo por falecer. O homem só soube desta triste notícia passado
alguns meses pois no deserto não há telecomunicações. Ficando muito abalado, no
entanto eles é quase como que tivessem numa relação desde que iniciaram a sua
aventura a dois, pois a partir daí permaneceram mutuamente no pensamento um do
outro, mesmo não tendo uma relação a nível físico. A parte onde eles estavam mais
próximos era quando permaneciam em silêncio durante horas e horas dentro do jipe do
jornalista (o homem ensinou a Cláudia que um silêncio diz-nos mais que as palavras), jipe
este que foi a casa de ambos durante a viagem.
Na minha opinião acho que é por isso e como já referi anteriormente que na capa
do livro está presente a expressão “Quase Romance” porque nunca chegou a haver um
20
contacto físico nem um beijo nos lábios, houve sim trocas de carinho de uma amizade
inesperada mas muito forte que era merecedora de um relacionamento amoroso.
21
Ficha de Leitura - Lourenço Cardoso (n.º9)
Ficha técnica do livro
Autor: Machado de Assis
Título: A Mão e a Luva
Editora: QuidNovi
Local de edição: [s.l.]
Ano de edição: 2011
Biografia do autor
Joaquim Maria Machado de Assis ou Machado de Assis foi(é) um conhecido escritor
brasileiro nascido a 21 de junho de 1839, natural do Rio de Janeiro. Para além da escrita,
Machado de Assis desempenhou outros tipos de atividades como o jornalismo.
Publicou o seu primeiro trabalho literário aos 16 anos, com a obra designada “Ela”.
Esta obra consistia num poema.
Começa a publicar obras românticas em 1859, destacando-se entre elas A Mão e a
Luva (1874).
Falece a 29 de setembro de 1908 no Rio de Janeiro.
Relatório de leitura
Apresentação geral do livro
22
O livro começa com o encontro de dois amigos, Estevão e Luís Alves, amigos de
faculdade. O primeiro sofre de um amor não correspondido, de uma rapariga chamada
Guiomar. Estevão conta-lhe o sucedido, desesperado.
Dois anos volvidos e após terminar a faculdade, Estevão torna-se bacharel (ter a
faculdade concluída com sucesso) e regressa ao Rio de Janeiro. Já esquecido da sua
antiga paixão, volta a reencontrar Guiomar, ao descobrir que esta é vizinho do seu colega
e amigo de faculdade Luís Alves. Estevão tem uma conversa com a rapariga e a chama
volta a acender no seu coração. Este recorda os antigos momentos com ela e, assim,
volta a apaixonar-se. Entretanto descobre também que Luís Alves já teve um caso com
Guiomar, embora não tenha sido nada de especial. De referir que Guiomar não terminou
os estudos na faculdade para ir para o Rio ajudar a sua madrinha baronesa nos seus
tratos. Esta considera-a como uma segunda mãe, após ter ficado órfã muito cedo.
Mas, outro pretendente surge para a jovem Guiomar. Jorge, que é sobrinho da mesma
baronesa e que a conhece após este ir para casa da madrinha, também ele sonhava pedir
a mão a Guiomar. Este contava com o apoio da baronesa, que era o seu principal sonho,
ver Jorge e Guiomar juntos.
Entretanto surge outro candidato declarado a Guiomar, Luís, o grande amigo de
faculdade de Estevão. Passavam assim a ser três: Estevão, Jorge e Luís. O perfil de cada
um era diferente, cada um tinha a sua maneira de amar Guiomar.
O desejo da rapariga era Luís, mas a grande vontade da baronesa era Jorge, por ser
seu sobrinho e ser um desejo antigo da senhora. Estevão ficava cada vez mais triste com
o desenrolar dos acontecimentos.
Entretanto, Jorge acaba por pedir em casamento Guiomar, contando com o apoio da
baronesa, que se revelava bastante feliz, com o passar do processo. Guiomar, após o
sucedido fica alarmada e chega à conclusão que Luís é a sua única salvação. Pede então
a Luís (seu amado) para que a pedisse em casamento. Este fica radiante, aceita de
imediato e envia uma carta à baronesa com o intuito de lhe pedir a mão.
A baronesa aceita o pedido que vai de encontro ao desejo da jovem e os dois (Luís e
Guiomar) acabam por casar.
23
Estevão foi quem demorou mais a acatar a decisão e quem ficou mais triste.
(Pensando mesmo em suicídio).
Já Jorge, que na verdade não amava assim tanto Guiomar, acabou por acatar a
decisão e seguiu com a sua vida.
Frases/ideias relevantes
Pág. 53 “-...digo-lhe que faz mal, que é melhor, muito melhor contentar-se com a
realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.”
Reação pessoal ao livro
Achei o livro interessante, ainda que conte com alguma descrição, é uma obra
simples de ler. Houve uma ou outra palavra em que tive mais dificuldade pelo facto de
serem palavras de origem brasileira, mas penso que no geral foi uma leitura bem
conseguida.
24
Ficha de Leitura – Maria Beatriz (n.º10)
Referência bibliográfica da obra
MODIANO, Patrick −O Horizonte.
Lisboa, Porto Editora, 2010 ou Novembro de 2011.
Autor
Patrick Modiano nasceu em julho de 1945, em Boulogne-Billancourt, nos arredores
de Paris. Publicou o seu primeiro romance (La Place de l’Étoile) em 1968. Com Rue des
boutiques obscures conseguiu em 1978 o Prémio Goncourt. Em 1972, recebeu o Grande
Prémio de Romance da Academia Francesa. Considerado hoje em dia um dos mais
importantes escritores franceses, e autor de uma vasta obra, foi distinguido recentemente
com o Grande Prémio Nacional das Letras. O Horizonte é o seu romance mais recente.
Apresentação geral da obra
Esta obra é um romance cheio de esperança em que fala da vida de jean Bosmans
desde a sua juventude foi à cerca de quarenta anos atrás. Bosmans um homem frágil que
trabalhava uma biblioteca levou uma vida de encontros e desencontros tudo por força do
destino, rostos e lugares que vira no mesmo sitio mas em situações e tempos diferentes.
Bosmans lembrava-se de tudo até pequenos pormenores graças à sua capacidade de
memória. Bosmans dependia muito do passado e sentia muito mau estar ao pensar no
que podia ter acontecido e não aconteceu e vice-versa. Jean tinha um caderno preto de
capa plastificada que guardava no bolso interior do casaco onde escrevia tudo o que
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pensava sobre certos episódios da sua juventude, rostos sem nome, encontros fugazes,
pois tudo isto pertencia a um passado longínquo, mas como estas breves sequências não
estavam ligadas ao resto da sua vida, permaneciam em suspenso, num eterno presente.
Então todas as datas, nomes, locais que se lembrava escrevia la. Bosmans recorda
detalhadamente o tempo em que estava com Margaret Le Coz o amor da sua vida.
Margaret trabalha numa empresa em Paris que tinha o nome de Richelieu Interim como
tradutora. E numa noite em que saíra do trabalho encontra se no caminho de casa com
Bosmans na estação de metro mas tinha se reunido uma manifestação de Companhias
Republicanas de Segurança e Margaret foi empurrada para os braços de jean. Com tanta
confusão Margaret acabara por se magoar e jeans acompanha-a até a farmácia. E a partir
daí desenrola-se uma paixão. Margaret é uma jovem muito misteriosa. E Margaret é
perseguida por Boyaval já á muitos anos desde o tempo que vivia na Suiça. Boyaval é
antigo pretendente que ela rejeitara e ele nunca aceitou a rejeição. Margaret nascera em
Berlim e era governanta na Suíça mas teve de fugir para Paris devido a Boyaval.
Bosmans também fugira para Paris mas por um motivo diferente Jean fugira de sua mãe
e de um homem que andava sempre com ela, este que parecera um padre sem sotaina.
Jean fugira deles pois a mãe estava sempre a pedir-lhe dinheiro e por isso foi forçado a
mudar de endereço. Certo dia Margaret desaparece, muda de cidade e ambos perdem o
contacto até que se passou 40 anos e Bonsmans nunca a esquecera e por isso decide ir
atrás do seu amor. Vai até Berlim com esperança de o destino os juntar e que pela
descrição de um senhor que falara na rua já sabe onde está Margaret e vai ter com ela.
Opinião sobre a obra e respetiva justificação
Eu gostei de ler esta obra e recomendo a sua leitura. Esta obra é um romance,
para quem gosta deste tipo de livro é excelente, mas para quem não gosta deste tipo de
livro não aconselho. É uma história carregada de esperança muito interessante em que
fala de encontros e desencontros ao longo da vida e tudo por força do destino.
Transcrição de ideias/frases relevantes
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“Porque não encontrei Margaret naquele momento? Porquê alguns meses mais
tarde? Devemos ter-nos cruzado naquela rua, ou mesmo no café da esquina, sem nos
vermos.” Página: 55.
“ Desde que Margaret desaparecera, sem ele saber se estaria viva ou morta, pensava
muitas vezes naqueles passeios”. Página 101 e 102.
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Ficha de Leitura - Maria do Rosário Nunes (n.º11)
Ficha técnica do livro
Autor: Rosa Lobato de Faria
Título: Vento Suão
Editora: Porto Editora
Local de edição: Lisboa - Portugal
Data da edição: Março de 2011
Relatório de leitura
Período de leitura
16 de novembro de 2015 a 25 de novembro de 2015
Apresentação geral do livro
Vento Suão inicia-se com o reencontro de duas amigas de infância, Sofia e Luísa,
ambas do Alentejo, onde passaram as suas aventuras juntas em crianças. Sofia e Luísa
acabam por se separar e crescerem longe uma da outra, mas cada uma sempre com a
outra na memória. O livro apresenta-nos logo neste início as duas personagens no
presente, mas percebemos de imediato que este nos vai explicar os caminhos distintos
que estas duas amigas percorreram, mas que o destino acabou por fazer com que as
duas chegassem à mesma condição.
Sofia, impulsiva e rebelde, aceita de imediato casar-se com uma homem que mal
conhecia, mas logo a atraiu. Durante o noivado, este homem chamado Mateus, mostrava-
se apaixonado e fogoso. Já casados, o marido de Sofia, revelou-se um homem
completamente diferente, sendo violento, mas uma violência da qual Sofia não se queria
libertar por nada, pois a parte calorosa e atraente de Mateus, para Sofia, compensava-a
de toda a dor que este lhe causava. Sofia já era conhecida na clínica onde ficava
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internada frequentemente devido aos maus tratos causados por Mateus e a última vez
que este a agrediu Sofia entrou em coma. Durante o coma de Sofia, Mateus sofre um
acidente propositado, planeado por um dos empregados, Nelson, que conhecia Sofia já
de há muito tempo e não aceitava o facto de o patrão lhe fazer isto, provocando-lhe uma
paralisia corporal com um medicamento, fez com que todos pensassem que estava morto
e Sofia acordasse do coma aterrorizada com a notícia. Mateus com o susto prometeu a si
próprio que iria desaparecer e nunca mais tocaria em Sofia.
Já Luísa, em comum com Sofia, age impulsivamente e decide mudar-se para Lisboa,
para casa de Zé Roberto, um fotógrafo mulherengo por quem era apaixonada devido a
todo o carinho que este lhe dava. Zé Roberto era conhecido pele faceta de mulherengo e
Luísa sabia perfeitamente das suas traições, mas como fraqueza de mulher apaixonada
que era, acreditava que os homens tinham essas fragilidades, mas que o fotógrafo por
todo o amor que lhe dava era apaixonado por ela. Foi preciso um dia encontrar Zé
Roberto em casa com outra mulher para Luísa terminar o relacionamento de vez e voltar
para casa dos pais no Alentejo. Luísa, de volta ao Alentejo, conhece Duarte o homem
com quem casa passado algum tempo, eram perdidamente apaixonados um pelo outro.
Luísa e Duarte estiveram dez anos juntos, tinham dois filhos e cada dia se apaixonavam
mais um pelo outro, até que o destino não tardou em tirar toda esta felicidade a Luísa,
Duarte falecera de ataque de coração e esta tinha ficado destroçada.
O livro “termina” com Mateus a não controlar a sua vontade de voltar para Sofia e
encapuzado entra pela sua própria casa e abraça Sofia, esta assutada e não o
reconhecendo pega numa faca da cozinha e atinge Mateus pelas costas, chamando o
INEM e a polícia.
Este Vento Suão inacabado devido ao falecimento da autora, Rosa Lobato Faria,
termina sem um restante desenvolvimento da vida destas duas mulheres, deixando uma
panóplia de emoções e incertezas ao leitor.
Relação título – obra
O título está relacionado com a obra, pois este Vento Suão é caraterístico do Alentejo,
local onde acontece maior parte da ação. Em certo momento do livro, Rosa Lobato Faria,
explica o significado deste Vento Suão num pensamento de Sofia: “Estava outra vez
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aquele vento sul de que a costela alentejana de Sofia não gostava, aquele vento abafado
e doentio, o Suão, que levava os homens a pendurarem-se na trave ou afogarem-se no
poço, que fazia as rapariguinhas suicidarem-se, que horror, que pensamentos negros, e
preferiu, enquanto tocava, procurar pensar de outra maneira.” (pág. 103). Todo este
ambiente sombrio que o Suão trazia faz parte das vidas de cada uma das personagens.
Transcrição de ideias/frases relevantes
“A morte era tão estranha! Subitamente aquele vazio, aquele buraco negro, aquela
muralha a tapar o futuro. Assim de repente. Sem remédio” (pág. 143).
Reação pessoal ao livro
Conhecia Rosa Lobato de Faria somente das novelas que passavam na televisão
portuguesa e confesso que como escritora me surpreendeu imenso. Este livro inacabado
deixou dentro de mim um enorme vazio e muitas incertezas sobre o que iria acontecer a
seguir na vida das personagens. Por outro lado, estas incertezas e emoções valeram a
pena, apreciei bastante este Vento Suão. Penso que fiquei cativada por ele também pelo
facto de a autora colocar personagens femininas no centro da ação, e sendo eu do
género feminino li com outro olhar todo o enredo deste livro e sentindo tudo de uma
maneira que não estava à espera sentir.
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Ficha de Leitura - Maria José Santos (n.º12)
Ficha técnica do livro
Título: Estórias Abensonhadas
Autor: Mia Couto
António Emílio Leite Couto, filhos de portugueses emigrantes, nasceu na Beira,
Moçambique, em 1955, onde se escolarizou. É professor, biólogo e escritor e já foi
jornalista. Com catorze anos, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira.
Três anos depois mudou-se para Maputo, onde deu início aos seus estudos universitários.
Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas
contra a propaganda marxista militante.
Recebeu os seguintes prémios:
 1995 - Prémio Nacionais de Ficção da Associação dos Escritores
Moçambicanos;
 1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra;
 2001 - Prémio Mário António, pelo livro O Último Voo do Flamingo;
 2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas;
 2007 - Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na
Jornada Nacional de Literatura;
 2012 - Prémio Eduardo Lourenço 2011
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Editora: Caminho
Local de Edição: Lisboa
Data de Edição: 1994
Data de Publicação: junho de 2003
Relatório de Leitura
Período de leitura
20 de outubro de 2015 a 21 de novembro de 2015
Apresentação Geral do Livro
Mia Couto começa esta sua obra enquadrando-nos no contexto político-social de
Moçambique, expressando aquilo que achava que seria o seu país e o estado de espírito
do povo moçambicano após a Guerra da Independência.
Mia Couto pintou um quadro na sua cabeça, de Moçambique, em cujos destroços
da guerra eram pesados e irreparáveis. Este quadro revelou-se-lhe incorreto e bastante
longe da realidade.
Apesar da situação, Mia Couto apercebeu-se que onde existe Homem, existe a
possibilidade de renovação e de sonhar. Possibilidade essa que se encontra numa
dimensão incorruptível pela violência.
A partir daqui dão-se início aos vinte seis contos que integram esta obra.
Vou falar de um dos contos que mais gostei.
O Perfume
Este conto fala de um casal – o Justino e a Glória.
Justino era muito ciumento e raramente deixava a sua esposa sair de casa.
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Um dia, este ofereceu um vestido à sua esposa como e convidou-a para irem a um
baile. Glória, surpresa como o presente e o convite, ficou sem saber como reagir, mas lá
se foi arranjar.
Já no seu quarto, Glória dá os últimos retoques antes de sair de casa, pondo um
perfume que seu marido lhe oferecera há muito tempo. Desgostosa com a situação atirou
o frasco do perfume pela janela, partindo-o.
Quando se encontrou com o marido de novo, este encorajou-a a maquilhar-se, o
que a surpreendeu, uma vez que os seus comentários usuais apontavam-lhe sempre
ousadias.
Justino já tinha pedido a um vizinho para tomar conta dos filhos do casal e, assim
sendo, partiram para o baile.
No baile, um homem pediu para dançar com Glória, mas esta recusou, pois queria
dançar primeiro com o seu esposo (que nunca dançara). No entanto, Justino insistiu que
fosse dançar e que se divertisse. Foi então que Glória que o seu marido se estava a
despedir dela e a oferecê-la ao mundo.
Justino ausenta-se do baile. Glória ainda teve esperança de o encontrar à sua
espera no fim do baile, mas já não restavam vestígios do seu marido.
Esta foi até casa a pé e, sem vontade de entrar em casa, pois sabia que não ía
encontrar seu esposo, adormeceu nos degraus da escada.
Quando acordou de manhã, teve a sensação de que Justino estava em casa, mas
estava enganada. Ao correr para dentro de casa, pisou os vidros do perfume que partira
na noite anterior.
Como diz o autor, foi assim que “Glória estreou o sangue de sua felicidade”.
Relação título – obra
A obra e o título relacionam-se no sentido em que esta obra conta estórias que
remetem para um país que está a ser reconstruído pelas mãos de um povo esperançoso,
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sonhador e, ao mesmo tempo, abençoado (abensonhado resulta da junção das palavras
‘abençoado’ e ‘sonho’).
Transcrição de frases/ideias relevantes
“Deste território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está, sonhando que
vai, inventando que volta.”
“A lágrima é água e só a água lava e só a água lava a tristeza.” – página 46
“Quem me ler que desentorte as palavras. Alinhada só a morte.” – página 159
Reação pessoal à obra
Eu gostei bastante da obra e aconselho a sua leitura. Acho bastante interessante a
forma como Mia Couto escreve e os seus livros não se tornam cansativos de todo.
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Ficha de Leitura – Mariana Afonso Nunes (n.º13)
Introdução
No âmbito da disciplina de Português, foi-nos pedido para procedermos à leitura de
um livro, presente na lista das páginas dezoito e dezanove do manual Expressões-
Português 12º ano, com o intuito de fazer-se uma ficha de leitura sobre o mesmo. Dentro
de inúmeras opções, optei pelo livro Minha Querida Inês de Margarida Rebelo Pinto.
Não serei fiel apenas a um tipo de ficha de leitura, porque sinto que isso faz com
que omita informação que eu acho que seja pertinente para a apresentação deste
romance histórico. Tentarei colocar tanto a parte analítica, como a parte de citação, assim
como a de resumo e a de comentário.
Espero conseguir cumprir com aquilo que me foi proposto, não esquecendo que foi
uma experiência enriquecedora, pois jogou a meu favor. Tive a oportunidade de ler um
bom livro e espero cativar outros a seguir este meu conselho.
Ficha Técnica do livro
Título: Minha Querida Inês
Autor/a: Margarida Rebelo Pinto
Editora: Clube do Autor
Género Literário: Romance Histórico
Local de edição: [s.l.]
Número de edição: 1ª edição
Ano de edição: novembro de 2011
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Período, modo de leitura e decisão do livro
Este livro demorou cerca de uma semana a ser lido (de 20 a 25 de novembro).
Para mim, foi o suficiente, visto que sou uma leitora quase compulsiva, mas
independentemente do nosso hábito de leitura, é um livro que se consegue apreciar num
curto espaço de tempo.
D. Inês de Castro sempre foi uma figura histórica do nosso país bastante falada.
Relembro-me de ouvir o seu nome desde o Ensino Básico e desde aí que tenho alguma
curiosidade em descobrir mais. Apesar de estar no ramo das Ciências, a História é uma
disciplina que quero, e obrigo-me a isso, estar em constante contacto porque é nela que
revemos grande parte do que acontece hoje em dia. Para não falar do facto de que cada
cidadão tem o dever de saber a história do seu país, na minha opinião. Com isto, era
óbvia a escolha do livro. Nunca tinha lido nada de Margarida Rebelo Pinto até à data,
assim como um romance histórico. Juntei o útil ao agradável e peguei no interesse pela
História e por D. Inês em conjunto com a curiosidade de me aventurar nas palavras de
Margarida Rebelo Pinto e no género de romance histórico.
O meu modo de leitura foi influenciado pelo meu interesse, acima referido. Não
olhei para o Minha Querida Inês como uma obrigação, mas sim como um prazer.
Resumo do livro
Estrutura e Características da Narrativa
Minha Querida Inês é um romance histórico que retrata a os últimos sete dias de D.
Inês de Castro. Começa no dia 1 de Janeiro de 1355 e vai até ao dia 7 de Janeiro do
mesmo ano. Cada dia dessa semana é dividido em duas partes com uma pequena
citação no início: primeiramente fala D. Inês e em segundo uma personagem que já foi
referida durante o desenlace. Nessa segunda parte, exprimem-se na primeira pessoa D.
Álvaro, Afonso Madeira, Remédios, Diogo Lopes de Pacheco, Guiomar, Teresa Galega e
D. Inês. No último dia, ou seja, a 7 de janeiro de 1355, D. Inês dialoga na primeira parte
ainda viva e na segunda como alma que já partiu. A identificação das personagens irei
fazer mais à frente. Como já referi anteriormente, qualquer personagem que participa na
ação fá-lo na primeira pessoa, sendo um narrador autodiegético.
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No final do livro, a autora disponibilizou ao leitor uma série de informações que
ajudam a situar no contexto histórico. Temos umas páginas reservadas a “Factos, Mitos e
Ficção”, outras a “Árvores Genealógicas e a “Cronologia de Factos Históricos”.
A ação decorre no ano de 1355, fazendo algumas analepses ao passado, e tem
como principal “fundo” o Convento de Santa Clara, em Coimbra.
Personagens
Há uma série de personagens que pertencem a este romance que podem ser reais
ou fictícias. As personagens são as seguintes:
 Principais
D. Inês de Castro – personagem que serviu de inspiração ao livro. Mulher bonita, com
longos cabelos loiros e um corpo desejado tanto por homens como por mulheres.
Verdadeiro amor de D. Pedro I e mulher dos olhos do mesmo.
D. Pedro I – Filho de D. Afonso IV e de D. Brites. Eterno apaixonado de Inês de Castro.
Teve várias mulheres e homens na sua vida, tendo sido casado com D. Constança
Manuel e Teresa Galega. Gago, desajeitado, colérico e irresponsável. Preferia a caça ao
reino de Portugal.
D. Afonso IV – Rei de Portugal, homem poderoso e “cabeça” do assassinato de D. Inês.
 Secundárias
Teresa Galega – Aia de D. Inês. Apaixonada desde muito nova por D. Pedro. Última
mulher de D. Pedro e mãe do Rei e Mestre de Avis.
Diogo Lopes de Pacheco, Afonso Madeira, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho – Fieis
escudeiros do Rei D. Afonso IV e principais cúmplices e responsáveis pela morte de D.
Inês.
Remédios – seu nome verdadeiro é Jala e é árabe. Foi acolhida por D. Inês enquanto
tinha peste e passou a ser chamada de Remédios graças ao facto de ser curandeira. Aos
olhos do povo fingia ser uma moura.
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D. Álvaro – Prior da Ordem do Hospital que a pedido do rei D. Afonso IV questiona Inês
sobre um possível esquema que os seus irmãos planeiam contra o reino.
Guiomar – o povo alcunhou-a de Possessa por ter tentado matar o marido devido à
loucura após a morte seguida dos seus quatro filhos. Fonte de visita de D. Inês por quem
tinha um grande apreço e por quem temia a morte.
 Figurantes
D. Constança – primeira mulher de D. Pedro e melhor amiga de D. Inês, sendo uma
pobre alma que foi traída tanto pelo marido como a amiga de longa data. Morre cedo
talvez por doença ou desgosto.
História
D. Pedro tinha partido com os irmãos de D. Inês, mas esta procurava-o todas as
manhãs por entre lençóis. Em sua casa viviam Teresa Galega, Clara e Remédios, suas
aias, assim como os seus filhos: João, Dinis e Beatriz. É o primeiro dia do ano de 1355 e
Inês vai à missa para mostrar devoção a Nosso Senhor. Após isso, D. Álvaro chama D.
Inês para a questionar sobre uma possível conspiração entre seu amado e seus irmãos. A
pedido do rei, o prior dá a entender que Inês é conhecedora de tal conspiração, mas esta
nega tudo, convencendo D. Álvaro.
Afonso Madeira, suposto fiel escudeiro de D. Pedro, vai para junto de D. Inês e
seus filhos com o intuito de a proteger perante todo mal, a mandato de D. Pedro. D. Inês,
não confia nos escudeiro, mas pouco se importa pois este traz consigo uma carta do seu
senhor a exclamar o quanto a ama. Afonso Madeira, quando começa a discursar na
segunda parte do segundo dia, revela que nutre sentimentos por D. Pedro e que gosta
dos momentos, que D. Inês desconhece, de intimidade que tem com o seu amo.
Durante o desenlace da história, confrontamo-nos com argumentos dos homens
que não entendem o porquê do Criador ter colocado tal ser na Terra. Causam-lhes
perturbação e preocupação, mas assumem que já caíram na tentação. A mulher, é vista
como um ser que chama e que ao mesmo tempo distrai a atenção devido ao prazer que
pode causar, como também dos seus atributos.
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D. Inês cresceu com D. Constança e desde aí que se consideravam como irmãs.
Mas D. Inês trai a sua amiga ao apaixonar-se por Pedro enquanto este mantinha um
casamento com D. Constança. Após a morte de D. Constança, Pedro e Inês tentam
casar-se, mas não lhes é concedido esse prazer devido ao facto de Inês ser prima de
Pedro (graças a filhos bastardos de reis anteriores) e por Inês ter sido madrinha de um
dos filhos de Pedro, o pequeno Luís. Esta história não era segredo para ninguém e serviu
para que tanto o rei como o povo odiassem D. Inês. Havia medo da morte por parte de
Inês, mas vontade de eliminar quaisquer fontes de bastardos e ilegitimidade por parte do
povo e do rei D. Afonso IV.
Na véspera de falecer, Inês é acordada durante a noite pelo seu amor que há muito
era esperado por esta. Têm relações e esta confessa-lhe que gostaria de um dia ser sua
esposa e rainha, assim como respeitada pelo povo. Pedro promete-lhe que tudo isso irá
acontecer. No entanto, as próximas horas eram de preparação para a morte de Inês. O rei
e os seus escudeiros, Diogo Lopes de Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, entram
em casa de D. Inês preparados para matá-la sem compaixão alguma. O rei procede com
um discurso que transpira ódio e D. Inês suplica-lhe para que este pense em D. Pedro e
no sofrimento que lhe vai causar. Não há nada a fazer, a sede de vingança, o poder e a
dedicação ao reino de Portugal provocam a morte de Inês. Se esta morrer os seus irmãos
não terão forças para se apoderar do reino de Castela. E assim acontece a morte de Inês.
Na última parte do último dia, Inês discursa como uma alma, onde se confronta
com partes pertencentes ao futuro. Pedro a ter relações com a sua aia, Teresa Galega, e
a dar-lhe um filho, Rei de Portugal e Mestre de Avis e à sede de vingança e justiça por
parte de Pedro que mata os responsáveis pela morte de Inês e manda construir um
túmulo para que a sua alma e a de Inês descansem juntas e em paz.
Conclusão
Um misto de sensações invadem-me com a conclusão desta tarefa. Satisfação por
ter lido algo que me despertava curiosidade, mas pena por ter terminado um bonito amor
desta forma.
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Ficha de Leitura – Mariana Mota Nunes (n.º14)
Referência Bibliográfica
Autor: Faria, Rosa Lobato de
Título da obra: Vento Suão
Local de Edição: (s.l.)
Editora: Porto Editora
Edição: 1ª edição
Data de Edição: Março de 2011
Resumo
Esta obra inicia-se com um encontro de duas amigas de infância do Alentejo, Luísa
e Sofia, que cresceram separadas uma da outra, mas cujas memórias de infância se
mantêm inalteradas. Enquanto crianças, as duas amigas partilhavam os mesmos sonhos,
mas as suas vidas acabaram por seguir caminhos diferentes, porém, com algo em
comum: ambas têm relações amorosas atribuladas, que não as deixam ser felizes.
Luísa, de uma família oriunda do Alentejo, cedo se juntou com Zé Roberto, um
fotógrafo com fama de ser mulherengo. Vivia tremendamente apaixonada por este e
largou os estudos para cuidar dele e das suas coisas. Contudo, certo dia, Luísa apanhou
Zé Roberto a traí-la com a sua ex-companheira, e isso fê-la pôr um ponto final naquela
relação. Voltou para o Alentejo, para a casa dos seus pais, e conheceu Duarte, o seu
futuro marido com a qual teve dois filhos. Todavia, esta relação teve um final trágico: no
décimo aniversário de casamento, Duarte teve um ataque cardíaco e faleceu.
Sofia, educada num ambiente socialmente privilegiado, casou por impulso com um
homem que mal conhecia, Mateus Godinho, tornando-se vítima de violência doméstica,
pois o homem que outrora se demonstrara carinhoso e apaixonado revelou-se uma
pessoa inconstante e violenta no casamento. E Sofia parecia não querer desprender-se
dessa relação. Foram várias as vezes que foi parar ao hospital vítima de maus tratos.
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Porém, uma dessas vezes, algo terrível também aconteceu a Mateus. Nelson, o seu
motorista, pôs algumas gotas de uma infusão na sopa que iria ser servida ao seu patrão,
com o objetivo que este se sentisse mal, mas algo de terrível aconteceu: aquelas gotas
paralisaram totalmente Mateus por uns dias, o que levou a que todos o julgassem morto.
Todavia, Mateus conseguiu escapar da sua morte e planeou recomeçar a sua vida longe
daquela que ia deixar para trás, mas a saudade era muita, e por isso um dia decidiu voltar
para a sua casa, para os braços da sua querida mulher, o que se revelou por ser uma má
decisão, pois Sofia ao ver um homem encapuzado a caminhar na sua direção, julgou que
este era um ladrão, e acabou por espetar uma faca nas costas do seu próprio marido.
Opinião sobre a obra e respetiva justificação
Apreciei bastante a leitura da obra, sobretudo porque é inacabada, o que deixa
cada leitor ao sabor da sua imaginação para criar um final e porque aborda o flagelo da
violência doméstica de uma forma muito explícita.
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Ficha de leitura – Mariana Guia (n.º15)
Título da obra: No teu deserto
Autor: Miguel Sousa Tavares
Editora: Oficina do Livro
Local de edição: s.l.
Data de edição: junho de 2011
Resumo
O deserto do Sahara é o palco principal desta obra, onde Miguel (o autor) e Cláudia
são os protagonistas. Estas duas personagens estavam incluídas num grupo de pessoas
que iriam fazer uma viagem pelo deserto do Sahara. Cláudia e Miguel andaram juntos na
maior parte do tempo. Miguel iria nesta viagem com o intuito de tirar fotografias. Para isso,
passou os primeiros dias da viagem a tentar arranjar uma licença que o permitisse captar
o melhor que o Sahara tem em fotografia. O tempo foi passando e Miguel e Cláudia
tornaram-se cada vez mais íntimos. No entanto, na viagem de regresso, Cláudia recusou
acompanhar Miguel, que lhe tinha proposto dormir no seu camarote, alegando que a
viagem já teria terminado, por isso não teria sentido estarem juntos. Chegando a Portugal,
cada um acaba por seguir o seu caminho, sem se esquecerem um do outro. Cláudia
acaba por ir para o hospital e Miguel visita-a. Cláudia diz-lhe que partiu "a rótula de um
joelho", não sendo nada de grave. Mais tarde, Miguel volta ao deserto, sem a Cláudia.
Durante essa viagem, Cláudia faleceu, mas ninguém informou Miguel. Passaram “dias,
semanas, meses” e Miguel nunca soube da morte de Cláudia, até ao dia em que alguém,
por descuido, lhe conta. Ao chegar a casa, Miguel revê as fotos da viagem ao Sahara,
guardadas num envelope há 20 anos, e, finalmente, percebe que Cláudia morreu.
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Citações revelantes
“- Escrever não é falar.
- Não? Qual é a diferença?
- É exatamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu
falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.” – Pág. 100
“A vida é assim mesmo, nada dura para sempre. Só os rios e as montanhas, como
diziam os índios da América.” – Pág. 107
“Foi então que eu te tirei a tal fotografia, rodeada de miúdos e sentada no chão,
uma criança entre crianças, e, ainda que tantas fotografias felizes mintam, como bem
sabemos, ainda que as fotografias consigam suspender a felicidade como se ela fosse
eterna, aí tu ficaste para sempre – feliz, suspensa e eterna – tal qual como nesse instante.
E é, hoje ainda, a imagem mais forte, mais verdadeira, que tenho de ti. Não saias nunca
desta fotografia, Cláudia! Não saias – tu, não.” – Pág. 117
“Mas não gritei: enrolei o meu grito e falei-te baixinho, como se fosse noite na
nossa tenda e pudessem ouvir-nos lá fora.” – Pág.124
“Desde então, mudei algumas vezes de casa, mudei até de vida outras vezes, e as
fotografias continuaram sempre dentro desse envelope, na gaveta, no mesmo armário.
Vinte anos. Só ontem é que voltei a vê-las. Só ontem é que percebi que tinhas morrido.” –
Pág. 125
Comentário
Esta obra abriu-me a mente para outras perceções de paisagens, do silêncio, do
mundo, das relações, da morte. Uma obra simples, mas extremamente cativante.
Irreverente por revelar o seu final na primeira página. No entanto, esse facto não diminui a
curiosidade que cresce a cada página. Este “quase romance” tornou-se um dos meus
livros favoritos. Senti-me encantada pelo facto de existirem capítulos onde o narrador é
Miguel e noutros onde quem narra é Cláudia.
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Ficha de leitura – Rita Lopes (n.º16)
Ficha técnica do livro
Autor: Ondjaki
Título: Quantas madrugadas tem a noite
Editora: Caminho
Transcrição de ideias e frases que mais me cativaram/considerei mais
engraçadas e que descrevem cronologicamente a ação do livro
“Vamos iniciar os primeiros tintins.”
“ (…) nós, candengues, queríamos gastar todo riso da frase, espremer-lhe as gotas
da cócega (…)”
“ A kota, olho e sheltox à espera, desentrincheirou veloz, na visão certeira: como
digo, viu a principal abelha, a kota tinha estudado bem as lições da antiga quarta classe
dela, quem mata rei, rei fica, nunca ouviste assim? Pois, e a kota: a abelha rainha em voo
distraído, a kota metralhou meia lata de sheltox – ou era flit? -, aquilo foi de ver e pedir
bis: parecia era dança rebita, todas abelhas e operárias e demais ao redoro da kota,
mesmo nenhuma picada, só bzzz-bzzz de respeito e dali pra diante, ela mesmo, pessoa e
rainha, abelhas escravas dela (…)”
“AdolfoDido!, tás a captar? Diz só rápido… Já captaste? Adolfo…Dido,
Adolfo…Dido, tudo isso era a maka dos mais velhos porque iam ter que pronunciar a
palavra já essa, fodido, e o muadiê mesmo nem sabia, esse nome é que ia lhe besuntar
44
toda a vida de gente a lhe foder toda hora, tipo quarra mesmo, um gajo de azar na pele,
fazer mais como então!”
“Isso até vai pedir mais uma birra – venha ela.”
“ (…) há que descobrir as coisas no devagar das coisas: o amor não acende num
fósforo sozinho.”
“Aquilo era um senhor Cão, dono do mundo dele, quer dizer, a kota que era rainha
das abelhas perdia estatuto ao pé dele, o filho da puta do Cão!”
“tem que dar bejo da boca! mas quem ia dar beijo na cara feia do Burkina?
AdolfoDido de novo!, isso já foi coragem mesmo, tenho que admitir, Burkina então é um
gajo feio, meu não dá para lhe beijar assim, lábios de homem com homem. Mas foi. E
mudos, nem falámos mais.”
“As costuras do céu tinham rebentado e o costureiro-anjo tava de férias – e nós
aqui, a aguentar as aquáticas consequências (…)”
“Ó caracoles!, outra vez a mesma maka de sempre, nome dele, as pessoas
pensavam aquilo era brincadeira-provocação (…)”
“Sim, o nome de facto é esse que a senhora disse AdoldoDido, mas há aqui um
problema – é que o médico escreveu aqui na razão da morte, «autópsia inconclusiva» …
Além de que: é preciso provas que alguém dos senhores é mesmo familiar familiar direito
do senhor Fodido, ah digo!, AdolfoDido.”
“é que parece que o nosso camba AdolfoDido campou… depois se engasgou e
disse mais parece, não! morreu mesmo, até porque eu já vi o corpo dele morto (…)”
“vamos pro Maria Pia. E o Burkina em cima dos gritos dos outros. Maria Pia, a puta
que a pariu!, o hospital chama-se Josina Machel!, mas vamos masé pra uma clínica que
no hospital o puto ainda morre antes de ser atendido…!”
“o senhor é o pai do senhor Fodido, ai, desculpa mesmo!, do senhor AdolfoDido?
quer dizer, chamar assim o Burkina de velho, sorte mesmo da kota é que ele num tava
nos dias dele de filipar, toda tristeza de ouvir ali o nome do camba a ser fodido na boca da
senhora, mas nem disse nada, olhou só no Jaí, que lhe levou até na gaveta do morto.
45
Mandaram buscar um banco, o Burkina subiu, e o espanto dos espantos foi quando
abriram a gaveta comprida: o corpo não tava lá.”
“ (…) se um leva a mal naquela a casa, tás paiado, como foi com o ladrão, porque
a abelha leva a mal, o jacó começa a berrar, e o Cão acorda, e aí já não há mais solução
de fazer-as-pazes, é correr só (..)”
“Ir mais aonde então, tás grosso ou quê?”
“Ché, bi querful – a pressa também é inimiga da cerveja.”
“ (…) o coitado do Adolfo mais outra vez rebocado nos ombros desconhecidos, e o
Burkina, só com pena dele, apanhou um espécie de quadro, antigamente era ardósia,
lembras?, e escreveu assim
defunto a bordo!”
“senhor Al Bino, fashovor, pode falar
terminou Eva.
Meu – ahahah!, cara do albino num dá para te pôr aqui amarrotada nas palabras, só
vivido lá ou fotografia então que ninguém mesmo tirou: atrapalhação toda, o albino tava a
ficar vermelho, mas vermelho como então se bléque não fica corado e no afinal das
contas, albino é mesmo bléque?”
“Essa estiga pôs muito avilo mais velho a chorar!, ché: dois camundongos que são
mulumbeiros inda por cima te dão aulas, e num é aula matemática-português, aula de
jeová, meu? Você chora!”
“ (…) o morto repousava ali, no canto da sala, enquanto eles comiam, bebiam, alguém até
ligou o rádio, primeiro baixinho, depois alguém aumentou mais, e às tantas já tavam com
pé a bater no chão, ritmo do corpo na batida musical (…)”
“Há muita brutalidade num momento de silêncio – raiva é aquilo que aparece na
humidade dos olhos, indignação.”
“Sabes o que é ralhar um morto? Não, num deves saber…
Ralhar um morto, assim mesmo de ele quase estremecer e levantar, caso ele tivesse ali a
ouvir os puros ralhetes (…)”
46
“coitado do mô camba AdolfoDido, nunca mais lhe enterram… nunca mais lhe deixam em
paz…”
“porquê que as mulheres africanas só gostam masé de desfrisar cabelo toda hora?”
“Muadiê, tu fumas? Eu também não, gosto é de beber – passa lá mais uma então, antes
que o discurso corra risco de enferrujar…”
“quer dizer mesmo depois de morto inda querem me chamar de bêbado”
“ (…) quem escuta calado também faz a estória.”
“Meu, sabes qual foi o mô maior susto nestas mortes temporárias? Foi não poder voltar
mais; e nem era tanto a ideia do mundo todo, as humanidades do meu corpo com o
aquecer dos sangues dele, num era isso… Estava a me dar lágrima da saudade da minha
terra, minha Angola toda de mim (…) entendi que tava longe mesmo, nem liguei nessas
contra-curvas que deram no meu corpo (…) nossa terra mesmo de sermos tão daqui que
mesmo na morte nos custa ir habitar outros lugares, entendes, avilo?”
47
Ficha de Leitura – Rodrigo Cordeiro (n.º18)
Título: O Diário de um Mago de Paulo Coelho
Resumo
A história começa em 1986, quando o protagonista, Paulo Coelho, participa no
ritual de consagração como Mestre da Ordem de RAM (Regnum Agnus Mundi) que este
acaba por falhar. Devido ao facto de ter falhado o ritual, Paulo se quiser receber a sua
espada, símbolo do seu estatuto na Ordem, e completar o ritual tem que embarcar numa
peregrinação pelo caminho de Santiago de Compostela.
Paulo dirige-se a San Juan Pied-de-Port, onde iniciará a sua jornada com o seu
guia, Petrus (que também é um membro de RAM), que lhe ensinará exercícios de
meditação e sobre o amor e as suas formas (Ágape, Philia e Eros) e que o ajudará a
ultrapassar tribulações ao longo do caminho de modo a que Paulo perceba a simplicidade
da vida e obtenha a sua espada.
Ao longo da história Paulo aprende onze exercícios da Ordem, como foi
supracitado, que são respetivamente pela ordem em que são apresentados:
 O exercício da semente;
 O exercício da velocidade;
 O exercício da crueldade;
 O ritual do mensageiro;
48
 O despertar da intuição (O exercício da água);
 O exercício da bola azul;
 O exercício do enterrado vivo;
 O exercício do sopro de RAM;
 O exercício das sombras;
 O exercício da audição;
 O exercício da dança.
O autor menciona que todos os exercícios/rituais podem ser praticados exceto “o
ritual do mensageiro”, pois este pode ter resultados negativos.
Opinião
Esta obra balança na perfeição a aventura com o seu lado de descoberta pessoal,
pois através da viagem de Paulo também conseguimos perceber a importância de
encontrarmos o nosso próprio caminho/chamamento, assim como que o extraordinário
existe nas coisas mais simples da vida.
49
Ficha de Leitura – Sofia Nunes (n.º19)
Nome: Estórias Abensonhadas
Autor: Mia Couto
Editora: Caminho
Edição: Sétima
Apresentação geral do livro
Mia Couto escreveu estas histórias depois da guerra. Falam sobre Moçambique,
onde todo o homem é igual. O livro trata de assuntos como guerra, morte, dor, abandono,
sofrimento, mas também a cada história a esperança de um novo começo é contada. São
histórias de recomeço, que trazem lágrimas e sorrisos, as vezes separados mas, as vezes
juntos.
Vou falar em especial no conto O Adivinhador das Mortes.
Resumo
Num bairro de Muitetecate existia um adivinhador que adivinhava a data da morte
de cada individuo. Utilizava duas pequenas cruzes de marfim que encostava sobre os
olhos dos consulados, e este ao fechar os seus olhos, concentrava-se nas pálpebras, até
chegar ao escuro do outro e era nesse tocar que escrevia o dia exato das mortes.
Nem todos acreditavam nesse homem ou então não queriam saber o dia da sua
morte como acontecia com Adabo Salanje, que recusava saber o seu derradeiro prazo.
Abado afirmava que a felicidade era alcançada sem saber-se das coisas. Ele vivia bem na
ignorância.
50
Certa noite, Abado acordou com tremuras e a transpirar, e sonhou que estava na
residência dos mortos, onde ouvia uma voz a perguntar se ele estava morto. No dia
seguinte dirigiu-se para o adivinhador de mortes, e pediu para ele ver o dia da sua morte
mas este não conseguiu, pois a cabeça de Adabo estava muito confusa... Adabo já tinha
falecido. Passado um tempo, Adabo tem um "ataque" de riso, uma vez que não acreditava
no que tinha ouvido. Uns dias depois volta ao consultório do adivinhador só que este não
apareceu porque tinha, também, falecido. Nesta visita, Adabo ficou com os marfins e no
caminho para casa, uma voz vinda do além pedia-lhe os seus pertences, e este deu-lhes.
No entanto, ao estender as suas mãos, o adivinhador de mortes puxou-o e convidou-o a ir
com ele, e assim foi, os dois seguiram o caminho do céu.
Citações
" Certas felicidades só chegam com o não saber."

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Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)

  • 1.
  • 2. 1 Índice Ana Carolina Pereira – No teu deserto ..............................................................................2 Ana Raquel Santos – Nas tuas mãos .................................................................................4 Carlota Boavista – No teu deserto ......................................................................................6 Francisco Martinho – Para Sempre ....................................................................................8 Frederico Riachos – Bica Escaldada .................................................................................12 Joana Lourenço – O diário de um mago ...........................................................................14 Joana Priscila – Para Sempre ..........................................................................................16 João Afonso Martinho – No teu deserto ............................................................................18 Lourenço Cardoso – A mão e a luva .................................................................................21 Maria Beatriz – O horizonte ..............................................................................................24 Maria do Rosário Nunes – Vento Suão .............................................................................27 Maria José Santos – Estórias Abensonhadas ..................................................................30 Mariana Afonso Nunes – Minha Querida Inês ..................................................................34 Mariana Mota Nunes – Vento Suão ..................................................................................39 Mariana Guia – No teu deserto..........................................................................................41 Rita Lopes – Quantas madrugadas tem a noite.................................................................43 Rodrigo Cordeiro – O diário de um mago .........................................................................47 Sofia Nunes – Estórias Abensonhadas..............................................................................49
  • 3. 2 Ficha de Leitura - Ana Carolina Pereira (n.º1) Ficha técnica do livro Autor: Miguel de Sousa Tavares Título: No teu deserto Editora: Oficina do livro Local de edição: Alfragide (Lisboa) Ano Edição: 2009 Relatório de leitura Período de leitura 20 de Outubro a 20 de Novembro Apresentação geral do livro A obra "No teu Deserto" fala-nos de uma homenagem a uma pessoa conhecida e ao deserto. É um livro que de certa forma transmite uma certa nostalgia em relação a essa pessoa que acabará por falecer, e ao deserto, com quem o autor nunca perdera o contacto. Neste “quase romance”, acompanha-se a descrição de uma viagem feita em Novembro de 1987, por Miguel de Sousa Tavares ao deserto do Sahara num jipe, juntamente com uma jovem (Cláudia) que tivera conhecido alguns dias antes da partida. Assiste-se a evolução da relação de dois desconhecidos, unidos pelo desejo de conhecer o deserto, e de como se adaptam um ou outro quando envolvidos num mundo quase desconhecido para ambos. Esta obra é quase como um telegrama enviado à tal “Cláudia”, uma carta de despedida, uma homenagem, um agradecimento, pois também é escrita vinte anos depois da viagem em que o autor recupera as lembranças e os detalhes daqueles dias passados no Norte de África, com uma jovem mulher.
  • 4. 3 Este "romance" relata passo a passo como o autor se sente em relação as vivências e às situações que lhe vão surgindo enquanto dura a sua viagem no deserto… No fim do livro Miguel Sousa Tavares refere que “Cláudia” tinha falecido e que infelizmente este a deixara escapar. Relação título-livro: A relação entre o título e o livro é que o deserto de que Miguel Sousa Tavares se refere, é o deserto onde Miguel e Cláudia passaram bons momentos, momentos românticos que nunca antes tinham vivido, daí o título do livro No teu deserto. Transcrição de ideias/frases relevantes: Éramos donos do que víamos: até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar.» Ele ensinou-lhe que o mais bonito e o mais difícil entre duas pessoas é o silêncio, pois acreditava que as palavras por vezes não são necessárias para se estar em sintonia: «Escrever é usar as palavras que se guardam: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer”. “É por isso que não gosto de olhar para fotografias antigas: se alguma coisa elas refletem, não é a felicidade, mas sim a traição - quando mais não seja, a traição do tempo, a traição daquele mesmo instante em que ali ficamos aprisionados no tempo. Suspensos e felizes, como se a felicidade se pudesse suspender carregando no botão “pausa” no filme da vida»; Reação pessoal ao livro: Gostei imenso desta obra, pois adoro romances e este livro é um romance. É uma história muito agradável e com um tema bastante profundo, que de certo modo retrata o nosso dia-a-dia. Aconselho a leitura deste livro, pois é um livro fácil de se ler, e com uma história muito agradável.
  • 5. 4 Ficha de Leitura - Ana Raquel Santos (n.º2) Ficha técnica do livro Autor: Inês Pedrosa Título: Nas Tuas Mãos Editor: BIS Local de edição: [s.l.] Ano de edição: [s.d.] Ano de publicação: 1997 Relatório de leitura Resumo do livro Este livro divide-se em três partes e em cada parte é relatada a história de três mulheres, Jenny, Camila e Natália, de diferentes gerações mas da mesma família (avó, mãe e filha, correspondentemente) sobre o amor, a esperança, as desilusões e a solidão. - O Diário de Jenny: apresenta a avó, que escreve sobre todas as dificuldades do amor e a complicada relação com o seu marido, António, que ama mais que tudo no entanto este amor por ele não é correspondido. A revelação cruel de António, após o casamento, deixa Jenny de rastos, no entanto esta aceita o “trio amoroso”. - O Álbum de Camila: revela a filha de Jenny, e mãe de Natália, que relembra por meio de um álbum de fotografias a história de amor conjugada com algumas dores, “tendo com panorama a militância política de um país que passou pela ditadura, guerras coloniais, perseguição, tortura, morte e liberação”. - As Cartas de Natália: surge a filha de Camila que por sua vez é neta de Jenny. Natália escreve cartas para a sua avó, onde expõe o difícil e conflituoso relacionamento com a mãe e as tentativas de conseguir ser feliz apesar de todos os dramas. Estas
  • 6. 5 cartas nunca chegaram a ser entregues. O passado com a avó, o despertar de seus amores, o casamento desfeito, e o distanciamento vivido com sua mãe são revelados nestas.
  • 7. 6 Ficha de Leitura - Carlota Boavista (n.º3) Referências Bibliográficas Sousa Tavares, Miguel ; No teu deserto; Oficina do livro, 2009, Alfragide; Síntese do livro O livro que eu li é intitulado pelo autor como um “quase romance”. No início parece uma narrativa mas a medida da leitura vamo-nos apercebendo que são cartas dirigidas a alguém onde são narrados acontecimentos de há vinte anos atrás… Esse alguém chama-se Cláudia e são escritas com o propósito de ser dito pelo autor aquilo que ele já não lhe pode dizer pois descobriu que Cláudia tinha falecido, por outro lado a obra também inclui partes onde o autor escreve como se fosse Cláudia a narrar os acontecimentos. Tudo começa em Lisboa quando Cláudia e o autor partem na aventura de fazer uma viagem de jipe pelo deserto Sahara, eles conheceram-se dias antes e eram bastante diferentes um do outro. O autor tinha na altura 36 anos era racional, impetuoso ao contrario de Cláudia uma jovem de 21 anos, bonita, despreocupada, impulsiva. O autor ia ao deserto com o objetivo de fazer uma reportagem para a televisão e para umas revistas, Cláudia ia à procura de aventura. No início da viagem verifica-se uma certa distancia entre o autor e Cláudia mas a medida do passar do tempo, das situações na Argélia, na confusão das cidade africanas, no dia-a-dia de acampamentos improvisados e tempestades imprevistas a relação entre os dois vai crescendo. Na relação entre eles verifica-se que uma das coisas importantes é o silêncio onde acabava por ser dito muita coisa. No final da viagem voltar para Lisboa e acabam por perder o contato.
  • 8. 7 Citações “É por isso que não gosto de olhar para fotografias antigas: se alguma coisa elas refletem, não é a felicidade, mas sim a traição - quando mais não seja, a traição do tempo, a traição daquele mesmo instante em que ali ficamos aprisionados no tempo. Suspensos e felizes, como se a felicidade se pudesse suspender carregando no botão “pausa” no filme da vida.” “Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.” “A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio.” Crítica em relação ao livro Eu gostei do livro desde o momento em que comecei a lê-lo. É de fácil leitura e com uma linguagem simples o que permite uma fácil compreensão apesar de no início ser um pouco confuso pois ainda não estava habituada a como este estava estruturado. É um bom livro para quem gosta de se aventurar, para quem é sonhador e para quem gosta de se perder nas entrelinhas das páginas os livros.
  • 9. 8 Ficha de Leitura - Francisco Martinho (n.º 4) Referencia Bibliográfica da obra TAMARO, Susanna- Para Sempre; Estrada das Palmeiras,59 Queluz de Baixo; Editorial Presença, Lisboa 2011. Resumo É Matteo que nos conta a sua história, através de cartas, que escreve à mulher que outrora amou e provavelmente amará a vida inteira. Ao longo da narrativa, Matteo fala-nos da sua infância e da sua mente inquiridora. Fala-nos do pai e da cegueira que o atingiu aos 14 anos deixando-lhe na retina, para sempre, as imagens dos familiares mortos pelas bombas. Fala-nos da escola, da catequese, das idas à missa com a mãe e dos jogos de sons com o pai. Fala-nos, principalmente, de Nora da esposa que ele nunca soube compreender, que o fazia ficar nas nuvens e ao mesmo tempo irritado com as suas palavras sobre Deus. Matteo é um médico cardiologista, que tem uma bela esposa (Nora), um filho de 2 anos e outro a caminho. Nesta moldura de felicidade uma tragédia vem abalar a vida do médico e alterá-la “para sempre”, a esposa tem um acidente de automóvel aparentemente inexplicável, passível de se confundir com suicídio, neste acidente para além da esposa que estava grávida morre também Davide o filho de 2 anos. Matteo perde a vontade, a dignidade, a modéstia, respeito por si mesmo e torna-se indiferente para com os outros.
  • 10. 9 A falta de respeito para com os outros chega a extremo de induzir Larissa, uma mulher que o amava e de quem ele gostava, mas com quem não conseguia assumir uma relação, quando esta engravidou que o bebé era deficiente e que devia abortar. Esta força-motriz de angústia e revolta leva-o a ir viver na montanha, tornando-se num eremita que procura o sentido da vida através do contacto com a natureza e os animais. Entretanto morre Guido, pai de Matteo e escreve-lhe uma carta, pelas mãos do padre (Guido era cego desde os 14 anos),esta carta toca profundamente Matteo, entre muitas coisas Guido pede-lhe “…volta a ser como eras, não deixes sobre as minhas costas já velhas o peso desse fracasso…dá-me a alegria de um dia não muito distante te saber feliz, novamente aberto para a vida e para a sua continua criação…”. As palavras do pai são o estalido que faltava para abrir a primeira fenda da catedral de granito que havia construído em seu redor. Compreendeu finalmente que Nora não se suicidara, que o acidente fora provocado por perda de consciência devido a um aneurisma (a mãe de Nora também tinha morrido de aneurisma). Compreender finalmente a razão da morte de Nora fez descer sobre ele um sentimento de paz, com este sentimento novo, começou a ocupar-se das coisas do dia-a- dia. A trabalhar com as mãos conseguiu libertar a mente das ideias supérfluas e inúteis. Passa a dar conforto aos caminhantes, a dar luz, ou simplesmente um copo de água fresca pelo caminho. Num certo Outono, numa quarta-feira, dia em que habitualmente não passava ninguém, apareceu um rapaz de nome Nathan, que pediu para ficar uns dias para observar os pica-paus, naquela noite Matteo não conseguiu dormir, havia em Nathan algo que perturbava, no dia seguinte perguntou-lhe se sabia o significado do seu nome Nathan (Dom de Deus, expressão muito usada por Larissa). Nathan era seu filho, o filho que ele um dia tinha desejado que não nascesse, mas que o tinha perdoado, porque a mãe o tinha ensinado a não julgar ninguém. A Parábola do filho Prodigo tinha-se invertido, agora era o filho que ia em busca do pai que tinha fugido, para o perdoar. Mais tarde Nathan parte, mas promete voltar. Quando fica sozinho Matteo corre para o bosque em busca de proteção e chora abraçado a uma faia que acolhe toda a sua dor, deixa-se dormir e quando acorda sente- se leve muito muito leve.
  • 11. 10 Opinião sobre a obra e respetiva justificação Gostei, foi o primeiro livro que li desta autora, mas fui facilmente cativado. Trata-se de uma história muito bonita repleta de sentimentos, que nos tocam profundamente. Ensina-nos que na vida nada está garantido. Mostra-nos que a vida pode ser muito cruel, quando perdemos quem mais amamos podemos ficar sem rumo, sem vontade de viver, mas também nos ensina que às vezes precisamos estar sós para descobrirmos no fundo quem somos e o que queremos da vida, ou seja para nos podermos reencontrar. Este é sem dúvida um livro que enaltece o amor nas suas variadas vertentes, o amor de mãe, de pai, de marido, de amigo e a dor de quem perde esse amor e se refugia num vazio que se cria no coração e na alma. Não posso deixar de evocar um aspeto que achei muito subtil, propositadamente ou não pela autora, que é o paradoxo de um médico cardiologista que abandona a sua profissão para tentar curar o seu próprio coração. Se procuram um livro para refletir, este é o livro certo e sem dúvida uma boa prenda de Natal. Análise da obra Para Sempre, é uma narrativa extraordinária que aborda de uma forma simples e fascinante um dos temas mais relevantes da nossa existência, o amor e a dor da perda de alguém que amamos e o reencontro de nós mesmos depois da perda.  Protagonista Matteo, um médico cardiologista, que perdeu a mulher e o filho num acidente e que vive há vários anos no cimo de uma montanha isolado do mundo e imerso na natureza e se confronta diariamente com a sua própria consciência através de um fluxo de recordações que nos vão revelando as personagens e os acontecimentos que determinaram o seu passado e o conduziram até ali.  Outras personagens Nora; esposa de Matteo morreu de acidente de automóvel estava grávida de uma menina;
  • 12. 11 Davide, filho de Nora e de Matteo, morreu de acidente de automóvel aos 2 anos (a mãe ia a conduzir); Guido o pai de Matteo, ficou cego aos 14 anos; Larissa, uma mulher que amou Matteo e de quem Matteo gostou, mas não conseguiu assumir a relação, por não conseguir esquecer Nora; Nathan (que significa Dom de Deus), o Filho Pródigo e vai para a montanha em busca do pai para o perdoar. Algumas frases relevantes: “O amor não se entrega aos preguiçosos, para existir na sua plenitude exige por vezes gestos preciosos e fortes.” “Só a dor faz crescer. Mas a dor deve ser enfrentada cara a cara, quem foge ou se compadece de si próprio está destinado a perder.” “Uma vida desperdiçada é aquela em que o caminho do amor não se conseguiu cumprir.” “A principal qualidade do amor é a força. Mas, para sermos fortes, é preciso gostarmos de nós; para gostarmos de nós, é preciso conhecermo-nos profundamente, saber tudo de nós, mesmo as coisas mais ocultas, as mais difíceis de aceitar.” “Ao impormos uma excessiva rigidez à mente, suprimi-mos dentro de nós a voz do coração.” “Saber com o pensamento é uma coisa, saber com o coração é outra” “Sempre que à medida que fores crescendo tiveres vontade de converter as coisas erradas em coisas certas, lembra-te que a primeira revolução a fazer é dentro de nós próprios, a primeira e a mais importante. Lutar por uma ideia sem se ter uma ideia de si próprio é uma das coisas mais perigosas que se pode fazer.”
  • 13. 12 Ficha de Leitura - Frederico Riachos (n.º5) Ficha técnica do livro Autora: Alice Vieira Título: Bica Escaldada Editora: casa das letras Local de edição: s.l. Data de edição: junho de 2009 Relatório de leitura Período de leitura 24 de novembro de 2015 a 27 de novembro de 2015 Apresentação geral do livro “ “Bica Escaldada” foi o título de uma coluna semanal de crónicas que o Diário de Notícias publicou nos anos 1980. Decidi aqui recuperá-lo, uma vez que muitas destas crónicas aí foram publicadas pela primeira vez. Mas não apenas aí: também nas colunas do Jornal de Notícias e das revistas Activa e Tempo Livre, por onde tenho andado nestes últimos anos.” A.V. Relação título - livro: Há efetivamente uma relação título-livro, pois a coluna semanal, onde muitas das crónicas aqui presentes se encontravam, tinha o nome de “Bica Escaldada” assim como este livro. Transcrição de ideias/frases relevantes: “A minha infância foi uma velha máquina de escrever, onde tentei juntar letras, fazer palavras, e que bonito era aquele som”
  • 14. 13 Reação pessoal ao livro: Um livro de crónicas de costumes, tais costumes e tais tradições da sociedade portuguesa que se têm vindo a perder ao longo dos tempos. Mas o que Alice faz é acostumar-nos a uma linguagem simples, precisa e objetiva, tal como uma cronista deve escrever. As suas ideias são facilmente entendidas. Recomendo a sua leitura.
  • 15. 14 Ficha de Leitura – Joana Lourenço (n.º6) Título: O Diário de um Mago Autor: Paulo Coelho Resumo O livro conta a história da peregrinação feita pelo autor em 1986. Paulo pertence a uma ordem de magos chamada Ordem de RAM. Durante um ritual de passagem, onde o autor procura alcançar o posto máximo dentro da Ordem, é-lhe oferecida uma espada para o auxiliar na sua vida, a fazer o bem, a combater um inimigo ou a abrir um caminho. No entanto, como Paulo é ganancioso e tenta empunhar a espada sem saber na realidade para que ela serve ou o que pretende fazer com ela, o seu Mestre retira-lhe a espada e diz-lhe que só a conseguirá de volta de fizer o Estranho Caminho de Santiago e aprender para que quer a espada e qual é o objetivo da mesma. Paulo começa então o seu caminho com a ajuda de um guia, Petrus. Este caminho começa em França, San Juan Pied-de-Port, e acaba em Santiago de Compostela. Paulo conta com a ajuda de várias pessoas, sendo a mais importante delas Petrus. Durante o caminho Petrus ensina-lhe exercícios/rituais que contribuem para ele conseguir a sua espada e melhorar a sua vida, no quotidiano e espiritualmente. Esses exercícios têm o objetivo de poderem ser praticados por qualquer pessoa e são: Exercício da Semente Exercício da Velocidade
  • 16. 15 Exercício da Crueldade Ritual do Mensageiro Exercício da Água Ritual do Globo Azul Exercício do Enterrado Vivo Sopro de RAM Exercício das Sombras Exercício da Audição Exercício da Dança Após todos estes exercícios e experiências vividas durante o caminho Paulo finalmente consegue mudar a sua maneira de ver o mundo e percebe o que fazia de errado conseguindo assim recuperar a sua espada. Opinião Eu gostei mito de ler este livro porque aborda com tema e conta uma história que eu penso que é interessante. Sem aprofundar muita a religião, o livro fala-nos de um alteração da maneira de ver a vida através de exercícios simples e que podem der realizados por todos. Mostra-nos uma maneira de aprendermos a ver a vida de outra forma, olhando ao redor sem pressa, não pensarmos só mal de nós mesmos, entre outras. Aconselharia a leitura deste livro a colegas, mesmo que estes não sejam religiosos, pois como já referi o livro fala de Deus, mas pode ser aplicado a todas as pessoas independentemente da sua religião.
  • 17. 16 Ficha de Leitura – Joana Priscila (n.º7) Referência bibliográfica da obra TAMARO, Susanna- Para Sempre; Estrada das Palmeiras,59 Queluz de Baixo; Editorial Presença, Lisboa 2011. Resumo O livro apresenta-nos Matteo que conta a sua história. Conta a sua história como uma carta á sua mulher. Fala da sua infância e do seu pai que ficou cego apenas com catorze anos, devido aos estilhaços de uma bomba, deixando –lhe marcas dos seus familiares pois, este viu a sua irmã morrer e o seu pai tinha sido morto anteriormente. Fala-nos também, principalmente, de Nora. A mulher que ele nunca conseguiu compreender, mas que o fazia ficar nas nuvens. Este homem era, ou tinha sido outrora, um médico cardiologista, que perdeu a sua mulher e filho num acidente de automóvel. Vive num luto há quinze anos. Utilizou a montanha como um refúgio e é incrível a sua ligação com a mesma e inclusive com o meio que a rodeava, ou seja, com os animais, as suas plantações, as formas de sobrevivência que tinha utilizando estes vários meios. Mostra como é viver na montanha, como é encarado pelas pessoas que por ali passam e o cumprimentam, como é viver sozinho longe do mundo dito “normal”. Apesar de viver longe de outras pessoas este acaba por receber e acolher quem por ali passa, sejam curiosos, caminheiros ou até mesmo quem gosta de estar pela montanha apenas para descansar.
  • 18. 17 Desabafa a sua vida, as suas escolhas, questiona as mesmas e inclusive os caminhos que seguiu. Chega até mesmo a dar-nos uma lição. Opinião e análise sobre a obra Fiquei cativada ao ler o tema e o resumo do livro. Embora não goste muito de ler, este livro foi interessante e conseguiu cativar-me pelo seu conteúdo. Gostei do tipo de escrita utilizada pela autora, é uma escrita simples. Apesar de haver momentos tristes na vida da personagem apresentada, a sua forma de encarar a vida, o facto de o mesmo se confrontar diariamente com a sua consciência e questionar-se foi algo interessante. Não é um livro que se torne maçador e desinteressante à medida que o lemos e isso foi muito satisfatório. Citações “Por isso, talvez, também aqui em cima nunca estou realmente sozinho, os pensamentos fazem-me companhia (…) “ “Há já quinze anos que vivo aqui em cima. Dei com isto por acaso, durante um passeio, e fiquei apaixonado pelo lugar. Ao vê-lo não pude deixar de pensar que também te teria agradado a ti.” “À medida que eu ia crescendo, ia tentando perceber o que se poderia ter passado na sua cabeça, no seu coração: perder a casa, os afetos mais queridos, o mundo que conhecera aos catorze anos e mergulhado na escuridão, sabendo que essa escuridão seria uma prisão da qual não poderia escapar.” “O meu pai era um homem forte e digno. Se não tivesse tido a limitação da cegueira, teria literalmente virado o mundo do avesso.” “Uma tesoura surgiu e cortou os fios que nos mantinha unidos.” “Compreendi, com o tempo, que os inimigos nunca são verdadeiros inimigos, é o nosso pensamento que os faz tais, transformando-os em algo de invencível.”
  • 19. 18 Ficha de Leitura – João Afonso Martinho (n.º8) Ficha técnica do livro Autor: Miguel Sousa Tavares Título: No teu deserto Editora: OFICINA DO LIVRO Local de edição: Lisboa Ano de edição: 1ª edição: Julho de 2009 Ano de publicação: [s.d.] Relatório de leitura Período de leitura 21 de Novembro de 2015 a 26 de Novembro de 2015 Crítica ao livro/Opinião pessoal/Resumo Quando escolhi este livro não tinha lido nenhum comentário negativo ou positivo sobre o mesmo, e eu não sou muito de ler romances, por assim melhor dizendo não sou muito de ler, se bem que o livro não chega a ser um romance mas sim um “Quase Romance” como aparece na capa do livro. O conteúdo da história é muito simples e de fácil compreensão a nível de escrita e a nível de estrutura de pensamento por parte do autor, pois não nos obriga a utilizar analepses. O desenrolar do enlace é bem definido e contínuo, este passa à volta de duas personagens e conta assim a história destes dois adultos que se conheceram ao acaso pois um deles é jornalista e ia fazer uma viagem ao deserto do Sahara e queria alguém para lhe fazer companhia. Esse alguém veio a revelar-se ser Cláudia uma mulher loira e alta de olhos azuis, que tinha uma vida completamente diferente da personagem
  • 20. 19 masculina que conta a história na primeira pessoa, Cláudia frequentava bares, discotecas e concertos de rock e vestia-se na desportista, não tinha filhos nem marido ou namorado e aproveitava-se desse facto para se vangloriar, enquanto por outro lado o jornalista era um homem casado e com filhos que se vestia de fato e gravata e que apreciava ambientes mais calmos, fotografando assim tudo o que tinha oportunidade, e quando não havia oportunidade ele lá a arranjava. Ao iniciarem a sua viagem pelo deserto, decidiram dividir tarefas, mas discutindo sempre muito entre ambos pois eram bastante teimosos e cada um puxava ao seu ponto de vista mas isto até que os fez aproximar muito um do outro durante os quarenta dias em que estiveram no deserto, pois caso não se tivessem dado bem a viagem teria sido um inferno. A maior parte do livro não retrata a estadia no deserto, mas sim as aventuras pela qual ambos passaram antes de conseguirem lá chegar. Tornaram-se muito íntimos, mas sempre com muito respeito mútuo à mistura. A história é contada na primeira pessoa pelo jornalista citando as diferentes fases da sua vida e do passar dos anos e de como o envelhecer o deixou de afetar, conforme foi ficando mais adulto mas também tem partes onde a narração é feita por Cláudia. O mais triste é que no fim do desenlace, ou seja, a quando do regresso a casa mais propriamente a Lisboa, os dois deixam de se ver e decidem separar-se pois as suas vidas são bastante diferentes, apenas mantinham contacto escassas vezes. O jornalista continuou a fazer viagens ao deserto pois era lá que ele se sentia bem (em casa, perto de Cláudia), mas, enquanto isso a pobre rapariga estava em Lisboa muito doente, acabando mesmo por falecer. O homem só soube desta triste notícia passado alguns meses pois no deserto não há telecomunicações. Ficando muito abalado, no entanto eles é quase como que tivessem numa relação desde que iniciaram a sua aventura a dois, pois a partir daí permaneceram mutuamente no pensamento um do outro, mesmo não tendo uma relação a nível físico. A parte onde eles estavam mais próximos era quando permaneciam em silêncio durante horas e horas dentro do jipe do jornalista (o homem ensinou a Cláudia que um silêncio diz-nos mais que as palavras), jipe este que foi a casa de ambos durante a viagem. Na minha opinião acho que é por isso e como já referi anteriormente que na capa do livro está presente a expressão “Quase Romance” porque nunca chegou a haver um
  • 21. 20 contacto físico nem um beijo nos lábios, houve sim trocas de carinho de uma amizade inesperada mas muito forte que era merecedora de um relacionamento amoroso.
  • 22. 21 Ficha de Leitura - Lourenço Cardoso (n.º9) Ficha técnica do livro Autor: Machado de Assis Título: A Mão e a Luva Editora: QuidNovi Local de edição: [s.l.] Ano de edição: 2011 Biografia do autor Joaquim Maria Machado de Assis ou Machado de Assis foi(é) um conhecido escritor brasileiro nascido a 21 de junho de 1839, natural do Rio de Janeiro. Para além da escrita, Machado de Assis desempenhou outros tipos de atividades como o jornalismo. Publicou o seu primeiro trabalho literário aos 16 anos, com a obra designada “Ela”. Esta obra consistia num poema. Começa a publicar obras românticas em 1859, destacando-se entre elas A Mão e a Luva (1874). Falece a 29 de setembro de 1908 no Rio de Janeiro. Relatório de leitura Apresentação geral do livro
  • 23. 22 O livro começa com o encontro de dois amigos, Estevão e Luís Alves, amigos de faculdade. O primeiro sofre de um amor não correspondido, de uma rapariga chamada Guiomar. Estevão conta-lhe o sucedido, desesperado. Dois anos volvidos e após terminar a faculdade, Estevão torna-se bacharel (ter a faculdade concluída com sucesso) e regressa ao Rio de Janeiro. Já esquecido da sua antiga paixão, volta a reencontrar Guiomar, ao descobrir que esta é vizinho do seu colega e amigo de faculdade Luís Alves. Estevão tem uma conversa com a rapariga e a chama volta a acender no seu coração. Este recorda os antigos momentos com ela e, assim, volta a apaixonar-se. Entretanto descobre também que Luís Alves já teve um caso com Guiomar, embora não tenha sido nada de especial. De referir que Guiomar não terminou os estudos na faculdade para ir para o Rio ajudar a sua madrinha baronesa nos seus tratos. Esta considera-a como uma segunda mãe, após ter ficado órfã muito cedo. Mas, outro pretendente surge para a jovem Guiomar. Jorge, que é sobrinho da mesma baronesa e que a conhece após este ir para casa da madrinha, também ele sonhava pedir a mão a Guiomar. Este contava com o apoio da baronesa, que era o seu principal sonho, ver Jorge e Guiomar juntos. Entretanto surge outro candidato declarado a Guiomar, Luís, o grande amigo de faculdade de Estevão. Passavam assim a ser três: Estevão, Jorge e Luís. O perfil de cada um era diferente, cada um tinha a sua maneira de amar Guiomar. O desejo da rapariga era Luís, mas a grande vontade da baronesa era Jorge, por ser seu sobrinho e ser um desejo antigo da senhora. Estevão ficava cada vez mais triste com o desenrolar dos acontecimentos. Entretanto, Jorge acaba por pedir em casamento Guiomar, contando com o apoio da baronesa, que se revelava bastante feliz, com o passar do processo. Guiomar, após o sucedido fica alarmada e chega à conclusão que Luís é a sua única salvação. Pede então a Luís (seu amado) para que a pedisse em casamento. Este fica radiante, aceita de imediato e envia uma carta à baronesa com o intuito de lhe pedir a mão. A baronesa aceita o pedido que vai de encontro ao desejo da jovem e os dois (Luís e Guiomar) acabam por casar.
  • 24. 23 Estevão foi quem demorou mais a acatar a decisão e quem ficou mais triste. (Pensando mesmo em suicídio). Já Jorge, que na verdade não amava assim tanto Guiomar, acabou por acatar a decisão e seguiu com a sua vida. Frases/ideias relevantes Pág. 53 “-...digo-lhe que faz mal, que é melhor, muito melhor contentar-se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.” Reação pessoal ao livro Achei o livro interessante, ainda que conte com alguma descrição, é uma obra simples de ler. Houve uma ou outra palavra em que tive mais dificuldade pelo facto de serem palavras de origem brasileira, mas penso que no geral foi uma leitura bem conseguida.
  • 25. 24 Ficha de Leitura – Maria Beatriz (n.º10) Referência bibliográfica da obra MODIANO, Patrick −O Horizonte. Lisboa, Porto Editora, 2010 ou Novembro de 2011. Autor Patrick Modiano nasceu em julho de 1945, em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris. Publicou o seu primeiro romance (La Place de l’Étoile) em 1968. Com Rue des boutiques obscures conseguiu em 1978 o Prémio Goncourt. Em 1972, recebeu o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa. Considerado hoje em dia um dos mais importantes escritores franceses, e autor de uma vasta obra, foi distinguido recentemente com o Grande Prémio Nacional das Letras. O Horizonte é o seu romance mais recente. Apresentação geral da obra Esta obra é um romance cheio de esperança em que fala da vida de jean Bosmans desde a sua juventude foi à cerca de quarenta anos atrás. Bosmans um homem frágil que trabalhava uma biblioteca levou uma vida de encontros e desencontros tudo por força do destino, rostos e lugares que vira no mesmo sitio mas em situações e tempos diferentes. Bosmans lembrava-se de tudo até pequenos pormenores graças à sua capacidade de memória. Bosmans dependia muito do passado e sentia muito mau estar ao pensar no que podia ter acontecido e não aconteceu e vice-versa. Jean tinha um caderno preto de capa plastificada que guardava no bolso interior do casaco onde escrevia tudo o que
  • 26. 25 pensava sobre certos episódios da sua juventude, rostos sem nome, encontros fugazes, pois tudo isto pertencia a um passado longínquo, mas como estas breves sequências não estavam ligadas ao resto da sua vida, permaneciam em suspenso, num eterno presente. Então todas as datas, nomes, locais que se lembrava escrevia la. Bosmans recorda detalhadamente o tempo em que estava com Margaret Le Coz o amor da sua vida. Margaret trabalha numa empresa em Paris que tinha o nome de Richelieu Interim como tradutora. E numa noite em que saíra do trabalho encontra se no caminho de casa com Bosmans na estação de metro mas tinha se reunido uma manifestação de Companhias Republicanas de Segurança e Margaret foi empurrada para os braços de jean. Com tanta confusão Margaret acabara por se magoar e jeans acompanha-a até a farmácia. E a partir daí desenrola-se uma paixão. Margaret é uma jovem muito misteriosa. E Margaret é perseguida por Boyaval já á muitos anos desde o tempo que vivia na Suiça. Boyaval é antigo pretendente que ela rejeitara e ele nunca aceitou a rejeição. Margaret nascera em Berlim e era governanta na Suíça mas teve de fugir para Paris devido a Boyaval. Bosmans também fugira para Paris mas por um motivo diferente Jean fugira de sua mãe e de um homem que andava sempre com ela, este que parecera um padre sem sotaina. Jean fugira deles pois a mãe estava sempre a pedir-lhe dinheiro e por isso foi forçado a mudar de endereço. Certo dia Margaret desaparece, muda de cidade e ambos perdem o contacto até que se passou 40 anos e Bonsmans nunca a esquecera e por isso decide ir atrás do seu amor. Vai até Berlim com esperança de o destino os juntar e que pela descrição de um senhor que falara na rua já sabe onde está Margaret e vai ter com ela. Opinião sobre a obra e respetiva justificação Eu gostei de ler esta obra e recomendo a sua leitura. Esta obra é um romance, para quem gosta deste tipo de livro é excelente, mas para quem não gosta deste tipo de livro não aconselho. É uma história carregada de esperança muito interessante em que fala de encontros e desencontros ao longo da vida e tudo por força do destino. Transcrição de ideias/frases relevantes
  • 27. 26 “Porque não encontrei Margaret naquele momento? Porquê alguns meses mais tarde? Devemos ter-nos cruzado naquela rua, ou mesmo no café da esquina, sem nos vermos.” Página: 55. “ Desde que Margaret desaparecera, sem ele saber se estaria viva ou morta, pensava muitas vezes naqueles passeios”. Página 101 e 102.
  • 28. 27 Ficha de Leitura - Maria do Rosário Nunes (n.º11) Ficha técnica do livro Autor: Rosa Lobato de Faria Título: Vento Suão Editora: Porto Editora Local de edição: Lisboa - Portugal Data da edição: Março de 2011 Relatório de leitura Período de leitura 16 de novembro de 2015 a 25 de novembro de 2015 Apresentação geral do livro Vento Suão inicia-se com o reencontro de duas amigas de infância, Sofia e Luísa, ambas do Alentejo, onde passaram as suas aventuras juntas em crianças. Sofia e Luísa acabam por se separar e crescerem longe uma da outra, mas cada uma sempre com a outra na memória. O livro apresenta-nos logo neste início as duas personagens no presente, mas percebemos de imediato que este nos vai explicar os caminhos distintos que estas duas amigas percorreram, mas que o destino acabou por fazer com que as duas chegassem à mesma condição. Sofia, impulsiva e rebelde, aceita de imediato casar-se com uma homem que mal conhecia, mas logo a atraiu. Durante o noivado, este homem chamado Mateus, mostrava- se apaixonado e fogoso. Já casados, o marido de Sofia, revelou-se um homem completamente diferente, sendo violento, mas uma violência da qual Sofia não se queria libertar por nada, pois a parte calorosa e atraente de Mateus, para Sofia, compensava-a de toda a dor que este lhe causava. Sofia já era conhecida na clínica onde ficava
  • 29. 28 internada frequentemente devido aos maus tratos causados por Mateus e a última vez que este a agrediu Sofia entrou em coma. Durante o coma de Sofia, Mateus sofre um acidente propositado, planeado por um dos empregados, Nelson, que conhecia Sofia já de há muito tempo e não aceitava o facto de o patrão lhe fazer isto, provocando-lhe uma paralisia corporal com um medicamento, fez com que todos pensassem que estava morto e Sofia acordasse do coma aterrorizada com a notícia. Mateus com o susto prometeu a si próprio que iria desaparecer e nunca mais tocaria em Sofia. Já Luísa, em comum com Sofia, age impulsivamente e decide mudar-se para Lisboa, para casa de Zé Roberto, um fotógrafo mulherengo por quem era apaixonada devido a todo o carinho que este lhe dava. Zé Roberto era conhecido pele faceta de mulherengo e Luísa sabia perfeitamente das suas traições, mas como fraqueza de mulher apaixonada que era, acreditava que os homens tinham essas fragilidades, mas que o fotógrafo por todo o amor que lhe dava era apaixonado por ela. Foi preciso um dia encontrar Zé Roberto em casa com outra mulher para Luísa terminar o relacionamento de vez e voltar para casa dos pais no Alentejo. Luísa, de volta ao Alentejo, conhece Duarte o homem com quem casa passado algum tempo, eram perdidamente apaixonados um pelo outro. Luísa e Duarte estiveram dez anos juntos, tinham dois filhos e cada dia se apaixonavam mais um pelo outro, até que o destino não tardou em tirar toda esta felicidade a Luísa, Duarte falecera de ataque de coração e esta tinha ficado destroçada. O livro “termina” com Mateus a não controlar a sua vontade de voltar para Sofia e encapuzado entra pela sua própria casa e abraça Sofia, esta assutada e não o reconhecendo pega numa faca da cozinha e atinge Mateus pelas costas, chamando o INEM e a polícia. Este Vento Suão inacabado devido ao falecimento da autora, Rosa Lobato Faria, termina sem um restante desenvolvimento da vida destas duas mulheres, deixando uma panóplia de emoções e incertezas ao leitor. Relação título – obra O título está relacionado com a obra, pois este Vento Suão é caraterístico do Alentejo, local onde acontece maior parte da ação. Em certo momento do livro, Rosa Lobato Faria, explica o significado deste Vento Suão num pensamento de Sofia: “Estava outra vez
  • 30. 29 aquele vento sul de que a costela alentejana de Sofia não gostava, aquele vento abafado e doentio, o Suão, que levava os homens a pendurarem-se na trave ou afogarem-se no poço, que fazia as rapariguinhas suicidarem-se, que horror, que pensamentos negros, e preferiu, enquanto tocava, procurar pensar de outra maneira.” (pág. 103). Todo este ambiente sombrio que o Suão trazia faz parte das vidas de cada uma das personagens. Transcrição de ideias/frases relevantes “A morte era tão estranha! Subitamente aquele vazio, aquele buraco negro, aquela muralha a tapar o futuro. Assim de repente. Sem remédio” (pág. 143). Reação pessoal ao livro Conhecia Rosa Lobato de Faria somente das novelas que passavam na televisão portuguesa e confesso que como escritora me surpreendeu imenso. Este livro inacabado deixou dentro de mim um enorme vazio e muitas incertezas sobre o que iria acontecer a seguir na vida das personagens. Por outro lado, estas incertezas e emoções valeram a pena, apreciei bastante este Vento Suão. Penso que fiquei cativada por ele também pelo facto de a autora colocar personagens femininas no centro da ação, e sendo eu do género feminino li com outro olhar todo o enredo deste livro e sentindo tudo de uma maneira que não estava à espera sentir.
  • 31. 30 Ficha de Leitura - Maria José Santos (n.º12) Ficha técnica do livro Título: Estórias Abensonhadas Autor: Mia Couto António Emílio Leite Couto, filhos de portugueses emigrantes, nasceu na Beira, Moçambique, em 1955, onde se escolarizou. É professor, biólogo e escritor e já foi jornalista. Com catorze anos, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira. Três anos depois mudou-se para Maputo, onde deu início aos seus estudos universitários. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante. Recebeu os seguintes prémios:  1995 - Prémio Nacionais de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos;  1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra;  2001 - Prémio Mário António, pelo livro O Último Voo do Flamingo;  2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas;  2007 - Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura;  2012 - Prémio Eduardo Lourenço 2011
  • 32. 31 Editora: Caminho Local de Edição: Lisboa Data de Edição: 1994 Data de Publicação: junho de 2003 Relatório de Leitura Período de leitura 20 de outubro de 2015 a 21 de novembro de 2015 Apresentação Geral do Livro Mia Couto começa esta sua obra enquadrando-nos no contexto político-social de Moçambique, expressando aquilo que achava que seria o seu país e o estado de espírito do povo moçambicano após a Guerra da Independência. Mia Couto pintou um quadro na sua cabeça, de Moçambique, em cujos destroços da guerra eram pesados e irreparáveis. Este quadro revelou-se-lhe incorreto e bastante longe da realidade. Apesar da situação, Mia Couto apercebeu-se que onde existe Homem, existe a possibilidade de renovação e de sonhar. Possibilidade essa que se encontra numa dimensão incorruptível pela violência. A partir daqui dão-se início aos vinte seis contos que integram esta obra. Vou falar de um dos contos que mais gostei. O Perfume Este conto fala de um casal – o Justino e a Glória. Justino era muito ciumento e raramente deixava a sua esposa sair de casa.
  • 33. 32 Um dia, este ofereceu um vestido à sua esposa como e convidou-a para irem a um baile. Glória, surpresa como o presente e o convite, ficou sem saber como reagir, mas lá se foi arranjar. Já no seu quarto, Glória dá os últimos retoques antes de sair de casa, pondo um perfume que seu marido lhe oferecera há muito tempo. Desgostosa com a situação atirou o frasco do perfume pela janela, partindo-o. Quando se encontrou com o marido de novo, este encorajou-a a maquilhar-se, o que a surpreendeu, uma vez que os seus comentários usuais apontavam-lhe sempre ousadias. Justino já tinha pedido a um vizinho para tomar conta dos filhos do casal e, assim sendo, partiram para o baile. No baile, um homem pediu para dançar com Glória, mas esta recusou, pois queria dançar primeiro com o seu esposo (que nunca dançara). No entanto, Justino insistiu que fosse dançar e que se divertisse. Foi então que Glória que o seu marido se estava a despedir dela e a oferecê-la ao mundo. Justino ausenta-se do baile. Glória ainda teve esperança de o encontrar à sua espera no fim do baile, mas já não restavam vestígios do seu marido. Esta foi até casa a pé e, sem vontade de entrar em casa, pois sabia que não ía encontrar seu esposo, adormeceu nos degraus da escada. Quando acordou de manhã, teve a sensação de que Justino estava em casa, mas estava enganada. Ao correr para dentro de casa, pisou os vidros do perfume que partira na noite anterior. Como diz o autor, foi assim que “Glória estreou o sangue de sua felicidade”. Relação título – obra A obra e o título relacionam-se no sentido em que esta obra conta estórias que remetem para um país que está a ser reconstruído pelas mãos de um povo esperançoso,
  • 34. 33 sonhador e, ao mesmo tempo, abençoado (abensonhado resulta da junção das palavras ‘abençoado’ e ‘sonho’). Transcrição de frases/ideias relevantes “Deste território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está, sonhando que vai, inventando que volta.” “A lágrima é água e só a água lava e só a água lava a tristeza.” – página 46 “Quem me ler que desentorte as palavras. Alinhada só a morte.” – página 159 Reação pessoal à obra Eu gostei bastante da obra e aconselho a sua leitura. Acho bastante interessante a forma como Mia Couto escreve e os seus livros não se tornam cansativos de todo.
  • 35. 34 Ficha de Leitura – Mariana Afonso Nunes (n.º13) Introdução No âmbito da disciplina de Português, foi-nos pedido para procedermos à leitura de um livro, presente na lista das páginas dezoito e dezanove do manual Expressões- Português 12º ano, com o intuito de fazer-se uma ficha de leitura sobre o mesmo. Dentro de inúmeras opções, optei pelo livro Minha Querida Inês de Margarida Rebelo Pinto. Não serei fiel apenas a um tipo de ficha de leitura, porque sinto que isso faz com que omita informação que eu acho que seja pertinente para a apresentação deste romance histórico. Tentarei colocar tanto a parte analítica, como a parte de citação, assim como a de resumo e a de comentário. Espero conseguir cumprir com aquilo que me foi proposto, não esquecendo que foi uma experiência enriquecedora, pois jogou a meu favor. Tive a oportunidade de ler um bom livro e espero cativar outros a seguir este meu conselho. Ficha Técnica do livro Título: Minha Querida Inês Autor/a: Margarida Rebelo Pinto Editora: Clube do Autor Género Literário: Romance Histórico Local de edição: [s.l.] Número de edição: 1ª edição Ano de edição: novembro de 2011
  • 36. 35 Período, modo de leitura e decisão do livro Este livro demorou cerca de uma semana a ser lido (de 20 a 25 de novembro). Para mim, foi o suficiente, visto que sou uma leitora quase compulsiva, mas independentemente do nosso hábito de leitura, é um livro que se consegue apreciar num curto espaço de tempo. D. Inês de Castro sempre foi uma figura histórica do nosso país bastante falada. Relembro-me de ouvir o seu nome desde o Ensino Básico e desde aí que tenho alguma curiosidade em descobrir mais. Apesar de estar no ramo das Ciências, a História é uma disciplina que quero, e obrigo-me a isso, estar em constante contacto porque é nela que revemos grande parte do que acontece hoje em dia. Para não falar do facto de que cada cidadão tem o dever de saber a história do seu país, na minha opinião. Com isto, era óbvia a escolha do livro. Nunca tinha lido nada de Margarida Rebelo Pinto até à data, assim como um romance histórico. Juntei o útil ao agradável e peguei no interesse pela História e por D. Inês em conjunto com a curiosidade de me aventurar nas palavras de Margarida Rebelo Pinto e no género de romance histórico. O meu modo de leitura foi influenciado pelo meu interesse, acima referido. Não olhei para o Minha Querida Inês como uma obrigação, mas sim como um prazer. Resumo do livro Estrutura e Características da Narrativa Minha Querida Inês é um romance histórico que retrata a os últimos sete dias de D. Inês de Castro. Começa no dia 1 de Janeiro de 1355 e vai até ao dia 7 de Janeiro do mesmo ano. Cada dia dessa semana é dividido em duas partes com uma pequena citação no início: primeiramente fala D. Inês e em segundo uma personagem que já foi referida durante o desenlace. Nessa segunda parte, exprimem-se na primeira pessoa D. Álvaro, Afonso Madeira, Remédios, Diogo Lopes de Pacheco, Guiomar, Teresa Galega e D. Inês. No último dia, ou seja, a 7 de janeiro de 1355, D. Inês dialoga na primeira parte ainda viva e na segunda como alma que já partiu. A identificação das personagens irei fazer mais à frente. Como já referi anteriormente, qualquer personagem que participa na ação fá-lo na primeira pessoa, sendo um narrador autodiegético.
  • 37. 36 No final do livro, a autora disponibilizou ao leitor uma série de informações que ajudam a situar no contexto histórico. Temos umas páginas reservadas a “Factos, Mitos e Ficção”, outras a “Árvores Genealógicas e a “Cronologia de Factos Históricos”. A ação decorre no ano de 1355, fazendo algumas analepses ao passado, e tem como principal “fundo” o Convento de Santa Clara, em Coimbra. Personagens Há uma série de personagens que pertencem a este romance que podem ser reais ou fictícias. As personagens são as seguintes:  Principais D. Inês de Castro – personagem que serviu de inspiração ao livro. Mulher bonita, com longos cabelos loiros e um corpo desejado tanto por homens como por mulheres. Verdadeiro amor de D. Pedro I e mulher dos olhos do mesmo. D. Pedro I – Filho de D. Afonso IV e de D. Brites. Eterno apaixonado de Inês de Castro. Teve várias mulheres e homens na sua vida, tendo sido casado com D. Constança Manuel e Teresa Galega. Gago, desajeitado, colérico e irresponsável. Preferia a caça ao reino de Portugal. D. Afonso IV – Rei de Portugal, homem poderoso e “cabeça” do assassinato de D. Inês.  Secundárias Teresa Galega – Aia de D. Inês. Apaixonada desde muito nova por D. Pedro. Última mulher de D. Pedro e mãe do Rei e Mestre de Avis. Diogo Lopes de Pacheco, Afonso Madeira, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho – Fieis escudeiros do Rei D. Afonso IV e principais cúmplices e responsáveis pela morte de D. Inês. Remédios – seu nome verdadeiro é Jala e é árabe. Foi acolhida por D. Inês enquanto tinha peste e passou a ser chamada de Remédios graças ao facto de ser curandeira. Aos olhos do povo fingia ser uma moura.
  • 38. 37 D. Álvaro – Prior da Ordem do Hospital que a pedido do rei D. Afonso IV questiona Inês sobre um possível esquema que os seus irmãos planeiam contra o reino. Guiomar – o povo alcunhou-a de Possessa por ter tentado matar o marido devido à loucura após a morte seguida dos seus quatro filhos. Fonte de visita de D. Inês por quem tinha um grande apreço e por quem temia a morte.  Figurantes D. Constança – primeira mulher de D. Pedro e melhor amiga de D. Inês, sendo uma pobre alma que foi traída tanto pelo marido como a amiga de longa data. Morre cedo talvez por doença ou desgosto. História D. Pedro tinha partido com os irmãos de D. Inês, mas esta procurava-o todas as manhãs por entre lençóis. Em sua casa viviam Teresa Galega, Clara e Remédios, suas aias, assim como os seus filhos: João, Dinis e Beatriz. É o primeiro dia do ano de 1355 e Inês vai à missa para mostrar devoção a Nosso Senhor. Após isso, D. Álvaro chama D. Inês para a questionar sobre uma possível conspiração entre seu amado e seus irmãos. A pedido do rei, o prior dá a entender que Inês é conhecedora de tal conspiração, mas esta nega tudo, convencendo D. Álvaro. Afonso Madeira, suposto fiel escudeiro de D. Pedro, vai para junto de D. Inês e seus filhos com o intuito de a proteger perante todo mal, a mandato de D. Pedro. D. Inês, não confia nos escudeiro, mas pouco se importa pois este traz consigo uma carta do seu senhor a exclamar o quanto a ama. Afonso Madeira, quando começa a discursar na segunda parte do segundo dia, revela que nutre sentimentos por D. Pedro e que gosta dos momentos, que D. Inês desconhece, de intimidade que tem com o seu amo. Durante o desenlace da história, confrontamo-nos com argumentos dos homens que não entendem o porquê do Criador ter colocado tal ser na Terra. Causam-lhes perturbação e preocupação, mas assumem que já caíram na tentação. A mulher, é vista como um ser que chama e que ao mesmo tempo distrai a atenção devido ao prazer que pode causar, como também dos seus atributos.
  • 39. 38 D. Inês cresceu com D. Constança e desde aí que se consideravam como irmãs. Mas D. Inês trai a sua amiga ao apaixonar-se por Pedro enquanto este mantinha um casamento com D. Constança. Após a morte de D. Constança, Pedro e Inês tentam casar-se, mas não lhes é concedido esse prazer devido ao facto de Inês ser prima de Pedro (graças a filhos bastardos de reis anteriores) e por Inês ter sido madrinha de um dos filhos de Pedro, o pequeno Luís. Esta história não era segredo para ninguém e serviu para que tanto o rei como o povo odiassem D. Inês. Havia medo da morte por parte de Inês, mas vontade de eliminar quaisquer fontes de bastardos e ilegitimidade por parte do povo e do rei D. Afonso IV. Na véspera de falecer, Inês é acordada durante a noite pelo seu amor que há muito era esperado por esta. Têm relações e esta confessa-lhe que gostaria de um dia ser sua esposa e rainha, assim como respeitada pelo povo. Pedro promete-lhe que tudo isso irá acontecer. No entanto, as próximas horas eram de preparação para a morte de Inês. O rei e os seus escudeiros, Diogo Lopes de Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, entram em casa de D. Inês preparados para matá-la sem compaixão alguma. O rei procede com um discurso que transpira ódio e D. Inês suplica-lhe para que este pense em D. Pedro e no sofrimento que lhe vai causar. Não há nada a fazer, a sede de vingança, o poder e a dedicação ao reino de Portugal provocam a morte de Inês. Se esta morrer os seus irmãos não terão forças para se apoderar do reino de Castela. E assim acontece a morte de Inês. Na última parte do último dia, Inês discursa como uma alma, onde se confronta com partes pertencentes ao futuro. Pedro a ter relações com a sua aia, Teresa Galega, e a dar-lhe um filho, Rei de Portugal e Mestre de Avis e à sede de vingança e justiça por parte de Pedro que mata os responsáveis pela morte de Inês e manda construir um túmulo para que a sua alma e a de Inês descansem juntas e em paz. Conclusão Um misto de sensações invadem-me com a conclusão desta tarefa. Satisfação por ter lido algo que me despertava curiosidade, mas pena por ter terminado um bonito amor desta forma.
  • 40. 39 Ficha de Leitura – Mariana Mota Nunes (n.º14) Referência Bibliográfica Autor: Faria, Rosa Lobato de Título da obra: Vento Suão Local de Edição: (s.l.) Editora: Porto Editora Edição: 1ª edição Data de Edição: Março de 2011 Resumo Esta obra inicia-se com um encontro de duas amigas de infância do Alentejo, Luísa e Sofia, que cresceram separadas uma da outra, mas cujas memórias de infância se mantêm inalteradas. Enquanto crianças, as duas amigas partilhavam os mesmos sonhos, mas as suas vidas acabaram por seguir caminhos diferentes, porém, com algo em comum: ambas têm relações amorosas atribuladas, que não as deixam ser felizes. Luísa, de uma família oriunda do Alentejo, cedo se juntou com Zé Roberto, um fotógrafo com fama de ser mulherengo. Vivia tremendamente apaixonada por este e largou os estudos para cuidar dele e das suas coisas. Contudo, certo dia, Luísa apanhou Zé Roberto a traí-la com a sua ex-companheira, e isso fê-la pôr um ponto final naquela relação. Voltou para o Alentejo, para a casa dos seus pais, e conheceu Duarte, o seu futuro marido com a qual teve dois filhos. Todavia, esta relação teve um final trágico: no décimo aniversário de casamento, Duarte teve um ataque cardíaco e faleceu. Sofia, educada num ambiente socialmente privilegiado, casou por impulso com um homem que mal conhecia, Mateus Godinho, tornando-se vítima de violência doméstica, pois o homem que outrora se demonstrara carinhoso e apaixonado revelou-se uma pessoa inconstante e violenta no casamento. E Sofia parecia não querer desprender-se dessa relação. Foram várias as vezes que foi parar ao hospital vítima de maus tratos.
  • 41. 40 Porém, uma dessas vezes, algo terrível também aconteceu a Mateus. Nelson, o seu motorista, pôs algumas gotas de uma infusão na sopa que iria ser servida ao seu patrão, com o objetivo que este se sentisse mal, mas algo de terrível aconteceu: aquelas gotas paralisaram totalmente Mateus por uns dias, o que levou a que todos o julgassem morto. Todavia, Mateus conseguiu escapar da sua morte e planeou recomeçar a sua vida longe daquela que ia deixar para trás, mas a saudade era muita, e por isso um dia decidiu voltar para a sua casa, para os braços da sua querida mulher, o que se revelou por ser uma má decisão, pois Sofia ao ver um homem encapuzado a caminhar na sua direção, julgou que este era um ladrão, e acabou por espetar uma faca nas costas do seu próprio marido. Opinião sobre a obra e respetiva justificação Apreciei bastante a leitura da obra, sobretudo porque é inacabada, o que deixa cada leitor ao sabor da sua imaginação para criar um final e porque aborda o flagelo da violência doméstica de uma forma muito explícita.
  • 42. 41 Ficha de leitura – Mariana Guia (n.º15) Título da obra: No teu deserto Autor: Miguel Sousa Tavares Editora: Oficina do Livro Local de edição: s.l. Data de edição: junho de 2011 Resumo O deserto do Sahara é o palco principal desta obra, onde Miguel (o autor) e Cláudia são os protagonistas. Estas duas personagens estavam incluídas num grupo de pessoas que iriam fazer uma viagem pelo deserto do Sahara. Cláudia e Miguel andaram juntos na maior parte do tempo. Miguel iria nesta viagem com o intuito de tirar fotografias. Para isso, passou os primeiros dias da viagem a tentar arranjar uma licença que o permitisse captar o melhor que o Sahara tem em fotografia. O tempo foi passando e Miguel e Cláudia tornaram-se cada vez mais íntimos. No entanto, na viagem de regresso, Cláudia recusou acompanhar Miguel, que lhe tinha proposto dormir no seu camarote, alegando que a viagem já teria terminado, por isso não teria sentido estarem juntos. Chegando a Portugal, cada um acaba por seguir o seu caminho, sem se esquecerem um do outro. Cláudia acaba por ir para o hospital e Miguel visita-a. Cláudia diz-lhe que partiu "a rótula de um joelho", não sendo nada de grave. Mais tarde, Miguel volta ao deserto, sem a Cláudia. Durante essa viagem, Cláudia faleceu, mas ninguém informou Miguel. Passaram “dias, semanas, meses” e Miguel nunca soube da morte de Cláudia, até ao dia em que alguém, por descuido, lhe conta. Ao chegar a casa, Miguel revê as fotos da viagem ao Sahara, guardadas num envelope há 20 anos, e, finalmente, percebe que Cláudia morreu.
  • 43. 42 Citações revelantes “- Escrever não é falar. - Não? Qual é a diferença? - É exatamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.” – Pág. 100 “A vida é assim mesmo, nada dura para sempre. Só os rios e as montanhas, como diziam os índios da América.” – Pág. 107 “Foi então que eu te tirei a tal fotografia, rodeada de miúdos e sentada no chão, uma criança entre crianças, e, ainda que tantas fotografias felizes mintam, como bem sabemos, ainda que as fotografias consigam suspender a felicidade como se ela fosse eterna, aí tu ficaste para sempre – feliz, suspensa e eterna – tal qual como nesse instante. E é, hoje ainda, a imagem mais forte, mais verdadeira, que tenho de ti. Não saias nunca desta fotografia, Cláudia! Não saias – tu, não.” – Pág. 117 “Mas não gritei: enrolei o meu grito e falei-te baixinho, como se fosse noite na nossa tenda e pudessem ouvir-nos lá fora.” – Pág.124 “Desde então, mudei algumas vezes de casa, mudei até de vida outras vezes, e as fotografias continuaram sempre dentro desse envelope, na gaveta, no mesmo armário. Vinte anos. Só ontem é que voltei a vê-las. Só ontem é que percebi que tinhas morrido.” – Pág. 125 Comentário Esta obra abriu-me a mente para outras perceções de paisagens, do silêncio, do mundo, das relações, da morte. Uma obra simples, mas extremamente cativante. Irreverente por revelar o seu final na primeira página. No entanto, esse facto não diminui a curiosidade que cresce a cada página. Este “quase romance” tornou-se um dos meus livros favoritos. Senti-me encantada pelo facto de existirem capítulos onde o narrador é Miguel e noutros onde quem narra é Cláudia.
  • 44. 43 Ficha de leitura – Rita Lopes (n.º16) Ficha técnica do livro Autor: Ondjaki Título: Quantas madrugadas tem a noite Editora: Caminho Transcrição de ideias e frases que mais me cativaram/considerei mais engraçadas e que descrevem cronologicamente a ação do livro “Vamos iniciar os primeiros tintins.” “ (…) nós, candengues, queríamos gastar todo riso da frase, espremer-lhe as gotas da cócega (…)” “ A kota, olho e sheltox à espera, desentrincheirou veloz, na visão certeira: como digo, viu a principal abelha, a kota tinha estudado bem as lições da antiga quarta classe dela, quem mata rei, rei fica, nunca ouviste assim? Pois, e a kota: a abelha rainha em voo distraído, a kota metralhou meia lata de sheltox – ou era flit? -, aquilo foi de ver e pedir bis: parecia era dança rebita, todas abelhas e operárias e demais ao redoro da kota, mesmo nenhuma picada, só bzzz-bzzz de respeito e dali pra diante, ela mesmo, pessoa e rainha, abelhas escravas dela (…)” “AdolfoDido!, tás a captar? Diz só rápido… Já captaste? Adolfo…Dido, Adolfo…Dido, tudo isso era a maka dos mais velhos porque iam ter que pronunciar a palavra já essa, fodido, e o muadiê mesmo nem sabia, esse nome é que ia lhe besuntar
  • 45. 44 toda a vida de gente a lhe foder toda hora, tipo quarra mesmo, um gajo de azar na pele, fazer mais como então!” “Isso até vai pedir mais uma birra – venha ela.” “ (…) há que descobrir as coisas no devagar das coisas: o amor não acende num fósforo sozinho.” “Aquilo era um senhor Cão, dono do mundo dele, quer dizer, a kota que era rainha das abelhas perdia estatuto ao pé dele, o filho da puta do Cão!” “tem que dar bejo da boca! mas quem ia dar beijo na cara feia do Burkina? AdolfoDido de novo!, isso já foi coragem mesmo, tenho que admitir, Burkina então é um gajo feio, meu não dá para lhe beijar assim, lábios de homem com homem. Mas foi. E mudos, nem falámos mais.” “As costuras do céu tinham rebentado e o costureiro-anjo tava de férias – e nós aqui, a aguentar as aquáticas consequências (…)” “Ó caracoles!, outra vez a mesma maka de sempre, nome dele, as pessoas pensavam aquilo era brincadeira-provocação (…)” “Sim, o nome de facto é esse que a senhora disse AdoldoDido, mas há aqui um problema – é que o médico escreveu aqui na razão da morte, «autópsia inconclusiva» … Além de que: é preciso provas que alguém dos senhores é mesmo familiar familiar direito do senhor Fodido, ah digo!, AdolfoDido.” “é que parece que o nosso camba AdolfoDido campou… depois se engasgou e disse mais parece, não! morreu mesmo, até porque eu já vi o corpo dele morto (…)” “vamos pro Maria Pia. E o Burkina em cima dos gritos dos outros. Maria Pia, a puta que a pariu!, o hospital chama-se Josina Machel!, mas vamos masé pra uma clínica que no hospital o puto ainda morre antes de ser atendido…!” “o senhor é o pai do senhor Fodido, ai, desculpa mesmo!, do senhor AdolfoDido? quer dizer, chamar assim o Burkina de velho, sorte mesmo da kota é que ele num tava nos dias dele de filipar, toda tristeza de ouvir ali o nome do camba a ser fodido na boca da senhora, mas nem disse nada, olhou só no Jaí, que lhe levou até na gaveta do morto.
  • 46. 45 Mandaram buscar um banco, o Burkina subiu, e o espanto dos espantos foi quando abriram a gaveta comprida: o corpo não tava lá.” “ (…) se um leva a mal naquela a casa, tás paiado, como foi com o ladrão, porque a abelha leva a mal, o jacó começa a berrar, e o Cão acorda, e aí já não há mais solução de fazer-as-pazes, é correr só (..)” “Ir mais aonde então, tás grosso ou quê?” “Ché, bi querful – a pressa também é inimiga da cerveja.” “ (…) o coitado do Adolfo mais outra vez rebocado nos ombros desconhecidos, e o Burkina, só com pena dele, apanhou um espécie de quadro, antigamente era ardósia, lembras?, e escreveu assim defunto a bordo!” “senhor Al Bino, fashovor, pode falar terminou Eva. Meu – ahahah!, cara do albino num dá para te pôr aqui amarrotada nas palabras, só vivido lá ou fotografia então que ninguém mesmo tirou: atrapalhação toda, o albino tava a ficar vermelho, mas vermelho como então se bléque não fica corado e no afinal das contas, albino é mesmo bléque?” “Essa estiga pôs muito avilo mais velho a chorar!, ché: dois camundongos que são mulumbeiros inda por cima te dão aulas, e num é aula matemática-português, aula de jeová, meu? Você chora!” “ (…) o morto repousava ali, no canto da sala, enquanto eles comiam, bebiam, alguém até ligou o rádio, primeiro baixinho, depois alguém aumentou mais, e às tantas já tavam com pé a bater no chão, ritmo do corpo na batida musical (…)” “Há muita brutalidade num momento de silêncio – raiva é aquilo que aparece na humidade dos olhos, indignação.” “Sabes o que é ralhar um morto? Não, num deves saber… Ralhar um morto, assim mesmo de ele quase estremecer e levantar, caso ele tivesse ali a ouvir os puros ralhetes (…)”
  • 47. 46 “coitado do mô camba AdolfoDido, nunca mais lhe enterram… nunca mais lhe deixam em paz…” “porquê que as mulheres africanas só gostam masé de desfrisar cabelo toda hora?” “Muadiê, tu fumas? Eu também não, gosto é de beber – passa lá mais uma então, antes que o discurso corra risco de enferrujar…” “quer dizer mesmo depois de morto inda querem me chamar de bêbado” “ (…) quem escuta calado também faz a estória.” “Meu, sabes qual foi o mô maior susto nestas mortes temporárias? Foi não poder voltar mais; e nem era tanto a ideia do mundo todo, as humanidades do meu corpo com o aquecer dos sangues dele, num era isso… Estava a me dar lágrima da saudade da minha terra, minha Angola toda de mim (…) entendi que tava longe mesmo, nem liguei nessas contra-curvas que deram no meu corpo (…) nossa terra mesmo de sermos tão daqui que mesmo na morte nos custa ir habitar outros lugares, entendes, avilo?”
  • 48. 47 Ficha de Leitura – Rodrigo Cordeiro (n.º18) Título: O Diário de um Mago de Paulo Coelho Resumo A história começa em 1986, quando o protagonista, Paulo Coelho, participa no ritual de consagração como Mestre da Ordem de RAM (Regnum Agnus Mundi) que este acaba por falhar. Devido ao facto de ter falhado o ritual, Paulo se quiser receber a sua espada, símbolo do seu estatuto na Ordem, e completar o ritual tem que embarcar numa peregrinação pelo caminho de Santiago de Compostela. Paulo dirige-se a San Juan Pied-de-Port, onde iniciará a sua jornada com o seu guia, Petrus (que também é um membro de RAM), que lhe ensinará exercícios de meditação e sobre o amor e as suas formas (Ágape, Philia e Eros) e que o ajudará a ultrapassar tribulações ao longo do caminho de modo a que Paulo perceba a simplicidade da vida e obtenha a sua espada. Ao longo da história Paulo aprende onze exercícios da Ordem, como foi supracitado, que são respetivamente pela ordem em que são apresentados:  O exercício da semente;  O exercício da velocidade;  O exercício da crueldade;  O ritual do mensageiro;
  • 49. 48  O despertar da intuição (O exercício da água);  O exercício da bola azul;  O exercício do enterrado vivo;  O exercício do sopro de RAM;  O exercício das sombras;  O exercício da audição;  O exercício da dança. O autor menciona que todos os exercícios/rituais podem ser praticados exceto “o ritual do mensageiro”, pois este pode ter resultados negativos. Opinião Esta obra balança na perfeição a aventura com o seu lado de descoberta pessoal, pois através da viagem de Paulo também conseguimos perceber a importância de encontrarmos o nosso próprio caminho/chamamento, assim como que o extraordinário existe nas coisas mais simples da vida.
  • 50. 49 Ficha de Leitura – Sofia Nunes (n.º19) Nome: Estórias Abensonhadas Autor: Mia Couto Editora: Caminho Edição: Sétima Apresentação geral do livro Mia Couto escreveu estas histórias depois da guerra. Falam sobre Moçambique, onde todo o homem é igual. O livro trata de assuntos como guerra, morte, dor, abandono, sofrimento, mas também a cada história a esperança de um novo começo é contada. São histórias de recomeço, que trazem lágrimas e sorrisos, as vezes separados mas, as vezes juntos. Vou falar em especial no conto O Adivinhador das Mortes. Resumo Num bairro de Muitetecate existia um adivinhador que adivinhava a data da morte de cada individuo. Utilizava duas pequenas cruzes de marfim que encostava sobre os olhos dos consulados, e este ao fechar os seus olhos, concentrava-se nas pálpebras, até chegar ao escuro do outro e era nesse tocar que escrevia o dia exato das mortes. Nem todos acreditavam nesse homem ou então não queriam saber o dia da sua morte como acontecia com Adabo Salanje, que recusava saber o seu derradeiro prazo. Abado afirmava que a felicidade era alcançada sem saber-se das coisas. Ele vivia bem na ignorância.
  • 51. 50 Certa noite, Abado acordou com tremuras e a transpirar, e sonhou que estava na residência dos mortos, onde ouvia uma voz a perguntar se ele estava morto. No dia seguinte dirigiu-se para o adivinhador de mortes, e pediu para ele ver o dia da sua morte mas este não conseguiu, pois a cabeça de Adabo estava muito confusa... Adabo já tinha falecido. Passado um tempo, Adabo tem um "ataque" de riso, uma vez que não acreditava no que tinha ouvido. Uns dias depois volta ao consultório do adivinhador só que este não apareceu porque tinha, também, falecido. Nesta visita, Adabo ficou com os marfins e no caminho para casa, uma voz vinda do além pedia-lhe os seus pertences, e este deu-lhes. No entanto, ao estender as suas mãos, o adivinhador de mortes puxou-o e convidou-o a ir com ele, e assim foi, os dois seguiram o caminho do céu. Citações " Certas felicidades só chegam com o não saber."