2. Índice
Ficha de leitura de Ana Carolina Pereira............................................................ 2
Ficha de leitura de Ana Raquel Santos .............................................................. 4
Ficha de leitura de Carlota Boavista................................................................... 5
Ficha de Leitura de Francisco Martinho ............................................................. 8
Ficha de Leitura de Frederico Riachos............................................................. 20
Ficha de Leitura de Joana Lourenço................................................................ 22
Ficha de Leitura Joana Godinho ...................................................................... 25
Ficha de leitura de João Afonso Martinho ........................................................ 27
Ficha de leitura de Lourenço Cardoso ............................................................. 30
Ficha de Leitura Maria Beatriz Samarro........................................................... 32
Ficha de leitura de Maria do Rosário................................................................ 35
Ficha de leitura de Maria José Santos ............................................................. 38
Ficha de Leitura de Mariana Afonso Nunes ..................................................... 42
Ficha de leitura de Mariana Mota Nunes.......................................................... 45
Ficha de leitura de Mariana Guia ..................................................................... 47
Ficha de leitura de Rita Lopes.......................................................................... 51
Ficha de Leitura de Rodrigo Cordeiro .............................................................. 54
Ficha de Leitura de Sofia Nunes ...................................................................... 56
3. 1
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Sede: Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia - Golegã
4. 2
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Sede: Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia - Golegã
Ficha de leitura de Ana Carolina Pereira
Ficha técnica do livro
Autor: Inês Pedrosa
Título: Nas tuas mãos
Ano Edição: 2009
Relatório de leitura
Apresentação geral do livro: “Nas tuas mãos” conta a história de três
mulheres e três gerações: Jenny, Camila e Natália que são respetivamente
avó, filha e neta. A comunicação entre elas não acontece de forma direta, mas
através de um diário, um álbum de fotos e cartas. Na primeira parte do livro
temos acesso ao diário de Jenny, onde a mesma tem escrito os seus últimos
anos de vida, com o intuito de revelar à sua filha um segredo que guardou
durante muito tempo. Na sua noite de núpcias, ela descobre que o atual marido
e o melhor amigo de ambos eram, na verdade amantes, e os três vão conviver
sob o mesmo teto, num casamento de aparência. A forma como Jenny lida com
essa situação e como constituiu a sua família a partir de então é abordada nas
primeiras páginas, apresentando uma mulher forte e com uma extraordinária
capacidade de amar, capacidade esta que abarca todos ao seu redor, mesmo
enfrentando as resistências e o choque que um encontro de gerações, em
pleno século XX, provoca. Através desse diário, do álbum de fotos de Camila e
das cartas de Natália enviadas para Jenny, acompanhamos a história da
própria evolução da mulher num período que nos foi tão caro em termos de
conquistas e transformações. E algumas das perguntas que permanecem no
fim do romance é: mudou? De fato mudou? Ainda queremos o amor ou ele se
tornou um item supérfluo em meio a tantas conquistas nos campos públicos e
privados? O que é o amor?
Transcrição de ideias/frases relevantes: “... a separação dói muito aos que
cedo se apercebem da enormidade do amor diante da estreiteza da vida.”
5. 3
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“Desisti de contar os dias e noites. Creio que existi sempre fora da sucessão
das estações e dos anos, para escapar ao desamparo, ao desperdício espesso
que envolve a vida”
Reação pessoal ao livro: A obra é bastante bonita e aprofunda um grande
tema, o amor. É um livro com uma história bastante bonita, da qual fiquei fã.
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Ficha de leitura de Ana Raquel Santos
Ficha técnica do livro
Autor: Patrick Modiano
Título: O Horizonte
Editor: Porto Editora
Local de edição: Lisboa
Data de edição: Novembro de 2011
Ano de publicação: 2011
Resumo do livro: Este livro conta o percurso da vida de Jean Bosmans, que
fugiu para Paris pois quis afastar-se da sua mãe que lhe pedia dinheiro
constantemente. Este vivia numa angustia e num mundo de “se´s” pelo facto de
pensar muito em como poderiam ter sido as coisas se….
Com ele trazia um caderno preto, uma espécie de diário, onde apontava
acontecimentos presentes e histórias da sua juventude, mas sobretudo, falava
de uma tal Margaret Le Coz, o grande amor da sua vida.
Procedendo a uma analepse, Margaret, nasceu em Berlim, mas veio para
Paris, pois estava a fugir de Boyaval que a perseguia por gostar dela, mas este
amor não era correspondido. Esta trabalha como tradutora numa empresa
situada em Paris.
Numa das idas para casa após sair do trabalho, encontra uma manifestação e
no meio da confusão é empurrada para os braços de um homem, Bosmans.
Esta fica magoada e Bosmans leva-a até uma farmácia. Começam a despertar
interesse um no outro e desde aí nasce uma grande paixão.
De repente Margaret desaparece sem dizer nada e estes perdem o contacto,
mas Bosmans nunca a esqueceu por mais anos que se tenham passado.
Certo dia decide procura-la e vai até Berlim, e após alguma procura, encontra
um homem que a descreve. Bosmans descobre onde está Margaret e vai até
ela.
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Ficha de leitura de Carlota Boavista
Referencias Bibliográficas
Autor: Rui Zink
Titulo: O amante é sempre o último a saber
Editora: Planeta
Local de Edição: Lisboa
Data de edição: Setembro de 2011
Sobre o autor: Rui Zink nasceu em Lisboa em
1961. É escritor e professor no Departamento de
Estudos Portugueses da Universidade Nova de
Lisboa.
Estreou-se como ficcionista em 1986 e desde então
publicou mais de duas dezenas de obras, entre ficção,
ensaio, literatura para a infância, BD e teatro. Alguns
dos seus livros encontram-se traduzidos para inglês,
alemão, hebraico, japonês, romeno, sérvio, croata e francês.
Resumo do livro: A obra está dividida em 5 capítulos: Etiqueta, Autocontrolo,
Carácter, Espírito e Sinceridade, que são as cinco máximas do Karaté e que
vão estar interligadas com o que se esta a retratar em cada capitulo da obra.
Ao longo da obra somos confrontados com analepses em que no início eram
de um ano atrás até que deixa de haver analepse, como se fosse uma
contagem decrescente.
A história retrata Teresa, uma mulher forte, convicta, independente, poderosa,
ligada á política, aparentemente fria, que recebe uma carta vinda do Japão em
que o assunto era sobre o seu filho, Bernardo, que tinha partido para o Japão
há um ano atrás em busca de algo maior, em busca da espiritualidade que lhe
fora prometida nas aulas de Karaté. Teresa decide ir então á procura do seu
filho ao Japão porém não vai sozinha, com ela vai o ex-mestre de Bernardo
que acaba por ser uma figura paternal para ele, Tano, um homem de meia-
idade, oriundo do Japão, sério, marcial convicto e pacato. Toda a viagem ao
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Japão é uma aventura para os dois e principalmente torna-se uma história de
amor… O amor que Teresa tenta recuperar com Bernardo mesmo não
sabendo se ele estará vivo, o amor entre Teresa e Tano, que vai tento altos e
baixos, em que aparentemente não tinham nada a ver um com o outro e depois
acabam por ter mais do que pensavam e portanto a relação entre os dois vai se
transformando e vai crescendo passando de desconhecidos e duas pessoas
com sentimentos uma pela outra. Em paralelo a este romance é relatado o que
aconteceu a Bernardo, que por muitas razões ou nenhuma se tenta suicidar e
acaba por ir ter a um projeto chamado Projeto 13, que era um projeto de
nanotecnologia em que mesmo estando o paciente morto conseguia-se
comunicar á mesma por um computador. Bernardo formou amizade então com
duas pessoas: Koharu, que era também uma das participantes do projeto e que
era a ponte de contato entre Bernardo e o mundo e Yukio que era o
especialista que os acompanhava e comunicava com eles. Os dois relatos
acabam-se por juntar no momento em que Teresa se dirige para o local do
projeto. Teresa quando chega ao local informa os responsáveis do projeto que
quer falar com o seu filho porém a única maneira de contatar o seu filho
naquela altura era ela de alguma maneira entrar dentro do seu filho, Bernardo
estava numa espécie de âmbar, ou seja ela teria que se sacrificar e morrer
para puder falar com o seu filho. Koharu ao ver o reencontro entre mãe e filho
fica com ciúmes e decide destruir o local do projeto, então Tano foge do local
com os responsáveis do projeto e volta para Portugal mas não volta sozinho,
volta com Koharu que fica a viver com ele e sua mulher.
Relação titulo-obra: Na minha opinião o título não está diretamente
relacionado com a obra porque apesar de ser um romance não faz muito
sentido a escolha do título. Talvez tenha sido mais uma estratégia da parte do
autor para chamar a atenção e o interesse dos leitores.
Transcrição de frases/ ideias relevantes: “O amor está no ar e também,
como diria o poeta, o amor está no mar. O amor não salva, nunca, mas alguém
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tem uma ideia melhor? Tão sensacional descoberta levou-me a cogitar no
seguinte e qual será a melhor forma de amar?” (pág. 11)
“Tano sabia agora que Teresa não era- ou não era apenas- a mulher gelada
que arrepiava os nervos a toda a gente. Esta noite não fora apenas um
encontro entre dois náufragos à deriva. Embora, sim, também tenha sido isso.
Um encontro entre dois náufragos à deriva. Um homem e uma mulher com o
grau de exigência, talvez, muito baixo. Tano sorriu por dentro. Não era muito
lisonjeiro. Mas desde quando tinha o amor de ser lisonjeiro? (Não bastaria, ao
amor, ser amor?) (pág.230)
“Está frio lá fora? Nem por isso. Só quem não sai á rua se constipa.” (nota do
autor, pag.287)
“Por vezes cedo e tarde, por vezes mesmo a tempo. O amor é uma dança
incurável. E uma cura para o mal que nos mata.” (contracapa do livro)
Reação pessoal ao livro: Como nunca tinha lido nenhum livro escrito por Rui
Zink não sabia o que esperar e não me arrependo nada de o ter lido. Na
realidade fiquei com muita curiosidade para ler outros livros deste autor pois a
sua escrita é muito diferente da que estava habituada a ler. Foi a escrita que
mais me cativou até agora. Uma escrita muito descontraída onde nos é
apresentado temas interessantes e necessários para a sociedade atual mas
disfarçados com um toque de humor e ironia. Uma escrita em que o autor não
só escreve uma história mas ao mesmo tempo vai intercalando comentários e
pensamento que lhe passaram pela cabeça enquanto escreve o livro. Uma
escrita que nos faz viajar para o Japão e viver a história in loco e ao mesmo
tempo faz-nos compreender as semelhanças entre o Japão e Portugal.
Contudo achei que o final ficou mal explicado e com pontas soltas e que o tema
da nanotecnologia podia ter sido mais desenvolvido para melhor compreensão
do leitor.
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Ficha de Leitura de Francisco Martinho
Referencia Bibliográfica da obra: AMADO, Jorge- Capitães da Areia, Editora
Dom Quixote, edição 2012
1-RESUMO
Capitães da Areia é um livro que se encontra dividido nas seguintes partes:
•Cartas à redação;
•Sob a lua num velho trapiche abandonado;
• A noite da grande paz, da grande paz dos teus olhos;
• Canção da Bahia, canção da liberdade.
CARTAS À REDAÇÃO
No início da obra, há uma sequência de textos publicados no Jornal da Tarde,
de Salvador. O primeiro é uma notícia com a manchete “Crianças Ladronas”,
no corpo da notícia, narra-se um assalto praticado pelos Capitães da Areia na
residência do Comendador José Ferreira e a matéria termina solicitando que a
polícia tome providências.
Seguem-se várias cartas enviadas ao jornal para uma divisão relacionada com
o problema da delinquência juvenil.
A carta do padre José Pedro e a da costureira Maria Ricardina, cujo filho
esteve no reformatório, denunciam os maus tratos infligidos aos menores
infratores que são levados para a reeducação.
A carta do juiz de menores e a do diretor do reformatório que são a favor da
repressão reeducadora.
O jornal aceita a versão do diretor do orfanato que manipula a realidade de
modo a que o jornalista considere as denúncias sem fundamento.
SOB A LUA, NUM VELHO TRAPICHE ABANDONADO
Os onze capítulos que formam esta parte, mostram os ambientes e de factos
ligados à vida dos Capitães da Areia, não há uma rígida sequência entre os
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capítulos, eles formam um mosaico bem diversificado que tanto caracteriza os
adolescentes marginalizados como mostra suas ações na cidade de Salvador.
Para uma melhor compreensão da obra e pelo motivo referido anteriormente
optei por fazer um resumo de cada capítulo.
O Trapiche
É descrito o armazém onde dormiam os Capitães da Areia.
O local do sono e do refúgio era um trapiche abandonado, no meio do areal,
com buracos no teto.
É apresentado o líder do grupo, Pedro Bala, jovem de quinze anos, loiro, com
uma cicatriz no rosto, fruto de uma briga com o antigo chefe dos Capitães da
Areia, Raimundo. Pedro, que possuía uma agilidade espantosa, ganhou a luta
e expulsou Raimundo do grupo.
Noite dos “Capitães da Areia”
São apresentados os elementos mais importantes dos “Capitães da Areia”.
Inicialmente, o narrador apresenta João Grande, tem treze anos, entrou para o
grupo aos nove, é o mais alto, o mais forte, bom e o protetor dos menores,
porém pouco inteligente.
Logo depois, é introduzida a personagem Professor, gosta de roubar livros, é o
mais intelectual dos Capitães da Areia. Lia no trapiche, mesmo à luz da vela, e
contava histórias ao grupo.
Posteriormente, são apresentados Sem-Pernas, Pirulito, Gato, Boa-Vida e
Volta Seca.
Ponto das Pitangueiras
Pedro Bala, Gato e João Grande esperam à noite, no Ponto das Pitangueiras,
um homem que queria encomendar uma tarefa difícil. Mais tarde, sabem que
esse trabalho consiste em entrar sorrateiramente numa casa e trocar um
embrulho cor-de-rosa por um outro idêntico, sem que isso fosse percebido.
Pedro Bala conclui corretamente que essa tarefa está ligada a um caso de
adultério da dona da casa.
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As Luzes do Carrossel
Um carrossel decadente, montado num bairro pobre de Salvador, encanta os
Capitães da Areia.
O dono do carrossel tinha convidado Volta Seca e Sem-Pernas para o
ajudarem no serviço, Professor dá a ideia de à noite depois do público ter ido
embora, o grupo fosse andar nos cavalinhos do carrossel.
Quando os Capitães da Areia brincam no carrossel desperta-lhes uma
sensação mágica, de uma criança que se encanta com o brinquedo num
parque de diversão.
Docas
Ao andarem pelas docas, Boa-Vida e Pedro Bala encontram Luísa e João
Adão.
Pedro Bala fica a saber, naquele momento, que é filho de Raimundo, mais
conhecido por Loiro, grevista morto, durante uma repressão policial nas docas.
Pedro tinha quatro anos quando ficou órfão de pai, Luísa conta-lhe ainda que a
mãe de Pedro era uma rapariga rica, que fugira para casar com Loiro e que
morreu quando Pedro tinha seis meses.
Ao voltar para o trapiche, Pedro Bala encontra no areal uma menina, de
aproximadamente 15 anos e força-a, a ter relações sexuais.
Aventura de Ogum
Dona Aninha, Mãe de Santo, amiga dos Capitães da Areia, pede-lhes o favor
de resgatarem de uma delegacia a imagem de Ogum, São Jorge, que tinha
sido apreendida pela polícia.
Dona Aninha tratava os Capitães da Areia com ervas medicinais sempre que
estes estavam doentes e por isso Pedro Bala sente-se na obrigação de atender
ao seu pedido.
Deus Sorri como um Negrinho
O título desse capítulo remete tanto a um furto de uma imagem do menino
Jesus, praticado por Pirulito, como a um bebé negro, abandonado, que foi
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levado temporariamente por João Grande para os Capitães da Areia. Pirulito,
depois de muito hesitar, rouba uma imagem de um menino Jesus de aspeto
pobre e magro de uma loja que vendia objetos religiosos.
Família
Sem-Pernas, em frente a uma casa rica habitada por um casal já idoso, diz à
proprietária, Dona Ester que é um pobre órfão faminto sem lar que não se quer
tornar num ladrão. A dona da casa acolheu-o e pede à empregada para
preparar um quarto, dá-lhe o roupão do filho já falecido e uma boa refeição.
Este tipo de atitude de Sem-Pernas fingir ser um garoto de boa índole
abandonado, acontecia quando os Capitães da Areia queriam roubar uma casa
burguesa.
Mas na casa da Dona Ester e do Doutor Raul era diferente, pois o casal
projetava em Sem-Pernas o amor que tinha pelo filho único falecido, Augusto.
Esta transferência de sentimento deixa Sem-Pernas com medo, de que a
bondade do casal fizesse desaparecer o ódio que nutria por todos.
Pela primeira vez, hesita em fazer o levantamento dos objetos de valor, mas
acaba por cumprir a missão dada pelos Capitães da Areia.
Manhã como um Quadro
É feita uma descrição das ruas e das cores de Salvador. Professor e Bala
caminham pela cidade, Professor desenha na calçada um transeunte que
estava com uma piteira.
O retratado fica tão satisfeito que dá ao Professor um cartão que o encaminha
para aulas de pintura e a própria piteira. Professor deita o cartão fora e diz a
Bala que o único caminho existencial de um Capitão da Areia é viver como
ladrão.
Alastrim
Alastrim é a epidemia de bexiga branca.
O narrador afirma: “Omolu mandou a bexiga negra, a varíola, para a cidade.
Mas lá em cima os homens se vacinaram...”. É bom lembrar da importância da
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topografia da cidade de Salvador para o sentido do livro. Na cidade alta, moram
as pessoas com boa situação económica e na cidade baixa, ao nível do mar,
moram os pobres, onde de incluem os Capitães da Areia.
A epidemia de varíola alastra-se tanto na cidade alta como na cidade baixa.
Almiro e Boa-Vida contraem a doença, e Almiro morre.
Destino
Passa-se no bar Porta do Mar, Gato, Professor, Boa-Vida e Pedro Bala
esperam Querido-de-Deus, enquanto os fregueses comentam as mortes
causadas pela varíola. Um velho refere que o destino é imutável, pois João
Adão, tinha dito: “Um dia a gente muda o destino dos pobres” e agora Pedro
Bala que reafirma parte da frase: “Um dia a gente muda...”
A NOITE DA GRANDE PAZ,DA GRANDE PAZ DOS TEUS OLHOS
Os oito capítulos desta parte narram principalmente os fatos relacionados a
Dora, a única menina dos Capitães da Areia, a sua entrada no grupo causa
grande tensão, mas depois de ser aceite desempenhará vários papéis, o papel
de mãe, de irmã e finalmente de noiva e esposa de Pedro Bala (no momento
da sua morte).
Filha de Bexiguento
Dora era mulata, tinha entre 13 e14 anos e cabelos muito loiros, morava no
morro, filha de bexiguentos pois seu pai Estêvão morrera de varíola.
Os então órfãos, Dora e seu irmão, Zé Fuinha, andavam pela rua quando
conhecem João Grande e Professor, que decidem acolhê-los no trapiche, como
novos elementos do grupo.
A chegada de Dora causa grande tensão, pois a maioria deseja-a sexualmente
e está disposta ao estupro. Bala chega no momento crucial, toma, inicialmente,
o partido dos que queriam o ato sexual, mas muda de opinião após a
intervenção de João Grande, que defende que Dora é apenas órfã de pais
bexiguentos e não uma prostituta.
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Dora, Mãe
Dora ganha com as suas atitudes carinhosas, solidárias e valentes o respeito
dos Capitães da Areia. O grupo, com exceção de Pedro Bala e Professor, vai
projetando na nova companheira a imagem de Mãe.
Dora, Irmã, Noiva
Dora ganha a condição de irmã dos Capitães da Areia por vestir-se como eles,
com roupa de homem, por participar nos assaltos e por ser valente como um
homem. Chama a todos de “meu irmão” ou de “mano”.
Eles também a chamam de irmã, somente os menores a chamam de
mãezinha.
A condição de noiva surge quando ela limpa um ferimento nos lábios de Pedro
Bala, proveniente de uma briga com outro grupo de menores abandonados, o
de Ezequiel.
Nesse momento do curativo, Dora beija os lábios de Bala e em seguida foge.
Mais tarde, Dora deita-se ao lado de Pedro Bala que a chama de noiva e
promete um dia casar com ela.
Reformatório
Este é o único capítulo da segunda parte do livro que não tem Dora como
núcleo.
No início é inserida uma notícia do Jornal da Tarde relatando a prisão de Dora
e de Pedro Bala, durante um assalto, após esta notícia, narra-se o castigo
brutal a que foi submetido Pedro Bala no Reformatório Baiano de Menores
Abandonados e Delinquentes. Após alguns dias, Sem Pernas envia-lhe uma
corda, que possibilita, a sua fuga.
Orfanato
Narra-se a estadia de Dora no Orfanato de Nossa Senhora da Piedade.
A comida é má e os castigos são muitos, Dora fica muito debilitada e adoece, é
resgatada do Orfanato por Pedro Bala, Professor, Sem-Pernas, Volta Seca e
João Grande.
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Noite da Grande Paz
Dora está muito doente, neste capítulo faz-se e uma antecipação da sua morte.
Os Capitães da Areia olham-na em silêncio na sua agonia, a Dora Mãe, a Dora
Irmã, a Dora noiva.
Dora, Esposa
Dora, muito doente, conta a Pedro Bala que se tronou rapariga no orfanato, isto
é, tivera a menarca, e pede-lhe, como último desejo, a concretização do amor
dos dois.
Bala relembra-a que está muito debilitada e doente, mas ela diz-lhe que, se ele
não a tiver sexualmente, ela morre. Logo após realização do desejo de ambos,
Dora morreu.
Como uma Estrela de Loira Cabeleira
Pedro Bala acompanha a nado o Saveiro com o corpo de Dora e quando fica
exausto, começa a boiar. Surge no céu um cometa que Pedro interpreta como
sendo Dora a ir para o céu.
CANÇÃO DA BAHIA,CANÇÃO DA LIBERDADE
Na última parte do romance, algumas personagens de destaque dos Capitães
da Areia (Professor, Pirulito, Gato, Volta Seca e Pedro Bala) deixam o grupo.
Pedro Bala torna-se líder político de esquerda, um agente da revolução
socialista.
Vocações
Professor entra em contato com o homem que lhe dera a piteira como
pagamento pelo desenho e vai para o Rio de Janeiro estudar pintura.
Pirulito deixa de roubar, faz pequenos trabalhos e é encaminhado para a vida
clerical pelo padre José Pedro.
Boa-Vida tornou-se um dos malandros de Salvador.
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Canção de Amor da Vitalina
Sem-Pernas faz novamente o papel de órfão de bom caráter diante da porta de
Vitalina, para se infiltrar na casa e passar a informação sobre os objetos de
valor.
À noite, a solteirona procura Sem-Pernas para atos libidinosos.
Na Rabada de um Trem
São definidos os destinos de Gato e de Volta Seca.
Gato torna-se num vigarista, gigolô, sempre muito bem vestido.
Volta Seca, depois de passar oito dias na cadeia, resolve morar uma
temporada com os Índios Maloqueiros em Aracaju, outro grupo de menores
abandonados. Viaja de comboio e de repente, a viagem é interrompida pelo
bando de Lampião, padrinho de Volta Seca.
O cangaceiro reconhece-o e integra-o no bando, para felicidade do seu
afilhado.
Como um Trapezista de Circo
Ocorre o desfecho trágico da trajetória de Sem-Pernas, aquele que “amava
unicamente o seu ódio.” Cercado por policiais, num assalto a uma casa perto
da praça do Palácio, Sem-Pernas não quer ser preso novamente, sobe para
um muro e salta para a morte, como se fosse um trapezista que não consegue
alcançar o outro trapézio.
Notícias de Jornal
Três notícias do Jornal da Tarde são reproduzidas, intercalando-se, entre elas,
o texto do narrador.
A primeira transcreve uma notícia publicada num jornal do Rio de Janeiro que
comenta o sucesso da exposição do pintor Baiano João José, o artista é o ex-
capitão da areia “Professor”.
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A segunda notícia relata que a polícia de Belmonte não aceitou o malandro,
“Gato” que a polícia de Ilhéus tinha enviado.
A terceira comenta os 35 assassínios cometidos por um cangaceiro de
dezasseis anos, o cruel “ Volta Seca”.
Companheiros
Neste capítulo, a ação de Pedro Bala e a dos Capitães da Areia tem motivação
política.
O estivador João Adão e o estudante Alberto vão ao trapiche, o estudante diz-
lhes que a greve dos operários não pode ser furada e se os grevistas fizerem
piquete, impedindo o trabalho dos que não querem fazer a greve a polícia vai
intervir quebrando-se assim o caráter pacífico e disciplinado do movimento e
isso pode comprometer a obtenção do aumento reivindicado.
É necessário, então, que a violência seja praticada por quem não é grevista.
Cabe aos Capitães da Areia o trabalho de impedir agressivamente os que
querem trabalhar de o fazerem.
Os Atabaques Ressoam como Clarins de Guerra
O estudante Alberto transforma os Capitães da Areia num grupo ativista de
esquerda, Pedro Bala torna-se agente da revolução socialista
Uma Pátria e uma Família
Pedro Bala é notícia nos jornais de partidos de esquerda, publicados
clandestinamente. Já não é tratado como o líder dos Capitães da Areia, é o
“militante proletário, o camarada Pedro Bala, que é perseguido pela polícia de
cinco estados como organizador de greves, como organizador de partidos
ilegais, como perigoso inimigo da ordem estabelecida”. Pedro Bala é preso mas
consegue fugir.
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2-OPINIÃO SOBRE A OBRA E RESPETIVA JUSTIFICAÇÃO
É um livro muito interessante e embora tenha sido publicado em 1937, (teve a
sua primeira edição apreendida e queimada em praça pública pelas
autoridades do Estado Novo) trata de um tema muito atual.
Capitães da Areia é considerado um clássico na temática das crianças
desprovidas de qualquer amparo social, deixadas ao destino incerto dos que
são propositalmente marginalizados, erradicados do convívio social.
A trajetória dos meninos, que enfrentam os representantes do poder e roubam
dos ricos para partilhar o produto do furto entre os companheiros pobres e
abandonados, constitui uma das principais obras de Jorge Amado.
O autor aborda este universo de uma forma cruel, sem maiores concessões ou
sentimentos compassivos.
Revela exatamente como são e vivem, com vibração, guiados por uma estrita
racionalidade e altas doses de arbítrio e firmeza, virtudes não restringidas pelo
contexto adverso em que vivem.
Nesta história crua e comovente, Jorge Amado descreve, a vida de um grupo
de meninos de rua da Bahia, na década de 1930,divididas entre a inocência da
infância e a crueza do universo adulto, as crianças têm de lidar com um
quotidiano ao mesmo tempo livre e vulnerável, revelando um desamparo e uma
fragilidade que, em muitos aspetos permanecem atuais, certamente que
existem muitos Capitães da Areia por esse mundo, crianças que têm que lutar
diariamente para puderem sobreviver.
3-ANÁLISE DA OBRA:
O narrador é omnisciente, emprega constantemente o discurso indireto e o
monólogo interior.
Embora seja narrada na terceira pessoa, nota-se a parcialidade e a simpatia no
tratamento que dispensa ao universo moral e social dos Capitães da Areia.
O espaço em que se desenrola a narrativa é a cidade de Salvador,
ressalvando-se que a ação passa-se no Sertão apenas no momento em que
Volta Seca viaja na rabada de um trem pela Caatinga.
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As personagens Pedro Bala, Professor e Pirulito (que era muito violento antes
de virar místico e, posteriormente, tornar-se o Frade Francisco) deixam a
condição existencial típica de um capitão da areia e vão lutar, cada um a sua
maneira, por uma sociedade mais igualitária; por isso não se enquadram como
personagens-tipo, por mais simples que sejam o conflito e a densidade
psicológica, evoluíram para outra visão de mundo.
Os personagens que podem ser chamados de planos são Volta Seca, o que
sempre odeia, Boa-Vida e Gato, os que sempre são malandros, João Grande,
sempre forte, bom e pouco inteligente.
Do princípio ao fim da narrativa, não houve uma nova visão de mundo que se
desviasse da original nestes personagens, são, portanto, tipos, definem uma
categoria, não têm uma individualidade.
As personagens com pouca densidade psicológica, as personagens
estereotipadas e a análise social simplista vão ao encontro da visão expressa
nesta obra, em que a sociedade burguesa, sempre má, oprime as classes
pobres, essencialmente boas.
Dora é a única personagem feminina que se sobressai, pois é o ponto de
contacto deste universo masculino com a esfera feminina; por uns, é vista
como irmã, por outros é a imagem maternal, para Pedro Bala ela é a mulher
ideal, sua amada.
Estes meninos percorrem as ruas da cidade e o caminho do mar, mas estão
sempre ocultos aos olhos dos poderosos.
Eles encontram o seu próprio caminho no desafio à ordem constituída.
Embora desafiem constantemente a lei, integram-se na cultura e na religião
locais, reverenciando tanto o catolicismo, culto oficial, ao interagirem sem
problemas com o padre José Pedro, quanto com o candomblé, rito alternativo e
tradicional na Bahia, ao relacionarem-se tranquilamente com a Mãe de Santo
Aninha.
Nem as autoridades, nem o clero se dispõem a confrontá-los e persegui-los, a
não ser quando atingem personalidades importantes da sociedade.
Os meios de comunicação raramente falam das suas necessidades, preferem,
a maior parte das vezes, culpá-los pela situação em que se encontram.
21. 19
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Sede: Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia - Golegã
A violência dos Capitães da Areia decorre da problemática social, de famílias
desestruturadas e da inércia do Estado para lidar com a questão dos menores
abandonados. Têm a rua como educadora, a vida como mestre, a exclusão
social como metodologia de formação e assim vão crescer e tornar-se homens,
na prática de atividades ilícitas e no amadurecimento afetivo.
A ação do grupo, no final da obra, deixa de ser apenas a da delinquência e
passa para a da transformação política da sociedade.
Pedro Bala, na sua trajetória existencial, passa de jovem marginal a líder
comunista.
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Ficha de Leitura de Frederico Riachos
Ficha técnica do livro
Autor: Ondjaki
Título: Os da minha rua
Editora: Leya
Local de edição: s.l.
Data de edição: janeiro de 2009
Relatório de leitura
Período de leitura: 3/3/2016 a 3/3/2016
Apresentação geral do livro: O livro Os da minha rua de Ondjaki, é um livro
de contos, em que apresenta no total 23 contos. Vou falar apenas de 2 contos,
“O voo do Jika” e “A piscina do tio Victor”.
“O voo do Jika”
Neste conto Ondjaki começa por apresentar os seus amigos de rua, Jika,
Tibas, ele (Ndalu) e Bruno Ferraz. Jikas era o mais novo.
O almoço em casa do Ndalu era quase sempre perto do meio dia. Ao meio dia
e quinze, Jika tocava à campainha a perguntar se o Ndalu não o queria
convidar para almoçar. Ndalu perguntava sempre à mãe e quase sempre a
resposta era sim, mas Jika ficava sempre surpreso.
Houve um dia que Jika disse a Ndalu que tinha uma surpresa para ele, era um
guarda chuva pequeno, tão pequeno que Jika lavava-o debaixo do braço.
Ndalu e Jika subiram ao telhado da casa de Ndalu e atiraram-se os dois
agarrados ao chapéu de chuva. Caíram e ambos se magoaram, mas riram-se,
riram-se imenso. Jika disse para repetirem, mas Ndalu recusou, Jika insistiu e
até disse que ia buscar um maior a casa, um daqueles da praia gigantes todos
coloridos, mas mesmo assim Ndalu disse que não.
Jika aceitou, mas ficou desanimado. Sem outras propostas Jika foi para casa,
mas ao sair ao portão virou-se para Ndalu e perguntou “Amanhã num queres
me convidar pra almoçar na tua casa?”
“A piscina do tio Victor”
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Sede: Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia - Golegã
Este conto é dedicado ao tio Victor, mesmo tio que é personagem neste conto.
Quando o tio Victor chegava de Benguela, todas as crianças tinham vontade
de faltar à escola só para o ir buscar ao aeroporto, mas ele chegava sempre a
“horas difíceis” e a mãe de Ndalu não o deixava faltar às aulas.
Tio Victor tinha uma imaginação extremamente fértil e a acompanhar essa
imaginação está a sua “gargalhada tipo cascata e trovão também”.
O Tio Victor trazia sempre prendas, doces, truques de magia novos e imensas
histórias. Depois do jantar e do chá que ele gostava sempre de beber depois
das refeições, juntavam-se os amigos todos, Ndalu, Jika, Bruno e Tibas para
ouviram as histórias do tio Victor.
Tio Victor outrora falara de uma piscina que tinha lá em Benguela. Todos
ficaram espantados quando, o tio não só tinha uma piscina, mas como a
piscina era de Coca-Cola, em que os cantos eram feitos de chocolates, a
prancha de chupa chupa de morango e tinha um chuveiro em que deitava
Fanta de laranja e ao clicar num botão saía Sprite. Com todos de boca aberta o
tio Victor decidiu que era o melhor momento de se despedir.
Relação título-livro: Não só o título da obra está relacionado com todos os
contos, mas também o título de cada conto está relacionado com o seu
conteúdo.
Transcrição de frases/ideias relevantes: Não houve nenhuma ideia/frase que
me despertado o desejo de a querer partilhar ou fixar.
Reação pessoal ao livro: Recomendo o livro ao senso comum que gosta de
ver “reality shows” /” Big brother”, isto é, nada mais, nada menos, que um “big
brother” do passado de Ndalu, mais conhecido como Ondjaki.
Ao resto da população que vive bem sem ver esses programas, não
recomendo a sua leitura porque simplesmente não passa de um “big brother”,
como já tinha referido anteriormente, do passado de Ndalu.
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Ficha de Leitura de Joana Lourenço
Ficha técnica:
Titulo: Uma Mentira Mil Vezes Repetida
Autor: Manuel Jorge Marmelo
Editora: Quetzal
1ª Edição: setembro de 2011
Bibliografia do autor:
Manual Jorge Marmelo nasceu em 1971, no Porto. É jornalista desde
1989 e estreou-se na literatura em 1996, com o livro O Homem Que Julgou
Morrer De Amor. Os vinte títulos que tem publicados incluem romances,
crónicas, livros infantis e contos. Conquistou, em 2005, o Grande Prémio do
Conto Camilo Castelo Branco com o livro O Silêncio de um Homem Só. É autor
de O Amor é para os Parvos, Aonde o Vento me Levar, As Mulheres Deviam
Vir com Livro de Instruções, As Sereias do Mindelo e Somos Todos um Bocado
Ciganos, todos publicados pela Quetzal.
Uma Mentira Mil Vezes Repetida foi galardoado com o Prémio Casino da
Póvoa, 2014.
Resumo:
A obra conta a história do narrador, um homem que passeia pelos
transportes públicos com um livro debaixo do braço. O narrador pretende
alcançar a celebridade e para tal tornou-se especialista no livro que transporta.
O autor do livro Cidade Conquistada é Oscar Schidinski, um judeu húngaro
nascido no século XX. Este livro desenvolve-se à volta de várias personagens
e decorre em diversos cenários. Algumas das personagens que o narrador
apresenta aos seus companheiros de viagem são Marcos Sacatepequez, um
escritor, e Albrecht, um marinheiro.
O narrador, sendo o portador do único exemplar existente de Cidade
Conquistada, pretende incentivar os seus companheiros a tomarem o gosto
pela leitura, pois observa muitas vezes que nenhum deles aproveita a sua
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viagem entre paragens para ler. Para mostrar o seu vasto conhecimento sobre
a obra, o narrador recorre a personagens como Afonso Cão e Cassiano
Consciência. Estas dão-lhe mais detalhes sobre a vida do autor, uma vez que
se encontraram. Conta também passagens de Cidade Conquistada como o
relato da maldição de Marcos Sacatepequez, que depois de morto não pôde
alcançar o descanso eterno. O seu corpo sendo disputado entre a sua família e
o seu país de origem acabou por ser extraviado e ficando num armazém
abandonado de um porto, onde possivelmente pode ter encontrado Albrecht.
Ou, especula também, estas duas personagens podem ser uma só pessoa.
Durante as suas viagens conhece Marta, por quem sente amor à
primeira vista. Concordam em tomar um café e quando Marta lhe pede que
revele mais sobre o livro que tão entusiasmadamente lê e fala acaba por lhe
revelar que tudo não passa de uma mentira, um embuste para alcançar a
celebridade.
No entanto, o livro acaba com “Temos sido muito felizes, Marta e eu –
mas esta é, muito provavelmente, a mais repetida e comum das mentiras”.
Sendo assim possível que até o seu encontro com Marta seja uma mentira.
Relação título-obra:
O título está relacionado com a obra, uma vez que a personagem
principal frequentava os transportes públicos, contando diversas mentiras aos
seus passageiros, com o intuito de se tornar célebre. Contava diversas
histórias sobre o livro, também este inventado, para mostrar o seu elevado
entendimento sobre o assunto. Podemos então concluir que o título está
adequado à obra, pois todo o seu conteúdo é relacionado com mentiras
repetidas várias vezes.
Transcrição de frases/ ideias relevantes:
As frases transcritas aparecem, em sonhos do narrador, escritas em
paredes.
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«“Os ataques não visaram mulheres e crianças, mas os ícones
económicos e militares da América. Que a paz e a misericórdia de Deus
estejam convosco.” Osama Bin Laden, setembro de 2001.
“A competição desportiva desperta as melhores qualidades humanas.
Não separa, antes une os rivais na compreensão mútua e no respeito
recíproco. Também ajuda a fortalecer os vínculos de paz entre as nações.”
Adolf Hitler, agosto de 1936.» (pág. 180)
Escolhi estas frases, uma vez que considerando quem foram as
personagens que as proferiram é um pouco estranho tentarem desculpar os
seus atos, referindo que tentavam ajudar o mundo a evoluir ou que os seus
alvos não eram pessoas inocentes, no caso de Bin Laden. Nada desculpa ou
pode “embelezar” as atrocidades cometidas por estas personalidades.
Reação pessoal à obra:
Eu não recomendaria a leitura deste livro, pois considero que o livro é
muito confuso. De tantas mentiras e personagens que existem às vezes perdia-
me a meio da história e tinha de voltar a ler o mesmo capítulo diversas vezes.
Até a linguagem era confusa, pois tanto era utilizado um discurso cuidado
como eram utilizadas expressões do calão. No final do livro, acabei por não
entender se alguma parte do enredo era verdade ou seria tudo mentira e
duvido que o livro seja considerado um romance, como leva a entender a
sinopse do mesmo, porque não sabemos sequer se Marta era real ou não. Em
suma, não gostei da leitura deste livro.
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Ficha de Leitura Joana Godinho
Ficha técnica do livro
Autor: José Saramago
Titulo: As Pequenas Memórias
Editora: CAMINHO
Local de Edição: Lisboa
Data da Edição: 2006
Relatório de Leitura
Apresentação geral do livro: No livro, As Pequenas Memórias, José
Saramago dá-nos a conhecer as suas memórias de infância e que há muito
tinha o desejo de partilhar.
Este livro de memórias remete-nos para o seu tempo de infância e
adolescência, os seus primeiros quinze anos de vida, onde viveu na Azinhaga,
Ribatejo.
Revela episódios dramáticos e divertidos da sua infância e adolescência,
mas não o faz cronologicamente.
Vivia com os seus pais e avós, em Azinhaga, mas mudou-se para Lisboa
com apenas quinze anos de idade.
Relata imensos episódios passados com outras famílias e ou pessoas
da sua terra onde até menciona episódios, divertidos, de desavenças que tinha
com vizinhos.
Tinha temor aos cães, visto que nos seus sete anos quase foi atacado e,
em contrapartida, possuía um fascínio pelos cavalos.
José Saramago estudou na Escola Industrial de Lisboa, mas
interrompeu cedo os seus estudos devido a dificuldades financeiras da família.
Em criança ocupava o seu tempo em atividades ao ar livre.
Relação titulo-obra: O título está relacionado com a obra uma vez que,
José Saramago nos apresenta as memórias da sua infância.
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Apresenta-nos pequenos momentos e/ou episódios que se recorda e os
quais relembra com grande satisfação, ou até mesmo, outros que relembra
com alguma dor e tristeza.
Transcrição de ideias/frases relevantes:
“Deixa-te levar pela criança que foste” – página 9;
“Tu estavas, avó, sentada na soleira da tua porta, aberta para a noite
estrelada e imensa, para o céu de que nada sabias e por onde nunca
viajarias, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e
disseste, com a serenidade dos teus noventa anos e o fogo de uma
adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito e eu tenho tanta
pena de morrer.»” – página 130-131;
Reação pessoal ao livro: Apreciei a leitura do livro embora tenha sido
um pouco complicado, para mim, ler o mesmo uma vez que, não gosto muito
de ler.
No entanto, achei o livro interessante e apreciei conhecer as memórias
de José Saramago.
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Ficha de leitura de João Afonso Martinho
Ficha técnica do livro
Autor: Mário Dionísio
Título: O Dia Cinzento e outros contos
Editora: Publicações Europa-América
Local de edição: Portugal
2.ª Edição: 140682/4866
Ano de publicação: [s.d.]
Relatório de leitura
Período de leitura: De 26 de Fevereiro de 2016 a 3 de Março de 2016
A obra é constituída pelos seguintes contos:
- Evocação em forma de prefácio;
- Nevoeiro na cidade;
- Véspera;
- Assobiando à vontade;
- Os sapatos da irmã;
- Morena-Vulcão;
- O corte das raízes;
- A lata de conserva;
- A corrida;
- Os bonecreiros vão de terra em terra;
- Uma principiante;
- Sardinhas e vento;
- Uma tarde de Agosto;
- Horas suplementares;
- Entre cafés e pensamentos.
Introdução: Eu decidi escolher apenas três contos para tornar o resumo
mais pequeno e de mais acessível compreensão.
- Assobiando à vontade;
- A lata de conserva;
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-Uma principiante.
Estes são os três contos que escolhi dos já acima referidos.
Resumo:
Assobiando à vontade
Era hora de ponta numa dada cidade, tudo estava cheio e a abarrotar,
desde lojas, ruas, carros.
Um senhor de cabelos grisalhos, chapéu coçado e com um sobretudo
castanho, entrou num elétrico muito à pressa, e correu para os lugares da
frente para se sentar, tendo sido bastante rude para com toda a gente.
O homem desde que entrou, nunca parou de assobiar, todos ficaram
ofendidos, o condutor pediu-lhe que parasse, mas não podia fazer nada
porque não havia nenhuma regra que o impedisse de assobiar, as únicas
regras eram, não fumar, não cuspir no chão do elétrico, não abrir as janelas
nos meses de inverno e não comer.
As mulheres ficaram inquietas e os homens olharam-no nos olhos na
esperança de ele sentir vergonha, mas ele nunca parou de assobiar.
No fim quando o homem saiu do elétrico, houve um momento de
descontração e todos começaram a rir da parvoíce e estupidez do senhor,
mas passado alguns segundos todos voltaram a encher-se de “silêncio e
dignidade”.
A lata de conserva
No inicio o conto mostra uma mulher de cabelos loiros que tinha uma
criada, acompanhara-a sempre á mercearia a fim de a ajudar nas compras,
certo dia quando estavam a chegar à loja, saiu de lá um rapazinho a correr,
e o Soares que era o dono do estabelecimento gritou “agarrem-no!
agarrem-no!”.
O rapaz fugiu mas passado pouco tempo apareceu um polícia com o
miúdo agarrado pelo braço, o menino tinha roubado uma lata de conserva.
31. 29
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A mulher ficou enervada e triste porque não sabia o que se estava a
passar, começaram as especulações sobre o que ia acontecer ao menino.
Ao pensar nisto ela passou a mão no ventre.
O médico de nome Roberto aconselhou a senhora de cabelo loiro a
descansar e a fazer um repouso intensivo durante os próximos sete meses,
Roberto disse que o bebé que ela tinha na barriga seria tal e qual o que ela
fosse durante os próximos sete meses.
Uma principiante
Laura é uma rapariga que tem muitas roupas e de variadas cores e feitios,
e por suas vez Odette é pobre em termos materiais e tem as moedas todas
contadas para o seu dia a dia, Odette trabalha num talho e vê Laura todos
os dias porque esta trabalha na loja da frente.
Laura anda sempre bem vestida e têm um namorado que lhe dá tudo.
Este conto resumidamente fala sobre duas mulheres, uma muito cabisbaixo,
sempre muito nervosa e pouco confiante que se chama Odette e que inveja
tudo o que Laura tem, desejando mesmo ser a própria Laura, mas sempre
sem maldade.
Odette por fim apaixona-se por um senhor de nome Domingos que era
cliente assíduo do talho, Odette vai agora puder desfrutar dos mesmos
benefícios de Laura.
Opinião Pessoal:
Gosto bastante que a constituição do livro seja por contos, porque torna a
leitura menos cansativa, eu não sou grande fã de livros nem tenho muito
tempo para ler por isso esta divisão facilita bastante e aumenta o meu
interesse. Aconselho a leitura deste livro a pessoas que gostem de contos e
que ainda estejam a desenvolver o seu gosto pela leitura.
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Ficha de leitura de Lourenço Cardoso
Ficha técnica do livro
Autor: Ondjaki
Título: Os da minha rua
Editora: Leya
Local de edição: [s.l.]
Ano de edição: 2009 (1ª edição)
Ano de publicação: [s.a.]
Biografia do autor:
Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977.Ficcionista e poeta, estudou em Angola
onde se licenciou em sociologia, terminando, mais tarde, os seus estudos em
Lisboa. Atualmente, é membro da União dos Escritores Angolanos. Está
traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, suaíli e japonês.
Recebeu diversos prémios como Sagrada Esperança (Angola,2004), António
Paulouro (Portugal,2005), Grande Prémio APE (Portugal,2007) e Grinzane for
Africa – Young Writer Prize (Itália,2008). Publicou cerca de 24 livros entre os
quais estão incluídos o Quantas Madrugadas Tem a Noite em 2004 ou Avó
Dezanove e o segredo do soviético em 2008.
Relatório de Leitura:
A obra no teor geral aborda a infância do poeta em Luanda. Muitas dos seus
acontecimentos e peripécias enquanto era criança estão publicadas neste livro.
A obra divide-se em 22 pequenos contos. Dois dos contos que achei mais
interessantes vão ser partilhados aqui.
“O bigode do professor de Geografia”
O professor de Geografia do Ndalo (autor) era caracterizado por ser um
homem baixo com uma barriga redonda e um bigode fino. Era também
caracterizado pela sua pouca paciência. Num dia, uns colegas do Ndalo com a
sua parvoíce evidente começaram a gozar com o professor através de piadas
para com ele (como era habitual em algumas aulas). Após a segunda piada de
mau gosto, o professor, a escorrer suor por todos os lados, larga o giz, vira-se
para os alunos com um ar irritadíssimo e em termos insultuosos perguntou se
estes estavam ali para brincar. Até o bigode parecia estar irritado. Aí os risos
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Sede: Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia - Golegã
deixaram de existir e o medo imperou na aula. Uma clara tomada de posição
do professor para com os alunos. Ndalo, que nunca tinha visto um professor
dizer um disparate em plena aula, ficou como o resto da turma, em sentido e
com medo. O medo era tanto que ninguém ousava sequer engolir cuspo para
não fazer ruído com a bola da garganta. A partir daí, a aula decorreu
normalmente e sem qualquer problema até ao toque de saída. Todos
aprenderam a respeitar o professor a partir daí.
“O Kazukuta”
O Kazukuta era um cão. O cão do tio Joaquim. Era designado por Ndalo como
um cão triste e ninguém brincava com ele. Um dia, Ndalo viu o tio Joaquim a
dar banho ao Kazukuta. Um banho demorado e sincero enquanto que o tio
transmitia frases a Kazukuta. O cão adorou aquele simples banho por causa
disso mesmo, da demora aliado à sinceridade e da tranquilidade que o dono
lhe transmitia.
Após aquele longo banho, o tio Joaquim virou-se para os meninos, entre os
quais Ndalo, que estavam ali a brincar à sua beira e deu-lhe a notícia de que a
tia Maria tinha morrido. As crianças na sua inocência apenas pediram para
poderem continuar a brincar e o tio Joaquim após largar um pequeno sorriso,
permitiu.
Reação ao livro:
Gostei bastante de ler o livro, pois é divertido de se ler. Dá para esboçar uns
sorrisos enquanto se lê a obra pois tem contos realmente muito engraçados e
emocionantes. Destaco também a forma como algumas frases do livro estão
escritas. O autor pretende passar uma ideia total da forma como as
personagens falavam e para isso recorre a uma linguagem muito própria dos
africanos. Por exemplo:
- “Calma só mô Ndalu. Vou na minha casa buscar uma maior”.
34. 32
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Ficha de Leitura Maria Beatriz Samarro
Referência bibliográfica da obra:
TAMARO, Susanna – Para Sempre. Lisboa, Editorial Presença, 6.ª edição,
Julho de 2014.
Autora:
Susanna Tamaro, nasceu em Trieste, Itália, em 1957. Formou-se em
Realização no Centro Experimental de Cinematografia de Roma. Trabalhou
durante dez anos para a televisão como realizadora de documentários
científicos. Atualmente, é uma das escritoras italianas mais conhecidas em
todo o mundo, e o conjunto da sua obra que inclui títulos bem conhecidos do
público português, entre os quais Vai Aonde Te Leva o Coração, Com a
Cabeça nas Nuvens, O Fogo e o Vento, Para Uma Voz Só, Escuta a Minha
Voz ou Regresso a Casa – vendeu vários milhões de exemplares à escala
mundial.
Apresentação geral da obra:
Esta obra é um romance muito cativante e emotivo que vai desde um
grande amor até uma imensa solidão. Matteo é a personagem principal e é ele
quem conta a história, escrevendo cartas á sua mulher Nora o grande amor da
sua vida, que nunca esquecera nem deixara de amar. Matteo é médico
cardiologista e vive á quinze anos no cimo de uma montanha sozinho só em
contacto com a natureza e seus animais. Matteo conta toda a sua história de
vida desde a sua infância até hoje em dia. Seu pai ficara cego desde os catorze
anos de idade, por causa de estilhaços de uma bomba. Matteo passou toda a
sua infância a pensar que sua mãe só casara com seu pai por interesse e não
por amor, até que mais tarde percebe que estava errado. Matteo gostava muito
de estar com seu pai pois viviam muitas aventuras juntos, com sua mãe ia
sempre á missa e frequentava a catequese. Até que certo dia Matteo conhece
Nora e ambos acabam por se apaixonar e casam. Passado pouco tempo
acabam por ter o primeiro filho Davide. Tinham feitios e maneiras de pensar
muito diferentes um do outro mas ambos se amavam incondicionalmente.
Davide já com dois anos ia ter uma irmã. Nora estava interessada em comprar
um carro a um amigo, foi então que foram buscar o seu novo carro, no caminho
para casa, Nora ia no seu novo carro com Davide e atrás noutro carro ia Matteo
sozinho, até que o pior acontece e Nora tem um acidente e acaba por falecer
bem como os seus dois filhos. Matteo não queria acreditar no estava a
ver/acontecer e a partir daí toda a sua vida mudou. As pessoas pensavam que
ela se tinha suicidado mas era impossível não tinha razões para tal até que
descobre que foi devido a um aneurisma. Matteo perde a vontade de viver, a
dignidade e o respeito pelos outros e por si mesmo. Com tanta falta de respeito
pelos outros Matteo começa a enganar outras mulheres e a consumir álcool.
Até que encontra Larissa uma rapariga jovem que se apaixona por ele e ele
acaba por a enganar pois ele nunca a amara, devido ao seu coração nunca
esquecer Nora. Até que Larissa lhe diz que está grávida dele, Matteo ficou em
choque pois não queria ter mais nenhum filho. Com a ajuda de um colega
35. 33
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médico engana Larissa dizendo que o bebé tinha uma deficiência e não tinha
cérebro era anencéfalo tentando convence-la a abortar, Larissa ficara muito
chateada com a atitude de Matteo e desaparece. Até que o pai de Matteo
morre e deixa-lhe uma carta a dizer para ele voltar a ser quem era, ter uma
vida normal, ser feliz e que se encontre a ele próprio, ai ele reflecte e
apercebesse dos erros que cometeu. Sua mãe também já tinha falecido antes
com cancro nos ossos. Quando se apercebe do mal que fez a Larissa tenta
encontrá-la mas ela nunca apareceu. Com toda esta revolta Matteo decide ir
viver para a montanha. Com a carta do pai e no fim de estar sozinho acaba por
encontrar a paz que precisava e consegue perceber todo o que lhe aconteceu
e o porquê. Num dia, em que não passava ninguém na montanha, passou um
rapaz que foi ter com ele pedindo-lhe dormida e abrigo por uns dias, Matteo
aceitou. O rapaz chamava-se Nathan que significa (Dom de Deus) era Larissa
que usava esta expressão. Sentia-se um clima entre os dois, Matteo sentia
algo em relação a Nathan e numa conversa acaba por perceber que era seu
filho aquele que abandonara á muitos anos atrás. Nathan foi procurar seu pai
para o conhecer e ter uma relação com ele e o perdoar pois sua mãe sempre o
ensinou a nunca julgar os outros. Nathan prometeu voltar e Matteo vai para o
bosque chorar e acaba por adormecer, quando acorda sente um alívio e sua
alma mais leve.
Opinião sobre a obra e respetiva justificação:
Eu gostei de ler este livro e recomendo a sua leitura, pois é um livro
muito cativante e emotivo, em que vai desde um intenso e rico amor até uma
imensa e constante solidão. Nesta obra está muito presente a diferença entre o
bem e o mal, o destino, o significado da vida, recordação, amor, paixão, perda,
solidão e sentimento. Mostra-nos também que por vezes a vida se torna muito
injusta e cruel, neste caso específico a perda do grande amor da sua vida, bem
como a dos seus filhos e pais, ficamos a saber a dor do grande sentimento de
perda, em que a vida perde o seu rumo e tudo deixa de ter sentido mas
também mostra o lado positivo em que por vezes a solidão é precisa para
darmos valor à vida, percebermos bem o que queremos e saber quem somos.
Um dos aspectos que mais me marcou nesta história foi o facto de a
personagem principal (Matteo) ser um médico cardiologista em que deixou de
exercer a sua profissão para curar o seu próprio coração.
Transcrição de ideias/frases relevantes:
“Quantas coisas de mim nunca te disse! Éramos tão jovens, tão cheios de
entusiasmo pelo tempo que estávamos a viver.”
“Aqui poderíamos ter sido rios, como tu querias, ficarmos sentados no prado
rodeados por todos os netinhos que tinhas imaginado.”
“Só a dor faz crescer. Mas a dor deve ser enfrentada cara a cara, quem foge ou
se compadece de si próprio está destinado a perder.”
“Muitas vezes perguntei a mim mesmo se a solidão exaspera a sensibilidade
ou se se escolhe a solidão porque se está exasperado pela sensibilidade.”
36. 34
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“Uma vida desperdiçada é aquela em que o caminho do amor não se
conseguiu cumprir.”
“Talvez as leis do amor não sejam muito diferentes das da meteorologia.”
“O amor não se mede, não se pesa, não se pode comprar, escapa a todo o tipo
das nossas manipulações.”
37. 35
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Ficha de leitura de Maria do Rosário
Ficha técnica do livro
Autor: Mark Watson
Título: Onze
Editora: Porto Editora
Local de edição: Porto - Portugal
Data da edição: julho de 2011
Relatório de leitura
Período de leitura: 2 de fevereiro a 1 de março
Apresentação geral do livro: Chris Cotswold, um
australiano a quem acontecera um terrível
acidente na sua terra natal foi demovido a deixar todos os que amava para trás
e a mudar-se para Londres, mudando também o seu nome e começando uma
vida nova. Chris, chamado agora Xavier Ireland, é um locutor de rádio muito
conhecido, que trabalha nas madrugadas, escutando as tormentas dos seus
ouvintes, desesperados pelo seu aconselhamento ou por um simples
comentário que as alivie. Divide o seu programa de rádio com o atrapalhado
amigo Murray que ninguém percebe o porquê de continuar na estação, mas
que Xavier acaba sempre por proteger.
Xavier Ireland vivia com o assombro do seu passado, ao ter deixado cair
o filho bebé de Bec e Russel, um casal que era melhor amigo de Xavier desde
a sua infância. Xavier ficou destroçado perdendo também a sua amada Matilda
e provocando o afastamento da sua mãe e dos seus irmãos, mudando-se
portanto para Inglaterra. A partir desse momento, Xavier acha que não se deve
intrometer na vida das outras pessoas, mesmo que em certos casos seja
moralmente correto o fazer. Quando Xavier nada faz para impedir a agressão
de um jovem, Frankie, por parte dos colegas rufias, esta injustiça que Xavier
apaga rapidamente da sua memória, não o irá influenciar de início, mas irá ter
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consequências em onze pessoas que estão incrivelmente interligadas umas às
outras. Este turbilhão de consequências começam com Frankie perturbado
com o sucedido, não evitado por Xavier, que provoca na sua mãe, Jacqueline
Carstairs, um mau-humor e preocupação que a faz, como crítica gastronómica
que é, escrever e publicar uma crítica desagradável a um restaurante chamado
Chico’s, onde o dono, Andrew Ryan, atormentado com a crítica, numa reação
despoletada despede Julius, jovem obeso que necessita do seu ordenado para
pagar as mensalidades do ginásio que frequenta. Numa atitude desesperada,
Julius assalta Ollie roubando-lhe o telemóvel. Ollie trabalha numa agência
imobiliária, onde nutre um desagrado tremendo pelo seu colega Roger
enviando-lhe uma mensagem por engano, devido ao péssimo telemóvel
substituto do roubado, opinando de modo sarcástico sobre Roger. Este abalado
com a mensagem e por saber que este não é o único colega que não lhe dá o
devido valor, consulta a sua psicoterapeuta, Maggie, sendo petulante para com
ela. Maggie cansada que a tratem desta maneira e sem fé no seu trabalho,
decide vingar-se dos pacientes que acha de certo modo cruéis, contando a
uma amiga jornalista, Stacey, os dissabores da vida destes. A famosa Edith
Throne, paciente de Maggie, exposta pela jornalista sobre a sua infidelidade no
casamento, na tentativa de salvá-lo termina a relação com o seu jovem
amante, Alessandro, que está completamente apaixonado por ela.
Durante todo o enredo da história aparece na vida de Xavier, Pippa, uma antiga
atleta que se lesionou não podendo exercer mais a sua paixão, é agora uma
mulher a dias muito simples, que de certo modo para além de arrumar a casa a
Xavier, com o tempo, arruma-lhe também a vida. Xavier apaixona-se por esta
mulher que o faz sair da depressão do seu passado e que acaba por lhe
alegrar o presente, mudando-o. Quando tudo parece mais real e melhor para o
interlocutor da rádio, um carro a alta velocidade conduzido pelo infeliz e
embriagado Alessandro, vai quase atropelar Jamie, uma criança que vive no
prédio de Xavier. Nesta fração de segundos, Xavier tem a possibilidade de se
redimir de todos os seus erros e salva Jamie sendo Xavier atropelado. O livro
termina com protagonista caído no chão, pensando que afinal teve a sua
oportunidade e que agora é que sente que a sua vida vai começar.
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Relação título – obra: O título está relacionado com a obra, pois Onze é
realmente o número que está na base de todo o livro. Logo de início, o autor
mostra-nos a chegada de Xavier a Londres e como o número onze é
importante: “Primeiro, Xavier definiu as suas novas iniciais, XI. Havia um
conjunto de coisas que parecia apontar-lhe esta direção. Para começar, XI era
uma palavra inglesa pouco conhecida mas existente, que lhe tinha servido para
ganhar um torneio de Scrabble na semana em que mudara de nome. É claro
que as letras também queriam dizer “onze” em numeração romana, e onze era
um número a que sempre se sentira inexplicavelmente ligado: não era surpresa
para ele que tivesse acabado a viver onde vivia, o número 11 de Bayham
Road. Xavier (…) o apelido que escolhera, Ireland.” (pág. 16). Para além de
que, número de pessoas que a atitude injusta tomada por Xavier vai despoletar
consequências é em onze pessoas.
Transcrição de ideias/frases relevantes: “Xavier vai sobreviver, de alguma
forma, porque, apesar de toda a lógica fria do mundo, o mundo também gosta
de conceder oportunidades de última hora, desafiando as suas próprias
regras.” (pág. 263)
Reação pessoal ao livro: Onze foi-me um livro difícil de explicar, talvez por a
história estar toda interligada, com os acontecimentos de uma forma que só
quem lê consegue perceber.
Penso que este livro me marcou mais por abordar uma temática que nunca
pensei muito, a quantidade de “laços invisíveis” que nos unem uns aos outros e
esta lição de que as nossas ações devem ser movidas pelo coração. A forma
como as personagens são tão reais, não parecendo idealizadas também me
familiarizou mais com o livro. Um livro que nos faz refletir após a sua leitura.
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Ficha de leitura de Maria José Santos
Ficha Técnica do Livro
Título: Bica Escaldada
Autora: Alice Vieira
o Nasceu no dia 20 de março de 1943, em Lisboa,
onde ainda hoje vive.
o Aprendeu a ler e a escrever sozinha quando era
muito pequena.
o Quando foi para o liceu, português não era a sua
disciplina favorita, apesar de gostar da mesma.
o Desde pequena que quis ser jornalista e assim
foi. Ao mesmo tempo que se licenciava em Filologia
Germânica (hoje em dia, correspondente ao curso de
Línguas e Literaturas Modernas, variantes Inglês e
Alemão), trabalhava nos jornais Diário de Lisboa, Diário Popular e Diário de
Notícias. Por este motivo, também nunca foi professora. O jornalismo ocupava
todo o seu tempo.
o Casou com um jornalista e foi mãe de uma menina e um menino.
o Os seus filhos, um dia, pediram-lhe que escrevesse uma história e,
assim, surgiu Rosa, Minha Irmã Rosa (premiada com o Prémio de Literatura
Juvenil do Ano Internacional da Criança).
o Começou, deste modo, a sua carreira enquanto autora.
o Desde então já escreveu cerca de quarenta livros.
Editora: Casa das letras
Local de Edição: Alfragide
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Sede: Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia - Golegã
Data de Edição: 1ª edição – novembro de 2004/ 3ª edição – junho de 2009
Data de Publicação: s.d.]
Relatório de Leitura
Período de leitura: 15-02-2016/ 25-02-2016
Apresentação geral do livro:
Sendo este livro uma coletânea de crónicas, a subjetividade é uma das suas
principais características.
Esta obra assume também um caráter autobiográfico, no sentido em que a
maioria das crónicas foram desenvolvidas a partir da memória da autora.
É importante ainda referir que estas foram, outrora, publicadas num dos jornais
para os quais trabalhava Alice Vieira e, por isso, apesar da junção destas
parecer ilógica do ponto de vista dos seus conteúdos, na altura em que foram
publicadas fizeram muito mais sentido para os seus leitores, que não sentiam
uma desconexão entre as crónicas.
Na capa do livro, o título vem acompanhado de
uma frase que diz o seguinte: “Uma crónica de
costumes da sociedade portuguesa actual”. E é
mesmo isso. Em várias crónicas, se não em
todas, consegue-se encontrar algum hábito ou
comportamento característico dos portugueses,
em certo contexto ou circunstância.
Por exemplo, na crónica “O Reencontro” conta-se
a história de um homem que entrou num café e
perguntou ao empregado e aos fregueses se
sabiam de quem era um certo carro. Adotando uma postura reservada, estes
não adiantaram muito, mas assim que o tal homem profetizou as palavras “É o
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meu carro. Tenho a certeza.”, todos se mostraram muito prestáveis, pois
começaram a criar histórias nas suas cabeças de que o carro tinha sido
roubado, e que naquela zona realmente andava “uma malandragem” a roubar
carros,… Esclarecida a história e percebendo que nada do que estavam a
imaginar correspondia à realidade, os fregueses voltaram aos seus lugares. Se
o carro não tinha sido roubado, então a história não tinha interesse.
Esta crónica verbaliza comportamentos característicos da nossa sociedade,
quer seja o de dramatizar, como o de desvalorizar tudo o que não é dramático.
O mesmo acontece noutras crónicas ao longo de toda a obra.
Relação Título – Obra:
O título relaciona-se com a obra no sentido em que a autora a encara como um
livro de fácil leitura, que podemos ler enquanto, por exemplo, bebemos uma
bica.
Neste sentido, na segunda edição, a acompanhar o título, encontrávamos a
seguinte frase: “(…)Para ler entre dois golos de café!”.
Para além disto, a coluna semanal onde foram publicadas muitas destas
crónicas, pela primeira vez, chamava-se “Bica Escaldada”.
Transcrição de frases/Ideias relevantes:
“Ainda não eram quatro horas quando ouviu o toque da buzina. Largou tudo,
era ele, tinha de ser ele! Correu à janela e viu-o, corado e feliz, a sair da
carrinha, a pasta nova carregada às costas, a gritar-lhe da rua:
- Mãe! Mãe! Já sei escrever o meu nome!”
Este excerto marcou-me, pois à medida que lemos esta crónica chamada “O
Primeiro Dia”, parece-nos que a autora se refere a um homem com quem tinha
uma relação e que a deixou.
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No entanto, chegamos ao fim e deparamo-nos com este excerto que nos
mostra que, mais importante que o marido/ esposa ou o namorado/ a, são os
filhos.
Reação pessoal à obra:
A “Bica Escaldada” é uma obra que aconselho a quem gosta de leituras
simples e leves.
Pessoalmente gostei bastante, pois achei que existia sempre uma moral ou
uma mensagem que não estava explícita, mas sim implícita, e isso despertou
em mim o interesse necessário para continuar a ler o livro e a apreciá-lo cada
vez mais.
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Ficha de Leitura de Mariana Afonso Nunes
Ficha Técnica do livro
Título: Bica Escaldada
Autor/a: Alice Vieira
Editora: Casa das Letras
Género Literário: Crónicas Literárias
Local de edição: [s.l]
Número de edição/Data de edição: 1ª edição- novembro de 2004; 3ª
edição- junho de 2009
Relatório de Leitura
Período de Leitura: 17 a 26 de fevereiro
Apresentação Geral do Livro: Bica Escaldada é um livro de crónicas
onde nos são apresentadas, por Alice Vieira, situações da sua vida que jamais
esquecerá. Desde a sua infância até à idade adulta, a autora revela-nos que,
na maior parte das vezes ou até mesmo sempre, os livros foram e serão o seu
grande apoio para a pessoa que todos os dias constrói. Em seguida irei
apresentar duas crónicas que suscitaram em mim agrado e que não quis ficar
indiferente.
“Lugares Mágicos”
Esta crónica demonstra o carinho especial que Alice Vieira tem pelas
livrarias. É o primeiro local que procura assim que vai a uma cidade e não
esconde que é nelas que se perde, horas e horas, para se desfazer de neuras
e para recuperar energias. Uma dessas livrarias é a Quadrante. Não esconde o
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facto de a Quadrante ter sido a sua segunda casa, onde deixava os seus filhos
entre livros, enquanto cumpria o seu ritual como se aquilo fosse o seu café da
manhã. Entretanto, esta sua livraria de eleição fechou e, infelizmente, nenhum
negócio construído naquele local conseguiu aguentar-se até aos dias de hoje.
Contudo, há aquelas livrarias que intitula-as de “lugares mágicos” que são,
para si e para muitos, insubstituíveis como a livraria Lello, no Porto, ou
Waterstone, em Londres.
Ao passar por aquelas livrarias pequenas, onde se vendem revistas e
postais, deparou-se com um livro na montra. Um livro da sua infância que
tinha-lhe perdido o rasto. Entrou e quis comprar. O funcionário tentou descobrir
o preço de diversas maneiras, até que propôs “Trezentos escudos, acha que
está bem?” ficando assim o negócio fechado. Entretanto, uma jovem entra e
informa o funcionário que o seu livro está estragado e quer outro novo. Não
havia riscos, folhas dobradas, manchas, nada. Apenas o facto de as folhas
estarem coladas. Alice, ao deparar-se com a situação, informou a jovem de que
antigamente era assim que os livros eram publicados e que com uma faca
podia separar as folhas e desfrutar da leitura. De nada adiantou. A jovem
continuou a achar que o livro estava estragado, Alice estava contente com o
seu tesouro debaixo dos braços, e o funcionário, um velhote, nunca se
apercebeu do que se passara.
“Jura que telefonas”
Noite complicada. As insónias não iam embora e nem os carneirinhos
funcionaram para o caso. Eram quatro e dez e o telefone toca. “Rita? É o
Francisco.” Francisco implorava para que não lhe desligasse o telefone na
cara. Queria que simplesmente ela a ouvisse. Francisco admitiu que tinha
agido mal, que tinha sido incorrecto. Não pretendia magoá-la, muito menos
com uma miúda. No entanto, Francisco está arrependido e quer dizer-lhe uma
coisa séria. A condição é: assim que fizer a pergunta, ele irá desligar logo a
chamada, mas de manhã ela tem que ligar de volta. Combinadas as coisas,
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Francisco assume que sente-se como se fosse um adolescente com borbulhas
na cara e a dizer piroseiras. E lá vai a pergunta “(…) Rita, é se queres casar
comigo, (…)”. Como o combinado dizia, Francisco desligou o telemóvel e do
outro lado ficou ela, a pensar que casar até seria uma boa ideia. No entanto,
ela afirmou meio ensonada, finalmente, “Que pena não me chamar Rita”.
Relação título-obra: Alice Vieira, no início do livro, conta-nos que Bica
Escaldada era o nome de uma coluna semanal de crónicas do Diário de
Notícias, por volta de 1980. Sentiu-se na obrigação de lhe dar novamente vida,
pois muitas das crónicas do livro tinham sido, primeiramente, publicadas lá.
Todavia, se a autora não tivesse disponibilizado esta nota aos leitores, eu tinha
feito uma analogia entre esta bica de Alice Vieira com a bica normal que se
pede nos cafés. Isto porque, vejo estas crónicas como uns desabafos e
partilhas da autora, como se tivéssemos as duas sentadas no café a beber
uma bica escaldada, que enquanto arrefece, falamos sobre tudo e sobre nada.
Sobre estas crónicas.
Transcrição de ideias e frases relevantes: «Foi então que tocaram à
campainha. Resmunguei qualquer coisa do género “quem será o chato que
vem a esta hora bater-nos à porta”. Lembrei-me do conselho da tia Clara,
“atende sempre a porta com a carteira pendurada no braço: se for algum chato,
dizes: olha que pena, vou já sair!; se for algum amigo, largas a carteira e dizes:
olha que bom, cheguei agora mesmo!”.»
Relação pessoal ao livro: Não é a primeira vez que leio algo de Alice
Vieira, mas que sem dúvida, que este livro deixou-me bastante satisfeita.
Satisfeita na medida em que são crónicas de fácil e breve leitura, sem nunca
colocar de parte o lado humorístico. São pequenos tesouros do seu baú que
guarda com um carinho especial. Não fico indiferente a isto, pois sinto a
obrigação de reparar em pormenores, hoje insignificantes, que um dia mais
tarde irei recordar com saudade. A efemeridade da vida é um facto e como tal,
irei construir o meu próprio baú de tesouros.
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Ficha de leitura de Mariana Mota Nunes
Ficha Técnica do livro:
- Autor: Miguel Sousa Tavares;
- Título: No teu Deserto;
- Editora: OFICINA DO LIVRO;
- Data de Edição: Junho de 2011;
- Local de Edição: (s.l.);
- Edição: 6ª edição.
Período de leitura:
De 25 de fevereiro a 2 de março
Resumo:
Esta obra centra-se na descrição de uma
viagem feita em novembro de 1987 pelo narrador, ao deserto do Sahara, com a
companhia de uma jovem chamada Cláudia, que conheceu pouco tempo antes
da partida.
Miguel, o autor e narrador, e Cláudia partem de Lisboa rumo a África num jipe
UMM, abastecido de comida enlatada e equipamento fotográfico, em conjunto
com os restantes integrantes da excursão. Durante um mês, os vários jipes
iriam aventurar-se em grupo pelo deserto africano, no entanto, logo no início da
viagem, Cláudia e Miguel desviaram-se do percurso traçado, pois dependiam
de uma licença de filmagem que era expedida em Argel, uma cidade que não
fazia parte da rota dos demais.
Cláudia, com 21 anos na altura, estudante e aventureira, era impulsiva e
imatura, mas também espontânea, encantadora e bela. Miguel, de 36 anos,
jornalista de profissão e “pai ao fim-de-semana”, como se intitulou, era racional,
impetuoso e por vezes arrogante. Os dois uniram-se pelo desejo de conhecer o
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deserto e por isso a sua relação, que era inicialmente marcada pela distância,
foi-se intensificando ao longo da viagem.
De novo em Lisboa, já regressados da expedição, Miguel e Cláudia seguiram o
seu rumo, afastados pelas circunstâncias da vida. Apesar de, inicialmente,
ainda terem mantido contacto, com o tempo as notícias um do outro tornaram-
se cada vez mais escassas. Até que, passado 20 anos da sua aventura, o
narrador descobre casualmente que Cláudia já tinha falecido, e que esse
acontecimento trágico se deu precisamente numa altura em que, por
coincidência, Miguel tinha regressado ao deserto.
Transcrição de frases relevantes:
“ A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio”;
“ Quando um de nós ficava parado a contemplar o deserto, o outro não deveria
dizer nada. Tudo o que se pudesse dizer, naquelas alturas, ali, em frente ao
nada ou ao absoluto, seria tão inútil que só poderia vir de uma alma fútil. Tudo
o que se diz de desnecessário é estúpido, é um sinal destes tempos estúpidos
em que falamos mais do que entendemos” (Página 49).
Reação pessoal à obra:
Eu apreciei bastante a leitura deste livro por ser uma história verídica e porque
me fez refletir sobre a importância que as pessoas têm na nossa vida e sobre o
valor que lhes devemos dar enquanto temos a oportunidade para isso.
É uma obra pequena, de fácil leitura, que prima pela sua simplicidade e que é
bastante cativante, e por isso recomendo-a a quem é apreciador de romances
e de livros baseados em histórias verídicas.
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Ficha de leitura de Mariana Guia
Título da obra: ADAMASTOR, Nomen gigantis (sobre uma escultura
popular de José de Guimarães)
Autor: Vasco Graça Moura
Biografia do autor: Vasco Graça Moura, português, nascido a 3 de janeiro
de 1942, no Porto, foi escritor, tradutor, advogado e político. Licenciou-se em
Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Ganhou vários
prémios, como o Prémio Literário Município de Lisboa (1984,1987), Prémio
Pessoa (1995), Prémio Vergílio Ferreira (2007). Faleceu a 27 de abril de 2014
com, portanto, 72 anos.
Editora: Edições Afrontamento
Local de edição: Rua Costa Cabral, 859-4200 Porto
Data de edição: s.d.
Apoio: Lisboa. Festival dos Oceanos 2000
Design gráfico: João Machado
Execução gráfica: Rainho & Neves, Lda., Santa Maria da Feira
Resumo: Esta obra trata-se de uma análise à escultura de José de
Guimarães. Esta escultura retrata o gigante monstruoso, o Adamastor, da obra
de Luís de Camões, Os Lusíadas. A obra inicia-se com uma crítica social
respetivamente ao desconhecimento e desinteresse em relação à obra Os
Lusíadas.
Vasco Graça Moura procura explicar-nos a origem da figura o
Adamastor, remetendo para a Crónica do Imperador Clarimundo (1520) de
João de Barros, onde também é relatada a história de Portugal e dos
descobrimentos, onde também são feitas profecias e onde encontramos a
profecia do sábia Fanimor que prenuncia Os Lusíadas. Nesta obra, Fanimor
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também assumia a forma de um gigante (tal como Adamastor), mas assumia
essa forma pelo seu furor heroico. A articulação entre estas duas figuras
(Adamastor e Fanimor) leva o autor a crer que este momento do Clarimundo
deve ser tido em conta como um dos elementos relevantes para a génese da
figura do Adamastor.
São ainda feitas outras referências, nomeadamente:
Claudiano (séc. IV) refere um “Damastor” na sua Gigantonachia.
Virgílio refere um “Adamastus” na Eneida.
Sidénio Apolinário (séc. V) fala de um “Adamastor” num dos
epitalâmios.
Officina (1542) de Ravisius Textor fala do gigante batizando-o de
“Adamastor”.
No Dictionarium Aelii Antonii Nebrissenssis (1545), aparece pela
primeira vez a entrada “Adamastor, nomen gigantis staturosi.
Claud.”
No livro I do Pantagruel (1534), Rabelais enumera uma
genealogia de gigantes em que se inclui um “Adamastor”.
É discutível a correção da formação da palavra “Adamastor”, pois como
explica José Maria Rodrigues: “Adamastor, com o alfa primitivo, é a negação
de Damastor, não é nome adequado a um gigante (…). Mas prevaleceu a
forma Adamastor, mais sonora (…).”
Vasco Graça Moura refere que o Adamastor é filho da Terra e de Urano
e foi derrotado por Júpiter. O Adamastor é descrito com uma forma
antropomórfica gigantesca e horrenda.
N’Os Lusíadas, Adamastor conta a história dos seus amores e explica
como este foi enganado por Tétis quando, ao pensar que a abraçava, teria,
afinal, um monte nos seus braços e ele próprio ter-se-ia transformado numa
rocha, ficando vulnerável à tortura de Tétis. O fim trágico do Adamastor e as
suas características humanas, percetíveis em falas de amor desesperado n’Os
Lusíadas acaba por criar compreensão e compaixão no leitor. Adamastor
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acaba por ser um “triplo derrotado”, uma vez que perdeu contra Júpiter, Tétis e
contra os portugueses.
A posição central n’Os Lusíadas do episódio do Adamastor marca a
transição do Oceano Atlântico para o Oceano Índico.
O Adamastor reconhece o impacto da viagem dos portugueses para a
História do Mundo.
Quando Adamastor aparece é perfeitamente inofensivo, apesar de
assustar os que o contemplavam, não agiu por forma a impedir os portugueses.
Há indícios de que Luís de Camões se aproxima da figura do Adamastor
por ambos partilharem sofrimentos apaixonados.
Também é possível encontrar a figura do Adamastor no poema
“Camões” de Almeida Garrett onde Garrett refere que Camões pode ser
considerado uma vítima do Adamastor, por Camões ter exposto em verso os
seus segredos amorosos.
O Adamastor acaba por ser, provavelmente, a figura que mais inspirou
Fernando Pessoa para a criação do “Mostrengo”. No entanto, não se inspirou
totalmente nesta figura, mas apenas na sua função. O “Mostrengo” apresenta-
se mais assustador e sem as características humanas de Adamastor, mas sim
com asas e com capacidade para voar. Este facto e a sonoridade da palavra
“Mostrengo” fazem com que o associemos a “morcego”.
A escultura de José de Guimarães acaba por conciliar o “Mostrengo” e o
“Adamastor”. A escultura junta serpentes, um ingrediente de camoniano, e um
enorme par de asas, provenientes do Mostrengo. Esta escultura carnavalesca
acaba por realçar sinais característicos do estilo grotesco, sem ser uma figura
realista. A escultura com cerca de 11 metros de altura e 8 a 10 metros de
largura total acaba por ser suportada por lagartas, para se movimentar,
acompanhada por uma banda sonora de Isabel Soveral, já que a escultura foi
criada especificamente para o Festival dos Oceanos 2000.
A figura acaba por se assemelhar a “um brinquedo gigantesco e
articulado” que iria deslocar-se por entre o fogo de artifício e a multidão. No
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peito são apresentados vídeos com imagens de tudo o que afetou o nosso
século, sejam guerras, perseguições, genocídios, fome, pobreza, …
Assim, esta escultura é “símbolo das tormentas dos tempos presentes”,
“o Adamastor do tempo presente!”
Citações revelantes:
“E fez os seus jogos habituais: o diabólico aproxima-se do angélico, o
ancestral, do infantil, a cabeça humana, do pássaro, a ameaça, do riso, o
trágico torna-se jogo, a escuridão rompe-se pela jovialidade.”
“Como se nos dissesse que os mecanismos da morte e da desgraça
podem ser vencidos por uma ingénua e compulsiva alegria de viver.”
Comentário: Esta foi a primeira obra que li, na qual o autor nos apresenta
uma outra obra artística de um outro autor. A linguagem de Vasco Graça Moura
é percetível e cativante e o tema deixou-me simplesmente deslumbrada.
Apesar de, a princípio, esperar uma escultura muito mais realística, não fiquei
desapontada com o livro e recomendo-o a qualquer um.
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Ficha de leitura de Rita Lopes
Ficha técnica do livro
Autor: Mia Couto
António Emílio Leito Couto (mais conhecido por Mia Couto) nasceu
(1955) e foi criado na Beira, Moçambique.
Em 1969 (catorze anos), são publicados poemas da sua autoria no
jornal “Notícias da Beira”.
Após o 25 de Abril de 1974 torna-se jornalista de profissão.
Exerce na revista Tempo até 1981 e mais tarde no jornal Notícias até
1985. Chegada esta data demite-se para se tornar biólogo.
Em 1983, publica o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho.
Ganhou vários prémios, entre os quais o Prémio Nacinal de Ficção da
Associação dos Escritores Moçambicanos (pelo seu primeiro romance,
Terra Sonâmbula), Prémio Vergílio Ferreira, Prémio União Latina de
Literaturas Românticas, Prémio Passo Fundo Zaffari & Boubon de
Literatura e ainda o Prémio Eduardo Lourenço.
Título: Pensageiro Frequente
Editora: Caminho
Local de edição: Lisboa
Ano de edição: 2010
Ano de publicação: abril de 2011
Relatório de leitura
Período de leitura: 2 de março de 2016 a 3 de março de 2016
Apresentação geral do livro:
Mia Couto, nesta obra, vem apresentar ao leitor um pouco das suas
vivências de menino e de adolescente e dá a conhecer as terras donde é
originário, Beira, Tete e Maputo e os bairros pelos quais são constituídas,
Mafalala, Malanga, Bilene, entre outros.
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Agrupamento de Escolas de Golegã, Azinhaga e Pombalinho
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O autor alterna muito entre a descrição física destes lugares e as emoções
que sente ao relembrá-los e revisitá-los e a descrição de vivências que lhe
marcaram a juventude.
Mia Couto é escritor mas também biólogo e neste livro fala muito da flora e
da fauna, dando principal relevância aos seres aquáticos e às aves (flora),
às praias que costumava visitar e aos mangais e florestas que rodeavam as
suas terras natais (fauna).
O artigo do livro que mais gostei foi o primeiro, Fintado por um verso.
Neste artigo o autor descreve-se nos seus 15 anos como um jogador de bola –
avançado de centro -, que tinha como única habilidade fintar o campo como um
“poeta” e nunca rematar/marcar golo e como um adolescente típico com as
suas paixões (o alvo do seu amor mais recente era Laura).
O mister (treinador) do autor, para que o jovem aprendesse que devia marcar
golo e não manusear apenas a bola, fez-lhe, na véspera de um jogo, a analogia
de estar/correr em campo, com a conquista do sexo oposto. No jogo que se
seguiu a esta conversa o autor, mais uma vez, não marcou golo mas
conseguiu, ainda assim, chamar a atenção de Laura. Esta no dia seguinte vai
falar com ele e entrega-lhe um papel com um poema escrito e o autor
pergunta-lhe se era para ele. Laura surpreende-o respondendo que era para “o
Ademir” e, revoltado, o autor não chega nem sequer a ver o poema e não volta
mais a falar com Laura.
Anos mais tarde reencontram-se e quando o autor pergunta a Laura pelo
“Ademir” esta não sabe de quem ele fala. Ao chegar a casa, o autor encontra o
papel amarrotado com o poema e descobre que “Ademir” era parte do nome do
poema e que neste se falava, indiretamente, do próprio autor.
O artigo acaba com a conclusão do autor de que a poesia o tinha fintado,
apenas por ter sido orgulhoso e não ter lido o poema quando lhe fora
inicialmente entregue.
Relação título – livro: o autor inicia a obra com uma nota introdutória e nesta
ele explica que durante várias viagens que realizou de avião, para se abstrair
do constante medo que sente ao voar e como “dedicatória” àqueles que
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procuram se distrair “entre fusos horários”, utiliza o tempo que permanece a
bordo para escrever os artigos que nos são apresentados, e é aí que o título do
livro é explicado. O autor é um passageiro (de bordo) que por tanto pensar
acaba por escrever um livro, tornando-se um pensageiro (junção das palavras
pensador com passageiro – amálgama) frequente (por viajar tanta vez de avião
– o livro é constituído por 26 artigos, um por cada viagem).
Transcrição de ideias/frases relevantes:
- “Uma vez mais, a poesia me tinha fintado. Pode haver um mister para as
artes da bola. Mas o único treinador para as lides da Vida somos nós
mesmos.”……………………………………………………………………Página 16
- “(…) a cidade não é um lugar. É a moldura de uma vida, um chão para a
memória.”……………………………………………………………………Página 19
- “(…) o paraíso não é um lugar, é um breve momento que conquistamos
dentro de nós.”………………………………………………………………Página 23
- “E que, desta feita, a obra maior fosse o próprio homem.”………Página 54
- “É isso que eu e o pescador estamos fazendo com o tempo: entrelaçando as
horas, entre conversa e o pretexto de mais um copo.”…………………Página 84
- “É por isso que, enquanto os meus companheiros no barco celebram a
aparição da baleia e rezam por um novo salto, eu peço a todos os deuses que
o bicho se comporte e regresse às profundezas.”……………………Página 125
Reação pessoal ao livro: Apesar de 6 (seis) ou 7 (sete) artigos dos 26 (vinte e
seis) pelos quais o livro é constituído não terem sido do meu agrado (aqueles
que faziam a descrição física de Moçambique e que relatavam as terras
africanas) todos os outros me apelaram, e baseando me nesses eu aconselho
a leitura do livro.
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Ficha de Leitura de Rodrigo Cordeiro
Ficha técnica do livro
Autor: Patrick Modiano
Título: O Horizonte
Editora: Porto Editora
Local de edição: Lisboa, Portugal
Data de edição: novembro de 2011
Ano de publicação: 2011
Biografia do autor: Patrick Modiano nasceu em Boulogne-Billancourt, nos
arredores de Paris, em julho de 1945, e publicou o seu primeiro romance (La
Place de l’Étoile) em 1968. Com Rue des boutiques obscures obteve em 1978
o Prémio Goncourt. Em 1972, recebeu o Grande Prémio de Romance da
Academia Francesa.
Considerado hoje um dos mais importantes escritores franceses, e autor
de uma vasta obra, foi distinguido recentemente com o Grande Prémio
Nacional das Letras.O Horizonte é o seu romance mais recente.
Relatório de leitura
Resumo: A obra centra-se em torno da vida de Jean Bosmans. Certo dia,
Bosmans encontra o nome Mérovée escrito num caderno em que registava o
seu dia-a-dia. A partir deste nome vai-se lembrando de como encontrou e criou
uma relação com Margaret Le Coz, uma jovem enigmática que é perseguida
por um homem chamado Boyaval e com a qual este partilha da sensação de
ser perseguido pela sua mãe e o amante.
Bosmans com o passar do tempo vem a conhecer pouco a pouco a vida
de Margaret. Esta nasceu em Berlim e eventualmente mudou-se para França
onde conheceu Boyaval sendo este a razão pela qual Margaret foge para a
Suíça onde arranja emprego como governanta de Michel Bagherian, do qual se
torna amante e que a ajuda a fugir novamente quando Boyaval reaparece.
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Após recordar-se de toda a história entre si e Margaret, quarenta anos
depois este decide procurar pistas do paradeiro de Margaret e acaba por
encontrar Boyaval através da internet, este dirige uma agência imobiliária, mas
não sabe nada de Margaret. Bosmans encontra também Yvonne Gaucher,
mulher do Dr. André Poutrel que foi preso quando Margaret trabalhava para
eles. Margaret foge, novamente, por ter que prestar declarações e a sua
situação não ser legal.
Por fim, Bosmans localiza alguém através da internet com o nome de
Margaret Le Coz em Berlim e decide ir ao seu encontro. Num café, perto da
morada que obtivera da internet, troca impressões com Rod Miller, um cliente
que a conhece, e informa-o que ela dirige uma livraria, trazendo a história a um
fim quando este se dirige à livraria.
Relação título – obra: O título está relacionado com a obra, pois o horizonte é
uma representação simbólica do futuro e do destino, o que é adequado a esta
obra uma vez que esta centra-se em mostrar pessoas que se materializam na
vida de outras para desaparecerem ao ponto de questionarmos a sua
existência e de que quando menos esperamos, uma história de perda pode se
transformar numa de reencontros e esperança.
Transcrição de frases/ideias relevantes: “Mas de longe, à distância dos
anos, as incertezas e as apreensões vividas no presente apagam-se, como
interferências que nos impedem de ouvir pela rádio uma música cristalina.”
(pág. 34)
Reação pessoal ao livro: Recomendo a leitura deste livro, pois embora eu
não seja um grande fã de romances este conseguiu captar a minha atenção
devido à maneira como a ação se desenrola e como o tempo nos é
apresentado de forma irregular.
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Ficha de Leitura de Sofia Nunes
Nome: Bica Escaldada
Autor: Alice Vieira
Editora: Casa das Letras
Edição: Terceira
Apresentação geral do livro: O livro Bica Escaldada de Alice Vieira , é um
livro de crónicas de costumes da sociedade portuguesa atual. Através da
leitura deste livro percebemos que a sua infância foi vivida de uma forma muito
doce, escondida pelos rituais conservadores e severos da sua família. Foi
também, vivida com muita "magia", uma vez que ela encara de uma forma
natural os momentos mais difíceis como a morte, onde não lhe falta o gesto
reconfortante e inspirador. A sua infância foi algo tão marcante para a autora
que conseguimos perceber isso através da leitura das suas crónicas.
As suas crónicas são breves e de fácil leitura. Eu vou falar em particular, na
crónica "A Festa".
Resumo: A crónica "A Festa" conta a história de dois amigos, ambos de 18
anos e lisboetas, que eram inseparáveis e que estavam sempre de acordo.
Gostavam das mesmas bandas desenhadas, eram sócios do mesmo clube de
futebol , iam sempre às mesmas discotecas e ao sábado à noite disputavam
sempre partidas de xadrez. Faziam parte do mesmo curso e nas aulas
sentavam-se sempre um ao lado do outro.
Naquele ano, era o primeiro ano em que eles iam votar nas eleições
autárquicas, e também o primeiro ano em que discordaram. O que era a
certeza de um, era a incerteza de outro, e no que dizia respeito a este assunto
eles não se entendiam.
Quando chegou o dia de saber os resultados das eleições, os telemóveis de
ambos estavam anormais pois não disseram nada um ao outro durante o dia
inteiro. Quando, finalmente chegou a ora da verdade, um deles sentiu-se muito
contente e só queria partilhar a sua alegria com o seu amigo, ainda agarrou no
telemóvel mas não chegou a fazê-lo pois sabia que a sua alegria não era a do
seu amigo.
Até que de repente, o seu telemóvel toca e ao atender o seu amigo perguntou-
lhe se poderia ir festejar com ele a sua alegria. Este ao ouvir isto, não hesitou e
respondeu logo que sim. E assim foi, lá foram eles buzinar pelas ruas da
cidade.
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Citações: "Esquecendo as semanas de silêncio, esquecendo caras de pau,
desabafa numa explosão de voz:
-Ó pá, deixa-me ir buzinar contigo!"
Apreciação: Eu gostei do livro, uma vez que retrata de uma maneira tão
realista a nossa sociedade de hoje em dia. Gostei em especial da crónica
referida a cima, uma vez que mostra que a amizade é a base de tudo, e que o
que é verdadeiro não acaba por coisas mínimas ou por coisas pelas quais não
concordamos.